América Latina

AMÉRICA LATINA

A América Latina é uma região do continente americano que engloba os países onde são falados os idiomas originados do latim. A maioria da América Latina foi colonizada por Espanha e Portugal. Os países da América Latina possuem um passado colonial em comum – serviram às suas metrópoles e desenvolveram economias voltadas à exportação.

A América Latina é composta por todos os países que se encontram ao sul dos Estados Unidos (México, Américas Central e do Sul), uma vez que todos eles passaram por uma colonização do tipo exploração (agrícola e/ou mineral), além de apresentarem traços culturais de raiz latina, economia e estrutura social subdesenvolvidas.

América Latina

Características das Colônias de Exploração

  • predomínio do latifúndio monocultor (plantation)
  • utilização de mão de obra escrava (negros africanos e indígenas)
  • exploração dos recursos minerais e agrícolas (produção voltada à exportação)
  • proibição de instalação de manufaturas e indústrias.

A herança histórica da América Latina e o seu subdesenvolvimento

A colonização da América se caracterizou como uma vasta empresa mercantil, presidida pelo Estado metropolitano e unida à burguesia mercantil, que visava tirar o máximo aproveitamento de suas terras americanas para atender ao desenvolvimento de suas atividades comerciais. Portanto, foram chamadas de colônias de exploração.

Entretanto, algumas colônias tomaram rumos diferentes, e foram chamadas de colônias de povoamento. As colônias inglesas da América do Norte (as da Nova Inglaterra) voltaram-se para si mesmas e desenvolveram um setor de mercado interno que influiu de forma significativa no seu desenvolvimento e no estabelecimento de uma autonomia em relação à metrópole inglesa. É importante lembrar que a Nova Inglaterra pouco servia aos interesses mercantilistas ingleses, não possuindo nem metais preciosos e nem condições naturais propícias aos cultivos tropicais.

Quanto às colônias da América Tropical, estas tornaram-se fornecedoras de matérias-primas e, neste sentido, as relações econômicas e políticas entre as metrópoles europeias e suas colônias contribuíram decisivamente para a acumulação capitalista europeia, permitindo que a Europa, no século XVIII, iniciasse a Revolução Industrial, e implantasse com ela o capitalismo industrial.

A Revolução Industrial estabeleceu uma nova ordem nas relações entre as metrópoles e as colônias, onde houve uma transferência das relações de dominação de Portugal e Espanha para a Inglaterra. Assim, as sociedades latino-americanas, já independentes, transformaram-se em áreas de exploração neocolonial do imperialismo industrial britânico.

A América Latina entrou, no século XX, dependente do exterior, com oligarquias nacionais freando processos de renovação social e econômica e, se caso houvesse uma tentativa de desenvolvimento isolado e autônomo, esta seria sufocada por pressões externas, pois contrariava os interesses do capital estrangeiro.

Após a Primeira Guerra Mundial, dado o enfraquecimento comercial da Inglaterra na América Latina, os Estados Unidos assumem a liderança das relações econômicas e políticas do continente. E assim, mais uma vez, a América Latina mudava de "dono". A América Latina tornou-se área de influência dos EUA, situação essa que se acentuou após a Segunda Guerra Mundial.

A partir da Segunda Guerra Mundial, países da América Latina, como Brasil, Argentina e México, tentaram acelerar o desenvolvimento da indústria por meio de uma política econômica de substituição de importações. Esses países limitavam a importação de produtos manufaturados para proteger e incentivar o nascimento e o crescimento da indústria nacional. Produtos que, até então, eram importados passaram a ser produzidos internamente.

A política de substituição de importações atraiu multinacionais para a América Latina e resultou no desenvolvimento de vários novos setores industriais. Contudo, essa política não resultou em um aumento significativo no nível de renda per capita nos países da América Latina.

A partir do século XXI a América Latina toma outro rumo. A Venezuela, a Bolívia e o Equador se viram para o populismo. Seus líderes rejeitam o neoliberalismo e se voltam contra os Estados Unidos. Já países como o Brasil, o Chile, o Peru e o México adotaram muitas das políticas neoliberais e têm visto seus países se industrializaram e suas economias crescerem.

Nos últimos anos, esses governos populares de esquerda perderam poder e influência. Na Bolívia, por exemplo, Evo Morales perdeu o plebiscito que o permitiria se candidatar para um terceiro mandato. Na Venezuela, o Chavismo – sob a liderança de Nicolás Maduro – atravessa uma profunda crise.

A elevada concentração de renda constitui um dos maiores desafios políticos e econômicos da região. Nas últimas décadas, diminui-se a concentração de renda na América Latina. Contudo, a concentração de renda em certos países da região, como Brasil e México, estão entre as mais altas do mundo.

A diminuição da concentração de renda na América Latina ocorreu graças a vários fatores: a implantação de reformas econômicas, a criação de programas de transferência de renda e anos de forte crescimento econômico.

A pobreza na América Latina diminuiu. Contudo, uma parte significativa da população latino-americana ainda se encontra em situação de miséria.

Imigração

Hoje, os latino-americanos são o maior grupo de imigrantes nos Estados Unidos. Durante a década de 1980, oito milhões de latino-americanos imigraram para o país. Este número é equivalente a quase metade de todos os imigrantes europeus que se estabeleceram nos Estados Unidos durante a primeira década do século XX. De acordo com o U.S. Census Bureau - agência governamental encarregada pelo censo nos Estados Unidos –, em 2015, havia aproximadamente 54 milhões de latinos morando no país, constituindo 17% da população. Os hispânicos representam a maior minoria dos Estados Unidos.

O maior grupo de imigrantes ilegais nos Estados Unidos origina da América Latina. Os quatro países latino-americanos de onde originam o maior número de imigrantes ilegais para os Estados Unidos são: México, Guatemala, El Salvador e Honduras. Estima-se que seis milhões e duzentos mil imigrantes ilegais sejam mexicanos.

População e Urbanização

A população da América Latina atingiu 625 milhões em 2016. Desde 1975, a população que habita a região dobrou. Contudo, o crescimento demográfico em alguns países latino-americanos desacelerou. Os principais motivos disso são doenças e ondas emigratórias.

Segundo relatórios da ONU, 80% da população da América Latina habita nas cidades. As cidades latino-americanas apresentam níveis assustadores de criminalidade. A falta de segurança é uma das maiores preocupações da população urbana.

Outro grave problema é que o crescimento urbano carece de planejamento. A rápida urbanização criou cidades que não comportam o número de pessoas que nelas habitam. Há falta de infraestrutura em educação, saúde, moradia, transporte e saneamento. Além disso, o sistema de transportes é caótico: muitas cidades latino-americanas apresentam os piores congestionamentos do mundo.

A infraestrutura precária faz com que se torne difícil enfrentar desastres naturais, como inundações ou desabamentos de terra, que ocorrem com frequência. Estudos do Banco Mundial demonstram que as consequências de tais fenômenos naturais representam um custo para a região de dois bilhões de dólares por ano.

Aspectos Físicos

O relevo da América Latina pode ser dividido em três grandes compartimentos:

  • a oeste, encontram-se a presença dos dobramentos modernos (cadeias de montanhas);
    • no México, denominam-se Sierras Madre Oriental e Ocidental, com a presença de um planalto entre as suas cristas;
    • na América do Sul, formou-se a Cordilheira dos Andes, onde se destacam os altiplanos;
  • a leste predominam os escudos cristalinos ou maciços antigos, bastante desgastados pela erosão (planalto das Guianas e planalto Brasileiro); e
  • na porção central - entre as montanhas do oeste e os planaltos erodidos do leste, encontram-se extensas planícies fluviais formadas por terrenos sedimentares (rios Madalena e Orenoco, planície Platina, do Pantanal, dos Pampas e Amazônica).

América Latina - Aspectos Físicos

Rede hidrográfica

A América do Sul conta com uma rede hidrográfica densa (as bacias Amazônica, Platina e Orenoco drenam quase 50% de suas terras).

No México devemos destacar o rio Grande, fronteira natural com os Estados Unidos.

Na América Central, a rede hidrográfica é pouco extensa. Como destaque há o rio Coco e o rio San Juan, emissário do lago Nicarágua.

Principais Bacias Hidrográficas

Bacia Amazônica - ocupa uma área superior a 7 milhões de km2, (mais de 4,5 milhões de km2 no Brasil). Estende-se por terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname.

O rio Amazonas nasce no pico Huagro, nos Andes peruanos.

Com 7.025 km, o Amazonas é o maior rio do mundo, tanto em extensão quanto em volume de água.

Bacia Platina - segunda maior bacia hidrográfica do planeta, é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. O rio Paraná é o principal da bacia, com 4.025 km. É um rio de planalto em seu curso superior e de planície em seu curso inferior. Seu potencial hidráulico é bem aproveitado:

  • Jupiá e Ilha Solteira que formam o complexo de Urubupungá.
  • Itaipu, a maior hidrelétrica do Brasil.

O rio Paraguai é uma importante via de navegação (Mercosul), por ser um rio de planície.

O rio Uruguai possui um bom potencial hidráulico em seu curso superior.

Bacia do Rio Orinoco - localizada ao norte da América do Sul, em terras da Venezuela.

Clima

A América Latina é cortada pelo Equador e pelos trópicos de Câncer e Capricórnio, com predomínio de climas equatoriais e tropicais. Ao norte do México e no extremo sul do continente, o clima é temperado.

Clima - América Latina

Vegetação

A vegetação, um reflexo das condições de clima, solo e relevo, é bastante diversificada:

  • florestas tropicais e equatoriais;
  • cerrados e caatinga no Brasil;
  • lhanos na Venezuela
  • chaco no Paraguai e Argentina;
  • florestas de coníferas nas porções meridionais da América do Sul;
  • vegetação de montanha;
  • desertos: Atacama, Chihuahua, Sonora

México

População

O México é o segundo país mais populoso da América Latina, com cerca de 130 milhões de habitantes (2017). A população mexicana é formada principalmente por mestiços de brancos de origem espanhola com índios (60% do total). Os indígenas são aproximadamente 30% da população e os brancos de origem europeia, 9%.

A densidade demográfica é cerca de 59,8 hab/km2, irregularmente distribuídos pelo território.

O crescimento vegetativo da população é 1,15% ao ano. A aplicação de capital nas áreas de educação e saúde levou à redução do analfabetismo (4,9%) e da mortalidade infantil (11,09 em 1000).

A população urbana do país (79,2%) está concentrada nas grandes cidades. Somente na região metropolitana da Cidade do México residem cerca de 21 milhões de habitantes.

As maiores concentrações populacionais estão entre os 1.500 e 3.000 m de altitude (Cidade do México = 2.240 m), no centro-sul do país, em função do clima mais ameno.

Nas planícies costeiras destacam-se as regiões:

  • do Golfo do México e Yucatã, que são muito úmidas e onde se destaca a região da Baía de Campeche, com Tampico e Vera Cruz, cidades ligadas à indústria petrolífera (PEMEX).
  • da costa oeste (áridas), onde se destaca a região turística de Acapulco.

O México atraiu poucos imigrantes durante o período colonial. Atualmente é um país onde vivem aproximadamente 1 milhão de norte-americanos e que recebe imigrantes da América Central e da América do Sul.

O México é um grande centro de emigração para os Estados Unidos. Cerca de 9% da população nascida no México mora nos Estados Unidos. Em 2006, 28 milhões de norte-americanos identificaram-se como sendo de origem mexicana.

Em 2015, cerca de 11,6 milhões de imigrantes mexicanos residiam nos Estados Unidos. Esse número representa quase 4% da população norte-americana. Mais da metade de todos os imigrantes mexicanos viviam em apenas dois estados: Califórnia e Texas. A fração de imigrantes mexicanos que se tornaram cidadãos americanos é apenas 24% - um número muito abaixo dos 45% de todos os imigrantes para os Estados Unidos que se naturalizaram. No início de 2015, 56% de todos os imigrantes ilegais vivendo nos Estados Unidos eram mexicanos.

Economia

Em 2016, o México representava a décima quinta economia no mundo. Um rápido crescimento econômico, tecnológico e industrial se iniciou durante a década de 1990. O país desenvolveu uma indústria moderna e um setor de serviços. O México é um grande produtor de petróleo. Aproximadamente 10% das receitas do governo mexicano advém da estatal petrolífera – a PEMEX. O petróleo é sua maior fonte de renda de exportação.

Apesar de a disparidade de renda ser grande, os índices de pobreza têm diminuído.

Agropecuária

América Latina - Agropecuária

Apresenta baixa produtividade devido a uma série de fatores:

  • baixo nível técnico da mão de obra e das fazendas coletivas e cooperativas agrícolas criadas a partir de 1917 (éjidos);
  • grande número de minifúndios descapitalizados; e
  • climas predominantemente semiáridos.

O México reformou a sua estrutura fundiária a partir da Revolução Liberal (1911). Naquele ano, 97% das terras cultivadas pertenciam a apenas 1% da população e 96% de seus camponeses não possuíam terra. Em 1917 determinou-se o domínio estatal sobre as terras e águas do país (revolução Zapatista). A distribuição de propriedades rurais muito pequenas impediu um aumento da produtividade, mas permitiu uma melhor dispersão dos camponeses pelo território. Em 2016, a agricultura representava 3,7% do PIB.

Indústria

América Latina - Indústria

O México foi o pioneiro dentre os países latinos a incentivar a industrialização: em 1934 criou o primeiro banco de desenvolvimento do continente, a "Nacional Financeira". Tal como os outros países em sua condição, o México beneficiou-se da reserva de mercado durante a Segunda Guerra Mundial, o que provocou um surto de industrialização por substituição de importações, além de estabelecer uma eficaz política protecionista. A partir da década de 1980, adotou uma política econômica de mercado.

Com uma economia diversificada, possui uma grande indústria automobilística. Entre suas maiores indústrias estão: comidas e bebidas, tabaco, química, petróleo, mineração e turismo.

O Movimento Zapatista

O Movimento Zapatista é uma guerrilha que surgiu no estado de Chiapas, localizado no sul do México. O nome do movimento constitui uma homenagem ao revolucionário Emiliano Zapata (1879-1919), que liderou uma luta pela reforma agrária no México no início do século XX. O objetivo da guerrilha é lutar contra políticas econômicas que podem impactar negativamente a população indígena mexicana.

No dia 1º de janeiro de 1994, os guerrilheiros do Exército Zapatista de Libertação Nacional ocuparam diversas prefeituras na região de Chiapas. Os zapatistas apresentaram três principais reinvindicações:

  1. Maior autonomia política e cultural para os indígenas mexicanos e um fim à sua marginalização.
  2. O fim tanto da reforma agrária no país como do NAFTA. (Em 1993, o governo mexicano buscou privatizar os ejidos – as fazendas coletivas e cooperativas agrícolas. Os zapatistas acreditavam que a reforma agrária proposta e o NAFTA levaria a agravar a pobreza dos indígenas).
  3. O combate à corrupção na política.

A Luta contra o narcotráfico

Em dezembro de 2006, sob a liderança do presidente Felipe Calderon, o governo do México declarou guerra ao narcotráfico mexicano. Ao mesmo tempo, os carteis do país se enfrentavam em uma guerra sangrenta. Os carteis empregam táticas extremamente violentas e cruéis: praticam-se assassinatos em massa, decapitações e estupros. As formas de execução são extremamente sádicas: assassinam-se pessoas ao jogá-las vivas em barris de óleo fervendo ou ácido.

Desde o início da guerra contra o narcotráfico, dezenas de bilhões de dólares foram gastos, mais de 200 mil pessoas foram assassinadas e mais de 28 mil desapareceram.

No dia 1º de dezembro de 2012, o Presidente Enrique Peña Nieto assumiu a presidência do México. Seu governo prossegue na luta contra os carteis.

Em 2014, o governo obteve uma grande vitória com a prisão de Joaquin "El Chapo" Guzman, chefe do cartel de Sinaloa. “El Chapo” conseguiu fugir da prisão, mas foi recapturado.

O narcotráfico mexicano fatura bilhões de dólares anualmente. Estima-se que as vendas nos Estados Unidos representam um faturamento de 19 a 29 bilhões de dólares por ano.

AMÉRICA CENTRAL

Aspectos Demográficos

América Central - Aspectos Demográficos

A população total da América Central é aproximadamente 75 milhões de indivíduos.

A parte continental possui uma população com forte influência indígena e grande quantidade de mestiços (brancos e indígenas). Nas Antilhas, a influência negra é marcante. O Haiti tem 95% de população negra. Na Jamaica, os negros e mulatos somam 91% da população. Na Costa Rica, há um amplo predomínio de população branca.

À exceção de alguns países como Cuba, Panamá e Costa Rica, todos os países da América Central apresentam indicadores sociais muito precários.

América Central - Composição Étnica

Aspectos Econômicos

América Central - Agropecuária

Na América Central predominam as atividades econômicas primárias. A agricultura do tipo "plantation" é a base da produção da maioria dos países da região. Em geral, este setor está nas mãos de empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas, que controlam a produção e a distribuição.

Os principais produtos agrícolas exportados pelos países centro-americanos são: café, banana, cana-de-açúcar, cacau, algodão (produtos tropicais).

Na parte insular, a diferenciação econômica entre os países é mais acentuada:

  • a revolução cubana aconteceu em 1959 e a ilha transformou-se em área de influência soviética a partir de 1962. Com o final do Socialismo real no mundo, os parceiros econômicos de Cuba, em especial no leste europeu, pararam de adquirir produtos primários. Este fato, aliado ao boicote econômico total decretado pelos EUA, em 1961, levou o país a uma grave crise econômica, que perdura. Atualmente, o turismo é a principal atividade econômica do país.
  • a Jamaica destaca-se pela produção e exportação de bauxita e frutas tropicais, além de receber muitos turistas.
  • as Antilhas Holandesas (Curaçao, Aruba e Bonaire) possuem grandes refinarias de petróleo, de propriedade de grandes empresas norte-americanas.

Na parte ístmica, ou continental, destacam-se:

Nicarágua

Em 1979 instalou-se em Manágua o Governo Sandinista de Reconstrução Nacional, composto por representantes das principais organizações que lutaram contra a ditadura de Anastácio Somoza. Nos anos 80, o governo enfrentou os "Contras", um grupo guerrilheiro sediado em Honduras e apoiados pelos EUA, que não permitiu a reorganização do país. Em 1990, foram realizadas eleições que deram a vitória à oposição, apoiada pelos Estados Unidos, sendo eleita Violeta Chamorro, a primeira mulher a se tornar presidente em algum país das Américas. O líder Sandinista, Daniel Ortega, passou para a oposição e, em 2007, voltou à presidência. 

  • população: 5.788.531 hab. (2013) - crescimento vegetativo: 1,05% - expectativa de vida: 74,9 anos

Panamá

Com 77.080 km2 e 3.559.000 habitantes (2013), é um país que se destaca por conter o canal do Panamá (81 km), construído pelos EUA (1904-1914) e que atravessa o lago artificial de Gatum; dispõe de 3 sistemas de comportas, que elevam os navios a 24m acima do nível do mar, permitindo a travessia do Atlântico para o Pacífico e vice-versa. Foi idealizado pelo francês Ferdinand de Lesseps, o mesmo que construiu o canal de Suez. Conforme o acordo, os EUA devolveram o canal ao Panamá em 1999. Usa o dólar como moeda do país.

  • Crescimento vegetativo: 1,38% - expectativa de vida: 78,1 anos - analfabetismo: 5,9%.

El Salvador

Em 1980 tem início a guerra civil no país. Cinco organizações políticas uniram-se para criar a "Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional" (FMLN). O estopim do conflito foi o assassinato do Arcebispo de San Salvador, Dom Oscar Romero. Entre 1980 e 1991, cerca de setenta mil pessoas morreram como resultado da guerra. O país teve sua economia destruída, acentuando a miséria da população. Em 2001, adotou o dólar, dolarizando sua economia. No dia 15 de março de 2009, Mauricio Funes, uma figura da televisão salvadorenha, foi eleito presidente do seu país. Mauricio Funes foi eleito com a ajuda de dois marqueteiros brasileiros, João Santana e Mônica Moura. Sua campanha foi paga pela Odebrecht. Os marqueteiros afirmam que trabalharam na campanha de Mauricio Funes a mando de Lula.

  • população: 6.109.000 hab. (2013) - crescimento vegetativo: 0,29% - expectativa de vida: 73,9 anos

Haiti

A mais pobre nação das Américas elegeu, em 1991, seu primeiro presidente, o padre Jean-Bertrand Aristides, que foi deposto 6 meses depois pelos militares. As sanções internacionais, especialmente o corte de créditos e a não aquisição do produto principal do país - o café - forçaram negociações para o retorno do governo legal.

Em janeiro de 2010, o país é vítima de um terremoto de 7 graus na escala Richter, deixando 230.000 mortos e 1,6 milhões desabrigados. O terremoto destruiu a infraestrutura do país e devastou a capital, Porto Príncipe (Port-au-Prince). Em outubro de 2010, o país é vitimado novamente, agora por uma epidemia de cólera. Doenças, destruição, fome e pobreza assolam o Haiti.

Pobreza e epidemias fizeram com que milhares de haitianos deixassem o país e cruzassem a fronteiras de países vizinhos. Muitos deles adentraram o Acre e o Amazonas. Após se tornar rota de imigração, o Acre, em 2010, recebeu mais de 43 mil pessoas. Os imigrantes chegam em situação de vulnerabilidade social. Muitos são trazidos por “coiotes” e pagam caro para conseguir chegar ao Brasil.

Segundo o Itamaraty, historicamente, a imigração em massa haitiana ao Brasil só pode ser comparada à de italianos e japoneses, que aportaram no Brasil durante o período imperial e nos primeiros anos da República.

Segundo dados do Itamaraty, a emissão de vistos a haitianos subiu 1.537% de 2012 a 2015.

  • população: 9.894.000 hab. (2013) - crescimento vegetativo: 1,69% - expectativa de vida: 62,9 anos

Países da América Central Insular

As grandes Antilhas

Nas Grandes Antilhas se localizam quatro países e Porto Rico, um Estado livre associado aos Estados Unidos.

Cuba

A posição geográfica estratégica de Cuba - na entrada do Caribe e muito próxima da península da Flórida, sempre tornou a ilha atraente à influência política e econômica dos Estados Unidos.

Desde a independência da Espanha, em 1898, Cuba esteve submetida diretamente aos interesses norte-americanos, principalmente durante a ditadura de Fulgêncio Batista. Durante seu governo, de 1952 a 1959, grandes companhias e empresários dos Estados Unidos controlavam boa parcela das atividades econômicas e haviam transformado a ilha em local de cassinos e bordéis frequentados por turistas americanos.

Em 1959, o grupo guerrilheiro liderado por Fidel Castro e Ché Guevara depôs o governo de Batista e estabeleceu um regime socialista junto com medidas revolucionárias, como a reforma agrária e a nacionalização dos bens

As limitações de seu comércio exterior, impostas por severo embargo norte-americano, trouxeram-lhe grandes dificuldades a partir do final dos anos 80, quando se dissolveu o socialismo no leste europeu e URSS. O governo de Fidel Castro chegou ao fim no dia 24 fevereiro de 2008, após uma duração de quase cinco décadas. Seu sucessor foi seu irmão caçula, Raul Castro.

Em 17 de dezembro de 2014, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciaram o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países – que haviam sido rompidas em 1961 – e a reabertura da embaixada norte-americana em Havana. Além disso, os Estados Unidos concordaram em reduzir o embargo econômico à Cuba. Contudo, o embargo ainda vigora. O motivo disso é que embargo ao Cuba só findará com a aprovação do Congresso dos Estados Unidos, que é atualmente pelo partido conservador, o Republicano.

Logo após assumir a presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 2017, Donald Trump, do Partido Republicano, anunciou que as políticas tomadas pelo governo Obama em relação à Cuba seriam revistadas. Segundo a Casa Branca, o motivo disso é a violação de direitos humanos que ocorre em Cuba. O país é acusado de opressão e perseguição contra os adversários políticos do governo Castro.

  • população: 11.062.000 (2013);
  • crescimento vegetativo:   -0,31%;
  • mortalidade infantil: 4,76 em 1000;
  • expectativa de vida: 78 anos;
  • analfabetismo: 0,2% .

Porto Rico

Porto Rico foi ocupado pelos Estados Unidos em 1898, mas, desde 1952, não é considerado colônia norte-americana, pois a constituição local deu à ilha status de Estado Livre Associado.

  • população: 3.646.000 hab. (2013);
  • crescimento vegetativo: -0,47% ao ano;
  • expectativa de vida: 79,0

República Dominicana

Na República Dominicana 73% da população é mulata e a língua oficial é o espanhol.

É uma economia em desenvolvimento, onde predomina o setor de serviços. O país exporta produtos agrícolas e minerais. Uma grande fonte de renda para o país é a indústria do turismo.

  • população: 10.220.000 hab. (2013) - crescimento veg.: 1,28% ao ano - expectativa de vida: 77,6 anos - analfabetismo: 9,9%

As Bahamas e as pequenas Antilhas

As Bahamas são um arquipélago de ilhas coralígenas, localizado entre os Estados Unidos e Cuba.

85% da população (319.000 habitantes) é composta por negros e mestiços e 12% por brancos (norte-americanos, britânicos e canadenses). Apresenta indicadores socioeconômicos semelhantes aos dos países desenvolvidos, como baixa taxa de analfabetismo (4,4%), pequena mortalidade infantil (12,9 por 1000) e crescimento vegetativo de 0,89% ao ano. A principal atividade econômica é o turismo (60% do PIB).

As Pequenas Antilhas formam um arco de ilhas, que se estende de Porto Rico ao litoral da Venezuela. As ilhas foram ocupadas desde o século XVI, com a instalação de "plantations" de cana-de-açúcar, com utilização de mão de obra escrava. Há o predomínio de negros e mestiços na população total. Após a independência do Reino Unido, os países da região passaram a integrar a Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth: Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Nevis, Dominica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Granada, Barbados e Trindade e Tobago).

Essas ilhas, próximas da região equatorial, são polos de atração turística, pois gozam de um clima quente durante o ano inteiro.

A principal fonte de receita desses países é a exportação de frutas tropicais, com destaque para açúcar e banana, e a indústria turística.

Em Trinidade e Tobago, próximo à costa da Venezuela, a exploração de petróleo é responsável por mais de 80% de suas exportações e 40% do PIB. A população apresenta um bom padrão de vida.

América do Sul

mapa da América do Sul

A América do Sul, sob o ponto de vista político, pode ser dividida em três blocos de nações: os Países Andinos, os Países Platinos e o conjunto formado pelas Guianas, Suriname, Trindade e Tobago.

Populações da América do Sul

Os mestiços (mistura de brancos e indígenas) são o maior grupo étnico no Paraguai, na Venezuela, na Colômbia e no Equador. São o segundo maior grupo étnico no Peru. Descendentes de indígenas representam 55% da população da Bolívia e 44% da população do Peru. Indígenas do leste formam o maior grupo étnico em Guiana e Suriname.

A América do Sul é também o lar de uma enorme população de descendentes de africanos. Este grupo populacional se encontra principalmente na Guiana, no Brasil, na Colômbia, na Venezuela, em Suriname, na Guiana Francesa e no Equador.

O Brasil, seguido do Peru, são os países sul-americanos que têm as maiores comunidades japonesas e chinesas.

i. Países Andinos

PAÍSES ANDINOS

Nome oficial

Área

População

Idioma

Chile (capital: Santiago)

756.626 km²

17.217.000

Castelhano

Colômbia (capital: Santa Fé de Bogotá)

1.141.748 km²

45.746.000

Castelhano

Equador (capital: Quito)

283.561 km²

15.439.000

Castelhano e Quéchua

Peru (capital: Lima)

1.285.215 km²

29.849.000

Castelhano, Quéchua e Aimará

Venezuela (capital: Caracas)

912.050 km²

28.459.000

Castelhano

Bolívia (capital: La Paz)

1.098.581 km²

10.461.000

Castelhano, Quéchua e Aimará

É uma região de grandes contrastes. De um lado, há o Chile, país considerado desenvolvido; no outro extremo, há a Bolívia, país extremamente pobre.

Fatores de Identidade

  • presença da Cordilheira dos Andes e planaltos interiores (altiplanos);
  • Peru: berço da civilização Inca;
  • pobreza da agricultura andina;
  • exportação de produtos primários.

Aspectos Econômicos e Políticos

América do Sul - Aspectos Econômicos e Políticos

Durante as décadas de 1980 e 1990, os países da América Latina tiveram níveis de crescimento econômico baixíssimos; a única verdadeira exceção foi o Chile. Este país abandonou a política de substituição de importações no começo da década de 1970 e adotou uma política de plataforma de exportação. O Chile teve um crescimento econômico fenomenal e foi considerado pelo Banco Mundial como um país já desenvolvido. Desde os anos 1980, o Chile reduziu as taxas de pobrezas por mais da metade, manteve uma economia de mercado, políticas econômicas sólidas e um comprometimento a um governo democrático.

O narcotráfico é uma importante fonte de renda e trabalho para parte das populações da Colômbia, Peru e Bolívia. Os narcotraficantes estão organizados em poderosas quadrilhas. Estas guerrilhas se tornaram uma parte integrante do narcotráfico, facilitando e lucrando com o tráfico de drogas.

Desde 2002, a violência vem diminuindo na Colômbia. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) habitavam as áreas rurais colombianas há meio século. Até o ano de 2017, constituíam a autoridade de fato em algumas regiões do país. Desde 2002, muitos membros da FARC abandonaram a organização. Nos últimos anos, as FARC sofreram uma série de golpes.

O governo colombiano reassumiu controle de todo o país. Os esforços do governo colombiano não foram em vão: a Colômbia deixou de ser o país que mais produz cocaína no mundo. Em 2011, o Peru e a Bolívia se tornaram os países que mais produzem tal droga.

Em fevereiro de 2012, as FARC anunciaram que abandonariam a prática de sequestrar pessoas para obter dinheiro por meio de resgastes e iniciaram negociações de paz com o governo colombiano.
Em novembro de 2016, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o líder da guerrilha, Rodrigo Londoño, assinaram um acordo de cessar-fogo. Em junho de 2017, as FARC entregaram todas as armas à ONU. Contudo, as armas pesadas ainda estão sendo localizadas e destruídas. O território controlado pela guerrilha durante décadas voltou ao controle do governo e milhares de combatentes recuperaram o estado civil.

O governo colombiano melhorou a segurança interna do país e expandiu a sua economia ao firmar vários acordos de comércio internacional. A Colômbia exporta muito para a Venezuela, para os Estados Unidos e para a China. Mas a desigualdade, o subemprego e o narcotráfico permanecem como grandes desafios para o país.

No Peru, a guerrilha do Sendero Luminoso, de ideologia maoista, praticava atentados terroristas. Em 1992, o governo do presidente peruano, Alberto Fujimori, conseguiu prender o líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzman, e a cúpula dirigente da organização. O presidente Fujimori, que tinha tendências autoritárias, permaneceu no poder desde 1990 até 2000, quando renunciou.

Em 2012, a economia do Peru cresceu 6,2%, a maior taxa de expansão entre os países da América do Sul. Ao longo da última década, o Peru juntou-se ao Chile como o mais novo modelo econômico de sucesso no continente sul-americano. O crescimento econômico é resultado de vários fatores: economia estável, inflação sob controle, taxa de juros que permite investimentos com bons retornos e grande disponibilidade de crédito.

Em março de 2000, o Congresso equatoriano aprovou uma série de reformas estruturais que incluíram a adoção do dólar norte-americano como moeda legal, "legal tender". Isto significa que o dólar passou a ser usado não apenas como meio de troca, mas de pagamento também. A taxa de pobreza no país é de aproximadamente 35%. O Equador depende muito de seu petróleo, que é responsável por mais da metade da receita de exportações do país.

Governos de Esquerda e o Bolivarianismo

No final do século XX e início do XXI, houve na América do Sul e América Central a ascensão de governos de esquerda com plataformas populistas.

O presidente venezuelano Hugo Chávez lançou as bases da doutrina bolivariana. Esta é caracterizada por estes fatores: socialismo, um discurso antiamericano, restrições à liberdade de imprensa e apoio à ditadura cubana. Esse nacionalismo de esquerda afirma visar a um programa de governo que revolucionará a sociedade, rompendo com “os donos do poder” e superando as antigas estruturas como as oligarquias, a manutenção dos latifúndios e a desigualdade econômica.

O termo bolivarianismo é empregado porque simboliza a luta de Simon Bolívar na contra o imperialismo e a dominação externa.

Vários países da América Latina – Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua e Argentina – aderiram à doutrina bolivariana. Contudo, recentemente, os governos populares de esquerda têm perdido poder nos países sul-americanos. Esse declínio se iniciou em 2015 com a vitória de Mauricio Macri para a presidência da Argentina. Macri, candidato de centro-direita, derrotou o candidato da presidente Cristina Kirchner e colocou um fim a 12 anos de kirchnerismo. Cristina Kirchner usou toda a máquina do estado a favor de seu sucessor, mas não conseguiu elegê-lo.

Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez, cuja plataforma política era socialista e antiamericana, se manteve no poder de 1999 a 2013. Chávez nacionalizou empresas de vários setores: telecomunicações, bancos, petróleo, turismo, cimento, etc. Chávez provocou os Estados Unidos ao se aliar com tradicionais inimigos norte-americanos, como o Irã, a Síria e Cuba. Apesar da guerra de palavras contra o governo norte-americano, Chávez não rompeu relações com os Estados Unidos, que era o país que mais importava petróleo venezuelano.

Chávez faleceu de câncer em março de 2013. Nicolás Maduro, que ocupou vários cargos no governo de Chávez, inclusive o de Ministro das Relações Exteriores, foi eleito em abril de 2013. Sua vitória nas eleições foi bastante apertada – foi eleito com apenas 50,8% dos votos – e a oposição o acusou de ter cometido fraude para se eleger.

O governo de Maduro continua trilhando a linha autoritária e populista de Chávez. O governo reduziu os preços por decreto e os manteve a níveis baixíssimos no mercado oficial. Isso resultou na escassez de produtos. As prateleiras estão vazias e a população muitas vezes não encontra produtos essenciais. Os comerciantes que desafiam tal política estão sendo presos.

Para financiar suas políticas populista, o governo venezuelano imprime dinheiro ou utiliza as receitas que advêm da venda de petróleo de sua estatal petrolífera, a PDVSA.

A situação econômica da Venezuela é preocupante: a taxa de inflação anual é de 54% e o dólar paralelo chega a ser vendido por um preço oito vezes mais que o dólar oficial.

A economia venezuelana é muito afetada pelas oscilações no preço do petróleo. O país enfrenta uma série de problemas: a pobreza, a desigualdade, o enfraquecimento de sua democracia, a violência relacionada ao tráfico de drogas na fronteira com a Colômbia e um clima de incerteza política, econômica e social.

Há muita pobreza no país. A Venezuela passa por uma grave crise econômica. Em 2016, sob o governo de Maduro, a inflação na Venezuela atingiu 800% e a economia contraiu 18,6%. Há escassez no país, inclusive de alimentos e medicamentos. Há filas enormes nas farmácias e supermercados e poucos produtos nas prateleiras. A Venezuela de Maduro já se tornou praticamente um regime ditatorial completo.

No ano de 2005, foi eleito na Bolívia o presidente Evo Morales. Ele foi reeleito em 2009. Em 2016, Evo Morales perdeu o plebiscito que o permitiria se candidatar para um terceiro mandato.

A Bolívia é um dos países mais pobres e menos desenvolvidos da América Latina. Mas, recentemente foi descoberto em seu território grandes reservas de gás natural.

O gasoduto Brasil-Bolívia começou a ser construído em 1997. Foi um grande projeto energético do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. O gasoduto liga as jazidas bolivianas aos consumidores brasileiros das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. É responsável pelo fornecimento de gás natural para importantes atividades industriais, como a agroindústria.

Entre 1997-2005, a Petrobrás investiu US$1,5 bilhão na Bolívia. Em 2006, a compra de gás boliviano pelo Brasil representou 18% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia.

Em 2006, o presidente boliviano Evo Morales decretou a nacionalização do setor de gás e petróleo do país. Isso causou uma crise diplomática entre o Brasil e a Bolívia.  A Petrobras teve as refinarias expropriadas e passou a pagar royalties maiores pelo gás que explora na Bolívia. Atualmente, é por meio do gasoduto Brasil-Bolívia que vêm ao Brasil os 30 milhões de metros cúbicos de gás natural que o país importa diariamente.

ii. Países Platinos

Os países que formam a América Platina são: Argentina, Paraguai e Uruguai.

PAÍSES PLATINOS

Nome oficial

Área

População

Idioma

Argentina (capital: Buenos Aires)

2.780.092 km²

42.611.000

Castelhano

Paraguai (capital: Assunção)

406.752 km²

6.623.000

Castelhano e Guarani

Uruguai (capital: Montevidéu)

176.215 km²

3.324.000

Castelhano

Brasil (capital: Brasília)

8.547.403,5 km²

201.110.000

Português

Economia dos Países Platinos

Argentina

Economia dos Países Platinos

A Argentina é um país rico em recursos naturais que conta com uma população alfabetizada, um setor agrícola exportador e uma indústria de base diversificada.

A população e cultura do país foram muito influenciadas por imigrantes europeus, particularmente italianos e espanhóis.

Chaco

Planície inundável ao norte da Argentina, o Chaco possui clima semiárido e apresenta grandes produções de algodão. Produz também sorgo, girassol, milho e hortaliças.

Mesopotâmia argentina

Planície entre os rios Paraná e Uruguai, caracteriza-se pelo cultivo de chá, erva-mate, café, cana-de-açúcar, algodão, cítricos, arroz, fumo e extração do quebracho e pela pecuária.

Pampa

Grande planície de solos férteis, clima temperado e presença de pradarias. Destaca-se na produção de cereais (trigo, soja, milho, centeio, cevada, aveia) e criação de bovinos. É o principal centro econômico da Argentina, com mais da metade da população e grande concentração de indústrias na área metropolitana de Buenos Aires.

Patagônia

Planalto de solos pedregosos e clima desértico. Possui criação de ovinos, produção de frutas temperadas ao longo do rio Negro e grande extração de petróleo em Comodoro Rivadávia.

Piemonte Andino

Porção ocidental argentina, numa faixa alongada que acompanha os contrafortes dos Andes. Os rios que descem da cordilheira irrigam essas áreas semiáridas e permitem o desenvolvimento de lavouras de frutas e legumes. Em Mendoza destaca-se a grande produção de uvas (vinhos), azeites, maçãs, pêssegos, ameixas etc. Apresenta, em pequenas quantidades, petróleo (Mendoza), ferro, chumbo, zinco, prata, manganês, estanho etc.

Países Platinos - Agropecuária

Uruguai

A economia do Uruguai é caracterizada por um setor agrícola exportador, mão de obra qualificada e altos gastos sociais.

A principal atividade econômica do país é a pecuária semiextensiva de bovinos (carnes) e de ovinos (lã). Junto a Montevidéu, desenvolve-se a pecuária leiteira e culturas hortigranjeiras. No sudoeste do país, há cultivos de trigo, frutas, cítricos e óleos vegetais.

Paraguai

O Paraguai, que é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar, tem uma economia de mercado que é muito baseada no setor informal: o país reexporta para países vizinhos produtos que importa e possui milhares de microempresas e vendedores informais urbanos. Uma alta porcentagem da população, especialmente nas áreas rurais, depende da atividade agrícola, particularmente da agricultura de subsistência.

A soja, em grande parte cultivada por brasileiros ("brasiguaios"), é o principal produto de exportação. O Paraguai é o sexto maior produtor de soja no mundo.

Nos setores secundário e terciário destaca-se o "comércio de fronteira" realizado em "Cidade del Leste", junto à fronteira com Brasil e Argentina.

O país é dono de metade da usina de Itaipu. A energia pertence ao Paraguai e ao Brasil, e o nosso país tem preferência na compra do excedente paraguaio.

Os acordos econômicos na América Latina

  • Mercosul - mercado comum formado por Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil. Chile e Bolívia são países associados ao bloco. Desde 2006, a Venezuela depende de aprovação dos congressos nacionais para que sua entrada na organização seja aprovada. No dia 17 de dezembro de 2007, o Estado de Israel assinou o primeiro acordo de livre comércio (ALC) com o bloco. No dia 2 de agosto de 2010, o Egito também assinou um ALC com o bloco.
  • Aladi - Associação Latino Americana de Integração, é formada por países sul-americanos, tendo a sua sede em Montevidéu (1980). O objetivo da organização é promover a integração da região latino-americana, procurando garantir seu desenvolvimento econômico e social. São doze os países-membros da organização: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
  • Pacto Andino - formado por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Foi criado em 1969 para promover a integração e o desenvolvimento econômico na região.
País População
(milhões de habitantes)
PIB - 2009
(bilhões de dólares)
Renda per capita
(dólares)
Brasil 201,1 1574,0 7807
Argentina 41,3 310,1 7508
Uruguai 3,5 31,51 9003
Paraguai 6,4 14,22 2222
TOTAL 252,3 1929,83 ----

O Mercosul

Criado em 1991, o Mercosul foi inicialmente formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em 2012, a Venezuela passou a fazer parte do Mercosul. Contudo, em 2016, foi suspensa do bloco por não ter cumprido as obrigações assumidas.

O Mercosul atualmente se encontra no estágio de união aduaneira. Isso significa que o acordo permite a livre circulação de produtos e serviços entre os países membros. Além disso, o Mercosul regulamenta o comércio de seus membros com países que não fazem parte do bloco.

O Mercosul inclui aproximadamente 270 milhões de habitantes e representa um PIB de 3.2 trilhões de dólares.

Em 1999, o Mercosul foi abalado pela desvalorização do Real, que aumentou a competitividade dos produtos brasileiros em relação aos da Argentina. Porém, com a desvalorização do Peso argentino em 2002, a discrepância entre as duas moedas foi corrigida.

Reformas Econômicas

Nas últimas décadas do século XX e na primeira década do século XXI, vários países latino-americanos implantaram reformas econômicas com algumas características semelhantes: reformas no Estado, controle cambial, fiscal e monetário, privatização do setor produtivo, abertura comercial. Os principais países que acertaram sua economia são os seguintes:

  • México - A reforma mexicana se iniciou em 1984 e passou por séria crise cambial em 1994. Os impostos sobre produtos importados caíram e a privatização foi muito acelerada. Em 1994, o México passou a fazer parte do NAFTA. A inflação em 2016 foi de 2,8%. O país sofre de níveis de pobreza.
  • Chile - O ajuste econômico chileno começou em 1984. A partir de então, foram privatizadas várias estatais e o país abriu-se para o comércio exterior. O ajuste econômico ajudou o Chile a se tornar um país desenvolvido. O país se associou ao Mercosul.
  • Bolívia - O plano boliviano também obteve sucesso no combate à inflação. Em agosto de 1985, a inflação boliviana chegou a 25.000%; em 1996, foi reduzida para abaixo de 20%; e, em 2016, atingiu o nível de apenas 5,3%. O governo demitiu funcionários públicos, aumentou as tarifas públicas e diminuiu drasticamente os impostos de importação. 60% dos habitantes do país se encontram abaixo da linha de pobreza.

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