Divisão Regional Brasileira

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A atual divisão regional brasileira foi definida em 1970, mas várias outras divisões foram realizadas ao longo da história do País. A primeira delas foi realizada em 1913. Em 1990, a atual divisão regional brasileira foi adaptada em razão das alterações da Constituição de 1988. O órgão responsável pela divisão regional brasileira é o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Divisão política e regional do território brasileiro proposta pelo IBGE

O Brasil é uma República Federativa. A partir da Constituição de 1988, o país passou a ser constituído por 26 estados e um Distrito Federal - que contém a capital, Brasília -, totalizando 27 unidades político administrativas.

Divisão política e regional do território brasileiro proposta pelo IBGE

Linha do Tempo:
Datas e fatos relevantes à divisão política do Brasil no século XX:
1903: Criação do Território Federal do Acre.
1942: Criação do Território Federal de Fernando de Noronha.
1943: Criação dos territórios: Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta Porã e Iguaçu.
1946: Extinção dos territórios federais de Ponta Porã e Iguaçu.
1956: Mudança de denominação de Território Federal do Guaporé para Território Federal de Rondônia.
1960: Inauguração da Capital Federal Brasília.
1960: Criação do Estado da Guanabara na área do antigo Distrito Federal.
1962: Elevação do Território Federal do Acre à condição de estado.
1962: Mudança da denominação do Território Federal do Rio Branco para Território Federal de Roraima.
1974: Fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro e transferência da capital estadual de Niterói para Rio de Janeiro.
1977: Criação do estado do Mato Grosso do Sul, mais uma unidade da federação. Mato Grosso do Sul foi desmembrado do estado do Mato Grosso.
1981: Elevação do Território Federal de Rondônia à condição de estado.
1988: Criação do estado do Tocantins.
1988: Elevação dos Territórios Federais de Roraima e Amapá à condição de estado.
1988: Extinção do Território Federal de Fernando de Noronha, com anexação ao estado de Pernambuco, como Distrito Estadual. 

Após a elevação do Território Federal de Rondônia à condição de estado da federação brasileira, em 1981, foram também elevados a tal condição, em 1988, os territórios do Amapá e de Roraima. A Constituição de 1988, que extinguiu o Território Federal de Fernando de Noronha, criou também o estado do Tocantins, que foi desmembrado de Goiás e considerado uma unidade federativa da região Norte.
Os estados foram classificados pelo IBGE em cinco macrorregiões:

  • SUDESTE (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo)
  • SUL (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul)
  • CENTRO-OESTE (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal)
  • NORTE (Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Tocantins)
  • NORDESTE (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí).

Essa divisão do IBGE é relevante, pois o governo a utiliza para divulgar dados estatísticos. É importante ressaltar, porém, que as macrorregiões não correspondem totalmente à regionalização do espaço, pois dentro delas há áreas que não apresentam as mesmas características físicas, humanas e econômicas.

A divisão do Brasil em cinco macrorregiões difere da divisão do país em regiões geoeconômicas. A divisão feita pelo IBGE em cinco macrorregiões segue os limites dos estados e é baseada na organização político-administrativa do Brasil. Já a divisão em regiões geoeconômicas procura incluir áreas com características socais e econômicas comuns, não levando em conta os limites estaduais.

Nas últimas décadas, a realidade de todo o país, inclusive de suas cinco macrorregiões, mudou muito. Houve a formação de grandes regiões metropolitanas e centros industriais, uma forte migração interna, a expansão de fronteiras agrícolas para o interior do país, um investimento em infraestrutura (transportes, comunicação e energia) e um rápido crescimento demográfico.

SUDESTE

A região Sudeste – cortada pelo Trópico de Capricórnio e onde predomina o clima tropical – compreende os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

É o centro industrial e a região mais desenvolvida do país. É caracterizada pela presença de indústrias e do mercado financeiro, pela agricultura moderna, pela presença das maiores metrópoles e pela grande circulação de capitais e mercadorias.

A concentração industrial da região ocorreu graças a vários fatores: a mineração no século 18 e a expansão da cafeicultura a partir do século 19 causaram com que o Sudeste se tornasse uma área de atração de população e capitais. Outros fatores que tornaram a região o centro industrial do Brasil foram: a criação de um mercado consumidor e financeiro; o crescimento urbano, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro; o desenvolvimento rodoferroviário e portuário; o fluxo imigratório estrangeiro, com técnicas de produção industrial; e os recursos naturais favoráveis - potencial hidroelétrico, reservas de ferro e manganês e solos férteis.

A agricultura da região Sudeste é moderna e integrada à indústria, concentrando a maior parte da produção agrícola de exportação do Brasil.

O Sudeste compreende também o Quadrilátero Ferrífero. Localizado no centro-sul de Minas Gerais, é responsável pela maior produção brasileira de minério de ferro e manganês. Uma zona siderúrgica e metalúrgica se desenvolveu centralizada em Belo Horizonte, que aproveita o minério de ferro e o manganês do Quadrilátero Ferrífero.

São Paulo é o centro financeiro do Brasil, sede da maior bolsa de valores do país e de muitos bancos públicos e privados.

Por ser um polo de atração populacional, o Sudeste vivencia um crescimento acelerado de suas cidades, mas não há um acompanhamento de desenvolvimento de sua infraestrutura. Consequentemente, serviços básicos como saneamento, moradia, educação, saúde e transporte não estão estruturados para suprir as necessidades de todos seus habitantes. Isso gera graves problemas nas cidades.

A precariedade do sistema de transportes faz com que a população de baixa renda prefira morar em favelas ou loteamentos clandestinos e não na periferia.

O desemprego e o subemprego nas grandes cidades multiplicam a pobreza e agrava as tensões sociais. Durante crises econômicas, cresce o crime e as atividades ilegais.

A degradação do meio ambiente e a poluição também têm sido problemas causados pelo crescimento das cidades no Sudeste.

SUL

O Sul compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nessa região, predomina o clima subtropical, não sendo incomuns temperaturas abaixo de zero durante o inverno.

A industrialização da região Sul foi iniciada por imigrantes europeus. A partir do início do século 19, tais imigrantes desenvolveram atividades artesanais com o objetivo de prover sustento às suas famílias. Essas indústrias domésticas deram origem às indústrias de grande porte, como as têxteis, as vinícolas e as de artefatos de couro. Os imigrantes desencadearam a industrialização da região, pois a maioria delas originava de países desenvolvidos, onde eram conhecidas as técnicas de produção.

Na Região Sul, predomina a prática agrícola moderna, que é responsável por uma parcela significativa da produção agrícola brasileira. Em pequenas e médias propriedades familiares, o trabalho é realizado pelo próprio proprietário e por seus familiares.

A região é caracterizada por muitas cidades pequenas e médias. Em Santa Catarina destacam-se as cidades de Itajaí, Blumenau, Brusque e Joinville. É uma área de colonização alemã. Na região predominam pequenas e médias propriedades agrícolas e pequenas e médias empresas que atuam no setor têxtil, alimentício, agroindustrial, de roupas, de calçados, e outras. Encontram-se também grandes empresas como a Sadia.

A maior concentração industrial localiza-se em Porto Alegre e Curitiba. Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é o maior centro econômico, político e cultural da sub-região sul do Brasil. Curitiba, capital do Estado do Paraná, se tornou um polo de grande atração populacional. É uma área de grande concentração de indústrias com tecnologia avançada e de grande escala e inclui indústrias de material de transporte e de material elétrico e químico.

Outras atividades da região incluem a pecuária de corte e o cultivo de arroz, na Campanha Gaúcha, e a indústria de papel, no Paraná.

O fácil acesso aos outros membros do Mercosul também traz muitos benefícios à Região Sul.

No Sul e Sudeste do Brasil, a renda per capita é mais elevada do que no restante do país. Isso se deve ao fato de essas regiões serem as mais desenvolvidas.

CENTRO-OESTE

Região CENTRO-OESTE do Brasil

A região Centro-Oeste inclui os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. A maior parte da região apresenta um clima tropical. A parte norte da região, onde começa a floresta equatorial, tem um clima mais quente.

O desenvolvimento do Centro-Oeste ocorreu primeiramente com a transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília. A construção de Brasília, iniciada na década de 1950, acelerou a ocupação da região.

Na região Centro-Oeste predomina a agricultura das grandes fazendas. As indústrias que se estabeleceram na região estão ligadas às atividades agrícolas e à pecuária. Áreas do cerrado foram transformadas em extensas áreas agrícolas, com produção moderna, que se destaca pelo cultivo de arroz, milho e soja.

O Centro-Oeste é a principal produtora de grãos do Brasil. As atividades agropecuárias da região são caracterizadas pelo uso de métodos modernos de cultivo, como a escolha de sementes e o uso de tratores e de outros equipamentos. Na pecuária de corte, é comum o uso de inseminação artificial e de vacinas para o rebanho.

O centro urbano da região é Brasília. Os institutos governamentais políticos e administrativos dominam as atividades da cidade.

NORTE

Região NORTE do Brasil

A região Norte inclui os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Tocantins. A região é dominada pela Floresta Amazônica brasileira.

A integração da Região Norte ocorreu por meio de intervenção governamental. A política brasileira da década de 1970 causou transformações na região, focando a economia para a agropecuária e a mineração. Grandes projetos foram implantados, financiados parcialmente pela Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Incentivos fiscais foram concedidos para que grandes empresas nacionais e estrangeiras se estabelecessem na região, adquirissem terras e investissem na agropecuária e na mineração. O maior projeto de mineração foi o Projeto Grande Carajás.

Os projetos agropecuários e florestais, que o próprio governo incentivou, priorizaram atividades que foram prejudiciais ao meio ambiente e, além disso, pouco eficientes do ponto de vista econômico. Para habilitar tais projetos, foi construída uma infraestrutura de transporte e energia, como a hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins. Iniciou-se a construção de enormes rodovias federais ligando Belém a Brasília, Cuiabá a Porto Velho, Cuiabá a Santarém e Porto Velho a Manaus.

A criação da Zona Franca de Manaus, ocorrida em 1967, contribuiu também para o desenvolvimento econômico da região.

Por ser uma região de difícil acesso, em que são grandes as distâncias entre as principais cidades, o Norte apresenta uma baixa densidade populacional – de fato, as menores do país –, apesar do processo de povoamento ter sido intenso nas últimas décadas.

É fundamental que o governo adote medidas para melhorara as condições de vida da população da região Norte. Um segmento da população da região vive sem escolas, energia elétrica e esgotos.

O desenvolvimento sustentável da região é um grande desafio para o país. A Floresta Amazônica e os recursos naturais da região têm sido utilizados de forma predatória. É necessário achar formas de preservação e conservação desse meio ambiente, que é considerado o "pulmão do mundo".

NORDESTE

Região NORDESTE do Brasil

A região Nordeste inclui os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí. O clima, o relevo e a vegetação da região são bastante diversificados e dividem a área em sub-regiões.

A colonização do Brasil se iniciou com o cultivo de cana-de-açúcar em plantações ao longo do litoral brasileiro, principalmente no Nordeste e no Rio de Janeiro. O cultivo da cana era feito em grandes propriedades que utilizavam mão de obra escrava. A pecuária se desenvolveu simultaneamente para fornecer carne, couro e animais de carga para os engenhos de açúcar.

No final do século 18, a queda de produção de cana-de-açúcar causou com que o Nordeste entrasse em crise.

Na década de 1950, o governo brasileiro criou a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) para incentivar a industrialização e o desenvolvimento da região.

Atualmente, o Nordeste é caracterizado por grande concentração de terra e, consequentemente, de renda e poder. A distribuição desigual de terras e a presença de grandes latifúndios na região são uma herança do sistema colonial.

Nas atividades agrícolas da região, há um grande contraste entre a agricultura moderna e a tradicional. Na agricultura tradicional, destacam-se a cana-de-açúcar e o cacau, e na moderna, a cana-de-açúcar, a soja e a fruticultura irrigada.

Os indicadores econômicos do Nordeste têm melhorado, mas segmentos da população ainda vivem em extrema pobreza, devido a diversos fatores: a concentração de riquezas, a influência econômica histórica da região e o atraso no processo de industrialização.

É importante ressaltar, porém, que a economia do Nordeste mudou significativamente nos últimos anos. A região tem recebido muitos investimentos e tem se desenvolvido. Houve uma melhora significativa tanto no PIB quanto no índice IDH da região. Houve aumento no crescimento econômico, na taxa de consumo e na geração de empregos.

O governo tem oferecido muitos incentivos fiscais que visam a auxiliar o desenvolvimento da região. Tais incentivos e a mão de obra barata do Nordeste tem atraído à região empresas que, anteriormente, se concentravam no Centro e no Sul do Brasil. Além disso, o Nordeste é famoso por sua indústria do turismo.

Estudaremos agora os principais problemas das quatro sub-regiões que formam o complexo regional do Nordeste brasileiro: o Meio Norte, o Sertão, a Zona da Mata e o Agreste.

1. MEIO NORTE

O Meio Norte é formado pelo leste do Maranhão e o oeste do Piauí. Essa sub-região é uma área de transição entre a Amazônia e o Nordeste, com características tanto do Sertão quanto da Amazônia. A região apresenta índices de pluviosidade elevados na porção oeste, mas eles tendem a diminuir para o leste e para o sul.

Foi criado o Corredor de Exportação Norte – área integrada pelo sistema de transportes e terminais de armazenamento – para permitir o escoamento das safras do Meio Norte e de porções do Norte e Centro-Oeste em direção ao porto de Itaqui, localizado em São Luís, Maranhão.

No Meio Norte está localizada a Zona dos Cocais – área de vegetação peculiar com seus babaçuais. Essa área é caracterizada pelo extrativismo vegetal do babaçu e da carnaúba, além de outras palmeiras. A exploração das palmeiras é uma importante atividade econômica para a população. Contudo, as palmeiras têm sido devastadas para abrir terrenos para a implantação de projetos agrícolas, como o cultivo do arroz e da cana-de-açúcar. Além disso, há na Zona dos Cocais criação extensiva de bois e lavouras de soja. Essas atividades prejudicam o segmento da população cujo sustento advém da exploração de palmeiras e da agricultura de subsistência. Além disso, o babaçu é utilizado como foram de energia alternativa. A devastação das palmeiras tem diminuído o número de indústrias na região voltadas ao processamento do babaçu.

2. SERTÃO

O sertão é a maior sub-região do Nordeste: estende-se do litoral do Ceará até o norte de Minas Gerais. Na região, predomina a caatinga - área de clima semiárido, cujos índices de pluviosidade são baixos e irregulares. Devido à escassez de água, o sertão tem solos muito rasos e uma ocorrência periódica de secas.

Mesmo sendo a mais extensa sub-região do Nordeste, o clima e condições de vida do Sertão fazem com que essa sub-região seja a menos habitada da região. A maior concentração populacional ocorre nas áreas mais úmidas, nas regiões serranas e nas chapadas, onde os solos são férteis e a água, mais abundante. Essas áreas são chamadas de “brejos” ou “ilhas de umidade”. Nessas terras, há cultivo de milho, feijão, cana-de-açúcar, frutas tropicais, uvas, cebola, tomate, etc. Em algumas terras, cultiva-se o algodão de fibra longa, de altíssima qualidade, denominado Algodão Seridó.

No Sertão, graças à irrigação e à correção dos solos do cerrado, há novas áreas de cultivo de soja.

A principal atividade econômica do Sertão é a pecuária, que é extensiva e de corte. Nas áreas litorâneas do Ceará e do Rio Grande do Norte, pratica-se a extração do sal, visando a exportação.

Fortaleza, cidade importante para a região, é onde mais se destaca o processo de industrialização. A cidade abriga indústrias têxteis, de calçadas e de alimentos e metalurgias. Fortaleza recebe um grande contingente de migrantes que advém do interior do Nordeste.

O sertão nordestino é notório por suas secas. Os produtores mais pobres são os mais prejudicados pelas secas. Estas são longas – podem durar vários anos. Desde a época do Império, o governo federal tem adotado uma política de combate aos efeitos da seca. Inicialmente, o foco do combate à seca era resolver o problema da falta de água, para garantir a sobrevivência das populações e dos rebanhos. Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS), mais tarde transformada em DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e incorporada à Sudene em 1959. Suas atividades limitaram-se a construir açudes para represar água nos locais, fazer um reservatório de água e tentar tornar perenes os rios temporários.

Na maioria dos casos, os açudes foram construídos com recursos públicos em grandes propriedades particulares de fazendeiros que possuíam muito poder político. Em vez de beneficiar a população, os açudes eram controlados pelos fazendeiros, os grandes proprietários de terras, denominados “coronéis”. Cabia a eles decidir quem poderia ou não ter acesso aos açudes. As verbas federais para combater a seca foram distribuídas a pessoas ligadas à política, que as utilizavam para desenvolver atividades lucrativos e garantir votos. Surgiu a expressão “indústria da seca”, que faz referência aos interesses econômicos e políticos dos grupos que lucram com as secas.

Um projeto do Governo Federal de combate às secas é a Transposição do rio São Francisco. Esse projeto, que visa a abastecer cidades e lavouras, tem como objetivo “assegurar oferta de água para 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”. Esse projeto tem causado polêmica, devido a atrasos, custos elevados e impactos ambientais. Em 2013, o projeto ainda não havia sido concluído.

Programas do Governo Federal, como o Bolsa Família e o Fome Zero, diminuíram a pobreza no Sertão e elevaram os indicadores sociais, como escolaridade e expectativa de vida.

3. ZONA DA MATA

A Zona da Mata acompanha o literal: estende-se do Rio Grande do Norte a Bahia. Nessa região, encontrava-se a Floresta Tropical Atlântica, que foi destruída para abrir áreas para diversos cultivos, principalmente o da cana-de-açúcar. A Zona da Mata apresenta um clima tropical úmido, com chuvas frequentes – em contraste com as secas do Sertão.

Nessa região, destaca-se o turismo, graças às suas belas paisagens e aos seus monumentos históricos. Contudo, o setor turístico precisa ser desenvolvido de forma mais organizada: é necessário que haja uma infraestrutura adequada para atender os turistas.

A maior parte da população da região vive na Zona da Mata e habita as cidades populosas. A indústria da região concentra-se nessa área, sobretudo nas cidades de Salvador e Recife.

Os governos da região procuram atrair indústrias por meio de incentivos fiscais e doações de terrenos. Mais indústrias tem se estabelecido na região, graças à mão de obra barata, à proximidade de seus portos aos Estados Unidos e à Europa e à supersaturação industrial no estado de São Paulo.

A Zona da Mata compreende as seguintes características e subunidades:

  • Na Zona da Mata predominam as grandes propriedades agrícolas voltadas à exportação. A pobreza é grande: a mão de obra recebe salários menores que os estipulados pelo governo federal e trabalhadores temporários são explorados. Além disso, a região apresenta os mesmos problemas das grandes cidades brasileiras: concentração urbana e demográfica e muitas favelas.
  • Houve industrialização na Zona da Mata, mas os problemas socioeconômicos não foram resolvidos. Há concentração de diversos segmentos industriais: têxteis, alimentícios, agroindustriais e de extração mineral.
  • A infraestrutura e as redes de energia e de comunicação da Zona da Mata foram expandidas: há mais estradas, aeroportos e portos.
  • A Zona da Mata açucareira se estende do Rio Grande do Norte à Bahia. No litoral sul da Bahia, houve, recentemente, uma expansão no cultivo de eucalipto (celulose), soja e frutas.
  • O Recôncavo Baiano, área ao redor de Salvador, é uma região rica em petróleo. Indústrias ligadas ao refino e ao processamento e produção dos derivados do petróleo se estabelecerem em tal região.
  • No sul da Bahia, na Zona do Cacau, encontram-se as cidades de Ilhéus e Itabuna. Nessa área, predomina a monocultura cacaueira, voltada à exportação. O problema de grande concentração de terras persiste. Além disso, trabalhadores enfrentam os problemas que resultam da sazonalidade do cultivo. A Zona do Cacau é também uma grande área turística: há praias lindas, cachoeiras e uma infraestrutura voltada ao turismo.

4. O AGRESTE

O Agreste corresponde ao planalto da Borborema – área de transição entre o Sertão e a Zona da Mata – e se estende em direção norte-sul desde o Rio Grande do Norte até a Bahia. O agreste é caracterizado por possuir áreas úmidas na sua parte leste e áreas de clima semiárido e caatingas na sua parte ocidental. Situado entre a Zona da Mata e o Sertão, o agreste é um ponto de comercialização para as suas áreas vizinhas.

Predominam nessa região as pequenas e médias propriedades. Pratica-se a policultura: há cultivo de algodão, café, milho, banana, mandioca e agave ou sisal (planta da qual se extrai uma fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, etc.). Recentemente, o Agreste vem sofrendo com a expansão da pecuária em áreas que eram, até então, ocupadas pelo plantio de alimentos.

Nessa região, há cidades que desempenham o papel de capitais regionais, como Campina Grande (PB), Caruaru (PE) e Garanhuns (PE).

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Dois Brasis

O Brasil é um país de industrialização relativamente recente. A indústria brasileira se desenvolveu muito apenas após a Segunda Guerra Mundial. O estudo das diferentes regiões revela a existência de dois Brasis: um Brasil é um país moderno e industrializado e o outro se encontra atrasado e estagnado.

O primeiro Brasil é o do desenvolvimento econômico e de transformações rápidas. O segundo Brasil é arcaico, com origem no Brasil Colonial. Esse Brasil conserva traços e hábitos antigos e apresenta mudanças lentas.

As enormes disparidades regionais podem ser explicadas por meio de uma combinação de fatores: clima, processo histórico, políticas governamentais, migrações estrangeiras e recursos naturais.

Na cidade de São Paulo, enxergam-se cenas que lembram Nova Iorque. Como centro financeiro, encontram-se os maiores bancos nacionais e internacionais. Prédios, arranha-céus, marcas internacionais e carros modernos são uma cena comum em São Paulo. O Brasil do café se tornou o Brasil industrial. Enquanto isso, em certas regiões do Nordeste, ainda há traços de uma economia latifundiária – herança da escravidão.

No Brasil, há fazendas modernas, com tecnologia avançada. Mas há também áreas agrícolas nas quais o homem do campo trabalha com uma enxada e transporta seus produtos em carroças.

A desnutrição e a falta de medicamentos, vacinas, energia elétrica e escolas que afetam um segmento significativo da população do Norte caracterizam um país de terceiro mundo, um país verdadeiramente subdesenvolvido.

Entre o velho Brasil e o novo, há séculos de diferença. Os dois Brasis se encontram frequentemente, mesmo dentro da mesma cidade.

Há grandes discrepâncias entre as zonas rurais e urbanas e entre as regiões do país. Salários na região Norte costumam ser inferiores aos de São Paulo. Grande é a desigualdade na distribuição de renda entre as regiões brasileiras.

Políticas econômicas e de desenvolvimento precisam ser implementadas de forma eficaz para que o Brasil se torne um só: um país próspero e moderno e com uma alta qualidade de vida para toda a sua população. São necessárias políticas econômicas visando a elevar o nível de renda. É fundamental que o governo invista em moradia, saúde, educação e transporte para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Medidas precisam ser tomadas para que haja uma maior integração econômica entre as regiões brasileiras. Isso facilitará a circulação de bens, pessoas e informações e aumentará o tamanho do mercado das regiões brasileiras.

Sumário

- Divisão política e regional do território brasileiro proposta pelo IBGE
- Sudeste
- Sul
- Centro-Oeste
- Norte
- Nordeste
i. Meio Norte
ii. Sertão
iii. Zona Da Mata
iv. O Agreste
- Dois Brasis