Algas

As algas eucariontes são estudadas no reino Protista.

Suas células possuem membrana celular, carioteca, plastos de diferentes tipos e em pequeno número, às vezes, apenas um em cada célula; possuem mitocôndrias, além de outras organelas celulares. Possuem membrana esquelética.

O corpo é um talo.

São unicelulares ou pluricelulares. Muitas são microscópicas, enquanto outras podem apresentar talos com dezenas de metros de comprimento, como as Nereocystis e Macrocystis (= feofíceas).

Nereocystis e Macrocystis

Algas do reino Protista

De acordo com a classificação do mundo vivo em cinco reinos (Whittaker - 1969), um deles, o dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas).

Divisão

Pigmentos

Parede celular

Reserva

Locomoção

Reprodução

Euglenophyta
(unicelulares) *ad, ab, as, t

Clorofilas a, b Caroteno

Não há celulose

Paramilo (~ amido) e óleo

Flagelos (1,2 ou 3)

Bipartição simples. Sexuada, rara

Pyrrophyta
(dinoflagelados) (unicelulares) *ad, ab, as, t (raras)

Clorofilas a; c Caroteno Xantofilas

Placas

Amido e Óleo

Flagelos = 2 morfológica/ desiguais

Bipartição simples. Sexuada, rara

Chrysophyta
(douradas) (diatomáceas) *ad, ab, as, t

Clorofilas a; c Caroteno Fucoxantina (parda)

Pectina
+
Sílica

Óleo

Ativa, por
expulsão de água

Bipartição e Sexuada

*ad = água doce (~1% sais); as = água salgada (~3,5-4% sais); ab = água salobra.

  • As euglenófitas são algas unicelulares que não possuem parede celular, e sim uma película flexível sob a qual se localizam fibrilas contráteis que permitem modificar a forma da célula. Apresentam dois flagelos para locomoção e em muitas espécies há uma estrutura intracelular denominada vacúolo contrátil ou pulsátil, que elimina periodicamente o excesso de água que entra na célula por osmose. A maioria vive em água doce.

Movimento Euglenóide

Os dinoflagelados (pirrófitas) são algas unicelulares, que juntamente com as diatomáceas constituem os principais habitantes das superfícies oceânicas - fitoplâncton.

Fitoplâncton emite para a atmosfera do planeta o gás dimetil- sulfeto (DMS), que reagindo com O2 e H2O forma gotículas de H2SO4. Essas gotículas de ácido em suspensão condensam água, formando 90% das nuvens do planeta. Essas algas oferecem, então, uma grande contribuição para o clima.

A célula de um dinoflagelado é quase sempre revestida por placas de celulose que formam uma armadura, denominada lorica (do latim loriga, armadura, couraça). Os dinoflagelados têm dois flagelos e se deslocam em rápidos rodopios, girando sobre si mesmos.

Alguns dinoflagelados, como Noctiluca, por exemplo, são responsáveis pelo curioso fenômeno da bioluminescência no mar. Em certas épocas do ano, o movimento das ondas faz com que esses protistas emitam uma tênue luz esverdeada, que pode ser vista à noite. Nas praias, nessas ocasiões, esfregar a areia molhada faz com que esta brilhe, devido à presença de Noctilucas.

Ceratium, Noctiluca

Pyrrophyta - "floração das águas" ="maré vermelha"(Gonyaulax = H2O doce). Forma populações extraordinariamente grandes, que dão origem a extensas manchas avermelhadas na superfície do mar. O grande problema das "marés vermelhas" está na elevada toxicidade da neurotoxina produzida por Gonyaulax.

Noctiluca = pirrófitas bioluminescentes (convertem energia química em luz) - parecem minúsculas "gotas de geleia transparente" na superfície da água.

Noctiluca, Ceratium

Noctiluca
Ceratium

A maioria das algas douradas (crisófitas) é unicelular. Os representantes mais conhecidos são as diatomáceas, que vivem principalmente em mares de águas frias. Suas células recobertas por uma carapaça impregnada de dióxido de silício. Em muitas espécies a carapaça é formada por duas partes encaixadas uma na outra, como se fossem uma placa de Petri.

Em certas regiões as carapaças de diatomáceas mortas se acumularam no fundo do mar durante milhares de anos, formando extensas camadas compactas conhecidas como terras de diatomáceas ou diatomitos. Estes apresentam finíssima granulosidade, pela presença das carapaças microscópicas, e por isso são usados em abrasivos - polidores e cremes dentais - e também na confecção de filtros e na construção civil.

diatomáceas

Algas pluricelulares 

As algas pluricelulares (vermelhas, pardas e verdes) são eucariontes, pluricelulares e exclusivamente autótrofas. As clorofilas e outros pigmentos relacionados à fotossíntese ficam no interior de plastos. A parede celular é de celulose, e o amido é a principal substância de reserva armazenada na forma de grãos insolúveis.

Divisão

Pigmentos

Parede celular

Reserva

Locomoção

Reprodução

Chlorophyta (verdes) *ad, ab, as, t

Clorofilas a;b Caroteno Xantofilas

Celulose e Pectina

Amido

Talo fixo. Unicelulares- livres (2 ou 4 flagelos)

Zoósporos Isogamia Heterogamia Oogamia

Phaeophyta (pardas) *ab, as

Clorofilas a;c Caroteno Fucoxantina (parda)

Celulose + Algina

Laminarina e Manitol

Talos fixos e flutuantes

Alternância de gerações

Rhodophyta (vermelhas) *ab, as, ad

Clorofilas a;d Caroteno Ficoeritrina

Celulose Carragenina Ágar e CaCO3

Amido de Florídeas (~ glicogênio)

Talos fixos

Alternância de gerações

*ad = água doce (~1% sais); as = água salgada (~3,5-4% sais); ab = água salobra.

PLÂNCTON  -  corresponde a um conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes. No plâncton distinguem-se dois grupos de organismos:

1. fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos. São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.

2. zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.

Sargaços = feofíceas; flutuam livremente em determinadas regiões do Atlântico, podendo acarretar problemas para a navegação. Sob essas espessas camadas de talos amontoados, criam-se condições de fixação e proteção para um grande número de espécies animais.

Os sargaços (gênero Sargassum) são algas que chegam a atingir mais de 50 metros de comprimento; depois de ressecadas e moídas, elas fornecem um adubo muito rico em sais de nitrogênio, fósforo, potássio e iodo.

Sargassum

Nereocystis; Macrocystis = algas feofíceas, cujos talos chegam a dezenas de metros de comprimento. Nestas algas, popularmente conhecidas como laminárias, há nos talos longos tubos com placas crivadas, semelhantes às das plantas superiores (têm, comprovadamente, a função de conduzir soluções no sentido longitudinal).

laminárias

No Japão, as laminárias são consumidas (milhares de toneladas anuais) como verdura cozida ou em sopas.

No Brasil ocorre no litoral do Espírito Santo, em local de águas de temperaturas baixas. Tais algas atingem até cerca de 4 m de comprimento.

Kelps = laminárias - conjunto de grandes (complexas; > 50 m) algas pardas marinhas, de regiões frias.

Acetabularia = clorofícea (= sombrinha de sereia; taça de vinho de sereia); marinha, cada "chapéu" é uma única grande célula, com cerca de 5 cm de altura, mantendo o núcleo no seu pé. O talo é preso com impregnação calcária em água tropicais e subtropicais.

Importância das algas

  • Renovação do oxigênio na atmosfera. As algas planctônicas são responsáveis por aproximadamente 90% da fotossíntese do planeta.
  • O fitoplâncton é o produtor, ou seja, a base que sustenta a cadeia de alimentação nos mares e lagos, pois através da fotossíntese, produzem alimento para a maior parte dos seres aquáticos.
  • Fornecem substâncias como ágar, celulose, iodo, alginato etc., as quais são aproveitadas de forma importante pela indústria.
  • fitoplâncton emite para a atmosfera moléculas do gás dimetilsulfeto (DMS), que reage com oxigênio e água formando o ácido sulfúrico. Essas gotículas de ácido servem de núcleos de condensação para a formação de mais de 90% das nuvens do planeta. Desempenham, portanto, importante papel no clima terrestre.
  • As carapaças de diatomáceas formam o diatomito ou terra de diatomáceas, usada como abrasivo, filtros e na fabricação de explosivos.
  • Determinadas algas como as pirrófitas, podem formar as "marés vermelhas" eliminando substâncias tóxicas que matam outros seres.
  • Formam associações com fungos, ou seja, os líquens.

Tipos de Reprodução

Uma característica fundamental do ser vivo é a capacidade de reproduzir-se, isto é, dar origem a outro ser vivo semelhante (deixar descendentes). Sem reprodução as espécies desapareceriam.

Nos seres unicelulares, como bactérias, a simples divisão da célula já significa reprodução.

Há dois tipos principais de reprodução: assexuada ou agâmica e sexuada ou gâmica.

i. Reprodução assexuada ou agâmica

Em geral é mais rápida e mais simples que a reprodução sexuada. Poderá ser feita por um único organismo do qual separam-se células ou partes que darão novos indivíduos.

Na reprodução assexuada os descendentes são geneticamente iguais ao organismo do qual se originaram, visto que não ocorrem recombinações genéticas.

Nas espécies unicelulares pode ser por simples divisão ou cissiparidade. Nas pluricelulares podem se formar células especiais (= esporos) que podem ser aplanósporos (sem motilidade) ou zoósporos (móveis - aquáticos) com dois ou mais flagelos.

ciclo assexuado

ii. Reprodução sexuada ou gâmica

De acordo com a morfologia e fisiologia dos gametas temos:

  • isogamia - gametas iguais morfológica e fisiologicamente.
  • heterogamia - gametas diferentes em tamanho, porém ambos com flagelos.
  • oogamia - o gameta feminino, oosfera, é grande e imóvel. O gameta masculino, anterozoide, é pequeno e move-se com seus flagelos.

Reprodução sexuada ou gâmica

Os gametas são formados em estruturas especiais, os gametângios. As oosferas são produzidas nos oogônios e os anterozoides, nos anterídeos.

Tipos de ciclos reprodutivos:

a) Haplontes (Haplobiontes) = os organismos são sempre haploides (n).

Ocorre meiose inicial ou zigótica.

Exemplo

algas verdes conjugadas, Zygnema, que também apresenta reprodução por conjugação; alga Spirogyra, etc.

Ciclo Haplobionte

b) Diplontes (Diplobiontes) = os organismos são sempre diploides (2n).

A meiose ocorre na formação dos gametas = meiose gamética.

Exemplo

algas verdes Siphonaples.

Este tipo de meiose ocorre também nos animais!

Ciclo Diplobionte

c) Haplodiplobiontes (Haplonte-diplonte) = existem dois tipos de organismos: haploides (n) ou Gametófito e diploide (2n) ou Esporófito, que se alternam (= alternância de gerações ou metagênese).

Ciclo Haplodiplobionte

O indivíduo diploide (2n) surge do zigoto, resultante da fusão de dois gametas. Quando adulto, este se reproduz assexuadamente por esporos (n) -> ocorre meiose espórica. Por produzir esporos, esses talos diploides são denominados esporófitos.

Os esporos (n) se desenvolvem - germinam - em condições adequadas, através de mitoses e dão origem a organismos haploides pluricelulares (= gametófitos). Após fecundação, o par de gametas forma o zigoto, que se desenvolve e dá origem a um esporófito diploide, fechando o ciclo.

A maioria das algas multicelulares apresenta alternância de gerações, alternando indivíduos haploides e diploides.

Sumário

- Algas do reino Protista
- Algas do reino Vegetal
- Importância das algas
- Reprodução
i. Reprodução assexuada ou agâmica
ii. Reprodução sexuada ou gâmica
iii. Tipos de ciclos reprodutivos