Classes Gramaticais

  • Home
  • Classes Gramaticais

A Gramática organiza as palavras em dez classes gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Um dos fundamentos da organização de palavras em classes gramaticais se relaciona ao significado extralinguístico que a palavra apresenta.

Deve-se observar que a classificação morfológica de uma palavra sempre está relacionada com o contexto em que estiver empregada. Bem por isto convém atentar para o processo de derivação imprópria.

São classes variáveis:

SUBSTANTIVO

O "nome" por excelência. Palavra com que se denominam seres, coisas, atos, enfim, tudo quanto o ser humano percebe. Muitos substantivos expressam ideia de um conjunto de entes. Classificam-se em:

próprios:

aqueles que particularizam um ente no meio de sua espécie.

Exemplos:

Pedro; Curitiba; Casa Silva.

comuns:

aqueles que nomeiam todos os elementos de uma mesma espécie.

Exemplos:

homem;  cidade, loja.

concretos:

os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.

Exemplos:

Deus; fada; espírito; mesa; pedra.

abstratos:

os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos e sentimentos.

Exemplos:

dor; saudade; beijo; pontapé; chute; resolução; resposta, etc.

coletivos:

aqueles que nomeiam conjuntos.

Exemplos:

manada; bando; biblioteca; discoteca; pinacoteca, etc.

Nota: Há coletivos específicos, como cáfila (conjunto de camelos), e não específicos, como bando (de aves, de marginais, etc.).

primitivos:

substantivos que dão origem a outros, através dos processos de derivação.

derivados:

são os substantivos formados por processos de derivação, exceto a imprópria.

Os substantivos podem, ainda, ser simples ou compostos.

Flexões dos substantivos

Os substantivos flexionam-se em gênero, número e grau.

a) gênero:

Relativamente à flexão de gênero, os substantivos podem ser biformes ou uniformes. Os biformes, também chamados heterônimos, apresentam formas distintas para masculino ou feminino.

Exemplo:

homem/mulher.

Os substantivos uniformes separam-se em:

Epicenos:

Neste caso o gênero se indica com a adição dos designativos macho/fêmea.

Exemplos:

jacaré macho; jacaré fêmea.

Comuns de dois gêneros:

Caso em que o gênero é indicado pelo artigo ou pronome que o determinem.

Exemplos:

O/A estudante; O/A motorista etc.

Sobrecomuns:

O gênero só se revela no contexto, independentemente do artigo que os precede.

Exemplos:

O cônjuge (marido ou mulher); o carrasco (homem ou mulher); o caixa (homem ou mulher).

Existem substantivos que, sendo masculinos têm um significado, sendo femininos, têm outro.

Alguns exemplos:

O águia (indivíduo esperto)       A águia (ave de rapina)
O cabra (homem valente, rude) A cabra (animal)
O caixa (tesoureiro/tesoureira)  A caixa (recipiente)
O moral (o ânimo) A moral (ética, dignidade)
O rádio (aparelho receptor) A rádio (estação transmissora)

b) número:

Trata de singular ou plural. A flexão de número não causa problema a usuários da língua com preparo mediano, entretanto, sempre convém observar certas particularidades. Há, por exemplo, substantivos que só se empregam na forma de plural; chama-se pluralia tantum: os afazeres; as algemas; os anais; as bodas; as condolências; as custas (de um evento judicial); Os Estados Unidos; os idos; os parabéns etc.

É conveniente observar o plural dos substantivos compostos, embora haja discordância teórica entre muitos gramáticos.

1. Nos compostos sempre variam os elementos substantivos, adjetivos e numerais ordinais. Exemplos: couves-flores; amores-perfeitos; segundas-feiras.

Notas:

1. Se os compostos têm os núcleos unidos por preposição, apenas o primeiro elemento irá para o plural. Exemplos: pés de moleque; águas-de-colônia; marias-sem-vergonha.

Muitas vezes a preposição está implícita: cavalos-vapor (= cavalos-de-vapor)

2. Se o segundo elemento do composto indicar espécie ou semelhança, apenas o primeiro elemento irá para o plural. Exemplos: navios-escola; licenças-prêmio; cafés-concerto; canetas-tinteiro; macacos-prego, peixes-boi.

2. Nunca variam compostos formados por verbos, advérbios e preposições.

Exemplos:

Os quero-quero; os leva-e-traz. Os abaixo-assinados; os sem-terra.

c) grau:

Quanto ao grau, os substantivos podem se flexionar no aumentativo ou diminutivo, para expressar ideia de grandeza, afeto ou menosprezo. Exemplos: casarão, casinha, casebre, pobretão, menininha.

Deve-se observar que, apesar da forma aumentativa ou diminutiva, muitas palavras perderam a noção de grandeza. Exemplos: portão; cartão;  flautim; caderneta e outros.

ADJETIVO

Classe de palavras que servem para caracterizar um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, um estado, uma condição ou uma origem. Exemplos: homem honesto; moça triste; mulher pobre; cidadão coreano.

Flexões dos  adjetivos

Os adjetivos se flexionam em gênero, número e grau. Quanto ao gênero e número, concordam com o  substantivo a que se referem. Relativamente ao grau, é necessário algum cuidado.

Grau comparativo:

a) igualdade:

Esta cidade é tão importante quanto aquela.

b) Inferioridade:

Esta cidade é menos importante que (do que) aquela.

c) Superioridade:

Esta cidade é mais importante que (do que) aquela.

Grau superlativo:

Trata  de atribuir ao substantivo uma característica elevada ao grau máximo. Pode ser:

- superlativo absoluto analítico: quando se acrescenta um advérbio de intensidade ao adjetivo, sem flexioná-lo.

Exemplo:

Esta garota é muito linda.

- superlativo absoluto sintético: Forma-se com o emprego dos sufixos superlativos.

Exemplo:

Esta garota é lindíssima.

- superlativo relativo de superioridade: Destaca as característica de um ente em relação a um grupo.

Exemplo:

Esta garota é a mais bela da classe. Note-se, ele é a mais bela dentro do grupo: a classe.

- superlativo relativo de inferioridade: Destaca a inferioridade do ente no conjunto em que se insere.

Exemplo:

Esta garota é a menos bela da classe.

Nota:

As formas bomgrande e pequeno fazem comparativos e superlativos de modo irregular. Assim:

Normal Comparativo de superioridade Superlativo absoluto Superlativo relativo
Bom
Mal
Grande
Pequeno
melhor
pior
maior
menor
ótimo
péssimo
máximo
mínimo
o melhor
o pior
o maior
o menor

Locuções adjetivas

Expressões geralmente formadas de preposição e substantivo equivalentes a um adjetivo. Exemplo: Moça do Rio. (carioca).

Tabela de locuções adjetivas:

Locuções adjetivas

fratura do fêmur = r. femoral
unhas de fera = u. ferinas
configuração semelhante a ferradura  = c. hipocrepiforme
vontade de ferro (fig.) = v. férrea ou ferrenha
resíduos de fezes = r. fecais
mal do fígado = m. hepático
inimigo do fígado (fig.) = i. figadal
bola semelhante a figo = b. ficiforme
amor de filho = a. filial
pedra de fogo = p. ígnea
instrumento semelhante a foice = i. falciforme
paixão sem freio (fig.) = p. desenfreada ou infrene
nuvem de gafanhotos = n. acrídia
voos de gaivota = v. larídeos
arrogância de galo = a. alectória
passo de ganso = p. anserino
som da garganta = s. gutural
veia da garganta = v. jugular
agilidade de gato = a. felina
zona de gelo = z. glacial
música de guerra = m. marcial
zona de guerra = z. bélica
faixa de idade = f. etária
costumes da Idade Média = c. medievais
tribunal da Igreja = t. eclesiástico
pássaros de ilha = p. insulares
cenas de amor = c. eróticas
pedra semelhante a amora = p. rubiforme
hábitos de andorinha = h. hirundinos
plantações semelhantes a anel = p. anelares
doçura de anjo = d. angelical
poder de aquisição = p. aquisitivo
poder de arcebispo = p. arquiepiscopal
soldados sem armas = s. inermes
grão semelhante a arroz = g. orizóideo
praga de árvore = p. arbórea
animal de asas = a. alado
concha semelhante a asa = c. ansiforme
teimosia de asno = t. asinina
brilho dos astros = b. sideral
hábitos de ave de rapina = h. acipitrinos
tradição dos avós = t. avoenga
dor no baço = d. esplênica
homem sem barba = h. imberbe
mal da bexiga = m. vesical
dor no baixo-ventre = d. alvina
paço do bispo = p. episcopal
papel de bobo = p. truanesco
barba de bode = b. hircina
força de boi = f. bovina
asas de borboleta = a. papilionáceas
osso do braço = o. braquial
estátua de bronze = e. brônzea ou ênea
massa da cabeça = m. cefálica
Direito findado nos costumes = D. consuetudinário
arte de cozinha = a. culinária
homem sem crença = h. incrédulo
atitudes de criança = a. infantis ou pueris
terra sem cultura = t. árida ou inculta ou estéril
espetáculo de dança = e. coreográfico
impressões de dedo = i. digitais
teorema de Descartes = t. cartesiano
atitudes do diabo = a. diabólicas
brilho de diamante = b. adamantino
bens em dinheiro = b. pecuniários
obra de Direito = o. jurídica
trabalho de escravo = t. servil
ruptura do eixo = r. axial
ácido de enxofre = á. sulfúrico
água de enxofre = á. sulfurosa
espasmos do esôfago = e. esofágicos
fragmento de espelho = f. especular
planta de muitos espinhos = p. poliacanta
responsabilidade de esposa = r. uxoriana
responsabilidade de esposo = r. esponsal
hábitos de esquilo = h. ciurídeos
suco do estômago = s. gástrico ou estomacal
de boca = bucal
de baço = esplênico
massa de trigo = m. tritícea
cordão do umbigo = c. umbilical
manchas da unha = m. ungueais
sangue da veia = s. venoso
força do vento = f. eólia
ventos de verão = v. estivais
dente de marfim = d. ebóreo ou ebúrneo
população das margens dos rios  = p. ribeirinha
dentes do maxilar inferior = d. mandibulares
golpe de mestre = g. magistral
Partido da minoria = p. minoritário
correção da moeda = c. monetária
leis de Moisés = I. mosaicas
canto da morte = c. fúnebre
dose de morte = d. letal
região das nádegas = r. glútea
fossa do nariz = f. nasal
região do Norte = r. boreal ou setentrional
região da nuca = r. occipital
globo do olho = g. ocular
combustível sem odor = c. inodoro
andar de orangotango = a. pitecoide
pavilhão da orelha = p. auricular
fratura do osso do braço = f. umeral
época de ouro = é. áurea
nervo do ouvido = n. auditivo
amor de pai = a. paterno ou paternal
suco do pâncreas = s. pancreático
plantas de pântano = p. palustres
bula do Papa = b. papal
produto do paraíso = p. paradisíaco
festa da Páscoa = f. pascal
sindicato dos patrões = s. patronal
gente sem pavor = g. impávida
escamas de peixe = e. písceas
manchas da pele = m, epidérmicas
tecido da pele = t. epitelial
ave sem penas = a. impene
veias do pênis = v. penianas 
região do pescoço = r. cervical
depilação das pestanas = d. ciliar
atos de pirata = a. predatórios
filosofia de Platão = f. platônica
arrulhos de pombo = a. columbinos 
peste de porco = p. Suína 
vegetação do prado = v. pratense
voz de prata (fig,) = v. argentina
pessoa sem probidade = p. ímproba

pólipos do intestino = p. celíacos
ventos de inverno = v. hibernais
coloração da íris = c. iridiana
atitude de irmão = a. fraternal
inflamação do joelho = i. genicular
decisão de juiz = d. judicial
entrada do lado = e. lateral
porto de lago = p. lacustre
urro de leão = u. leonino
produtos de leite = p. lácteos
rastros de lesma = r. limacídeos
ácido de limão = á. cítrico
uivos de lobo = u. lupinos
nota de louvor = n. laudatória
fase da lua = r. lunar
expressão de macaco = e. simiesca
atitude de macho = a. máscula
dureza de madeira = d. lígnea ou lenhosa
coração de madrasta = c. novercal
amor de mãe = a. materno ou maternal
partido da maioria = p. majoritário
ar da manhã = a. matinal ou matutino
animais do mar = a. marinhos
navegação por mar = n. marítima
tônico do cabelo = t. capilar
leite de cabra = l. caprino
apetrechos de caça = a. venatórios

arte da caça com cães = a. cinegética
objeto semelhante a cacho = o. racemiforme
produtos de cal = p. calcários
fratura de calcanhar = f. talar
vida no campo = v. agreste ou campestre ou campesina ou rural
plantação de cana = p. arundinácea
fúria de cão = f. canina
folha semelhante a capuz = f. cuculiforme
época de Carlos Magno = e. carolíngia
prisão em casa = p. domiciliar
festas de casamento = f. conjugais
estátua de cavalo = e. equestre
gripe de cavalo = g. equina
hábitos de cegonha = h. ciconídeos
olhos em chamas = o. flamejantes
líquido sem cheiro = I. inodoro
estatueta de chumbo = e. plúmbea
águas da chuva = á. pluviais
perímetro da cidade = p. urbano
material de cobre = m. cúprico
agilidade de coelho = a. cunicular
nuvem semelhante a cogumelo = n. fungiforme
paz de convento = p. monástica ou monacal
ataque do coração = a. cardíaco
amigo do coração (fig.) = a. cordial
caixa do Correio = c. postal
pios de coruja = p. estrigídeos
região da costa = r. costeiro
dores nas costas = d. lombares
brilho das estrelas = b. estelar
zona de fábrica = z. fabril
região da face = r. facial ou genal
varinha de fada = v. feérica
Direito de Falência = D. falimentar
aspecto de fantasma = a. espectral ou lemural
mistura de farelo = m. furfúrea
massa de farinha = m. farinácea
homem sem fé = h. incrédulo ou descrente
mudança de sentido = m. semântica
lembranças de sonhos = I. oníricas
noites sem sono = n. insones
região do Sul = r. austral ou meridional
prazeres da terra = p. terrestres ou terrenos
seres da Terra (planeta) = s. terráqueos
força da terra (solo) = f. telúrica
osso da testa = o. frontal
caixa do tórax = c. torácica
força de touro = f. taurina
conselho de tio ou de tia = c. avuncular
de cobra = viperino
de cinza = cinéreo
de abelha = apícola
de abdômen = abdominal
de abutre = vulturino
de águia = aquilino
de aluno = discente
de andorinha = hirundino
de asno = asinino
cólica de rim = c. renal
navegação por rio = n. fluvial
plantas de rocha = p. rupestres
alimento sem sal = a. insípido
depósito de sal = d. salino
comida sem sal = c. insulsa ou insossa
exposição de selos = e. filatélica
solidariedade de abade = s. abacial 
distância de abismo = d. abissal
plantação de abóboras = p. cucurbitácea
sentença de absolvição = s. absolutória
voracidade de abutre = v. vulturina
área de acampamento militar = a. castrense
teor de açúcar = t. sacarino
tempos de Adão = t. adâmicos
honorários de advogado = h. advocatícios
planta da água = p. aquática
garra de águia = g. aquilina
objeto semelhante a agulha = o. acicular
reivindicação de aluno = r. discente
grão semelhante a ameixa = g. pruniforme 
inflamação das amídalas = i. tonsilar 
região da sobrancelha = r. superciliar
característica do som = c. fonética
língua de víbora = I. viperina
brilho de vidro = b. vítreo ou hialino
dor na virilha = d. inguinal
anomalia da visão = a. óptica
cordas da voz = c. vocais
carga de proteína = c, proteica
mal do pulmão = m. pulmonar
ruptura do pulso = r. carpática
ferida com pus = f. purulenta
nervo dos quadris = n, ciático
consistência de queijo = c. caseosa
esperteza de raposa = e. vulpina
chiado de rato = ch. murino
coroa de rei = c. real
brilho de raio ou de relâmpago = b. fulgural
greve de professores = g. docente

Concordância dos adjetivos compostos

Os adjetivos compostos flexionam normalmente o último elemento do composto, concordando com o substantivo a que se referem. Exemplos: Clínicas médico-cirúrgicas; Projetos médico-cirúrgicos.

Quando se referem a cores, sendo formado de palavra que indica cor + substantivo, ficará invariável. Exemplo: Vestidos amarelo-ouro; blusas amarelo-ouro. Entretanto se se forma com adjetivo, este faz a concordância: Vestidos amarelo-claros; blusas amarelo-claras.

Nota: Azul-marinho e azul-celeste são formas invariáveis.

ARTIGO

É o determinante de um substantivo, já que este, isolado, tem apenas uma ideia genérica. Desta forma, o artigo serve para selecionar um referente entre outros da espécie, particularizando-o, tornando-o específico, conhecido, determinado. Pode também o artigo fazer referência a um ente qualquer, não específico no conjunto. Por isto é que se dividem os artigos em definidos (o, a) e indefinidos (um, uma). Exemplos: Empreste-me a caneta! (trata-se de uma caneta já conhecida do emissor e do receptor). Empreste-me uma caneta. (trata-se de qualquer caneta de que o receptor disponha.

Além desses papéis, o artigo pode:

a) determinar o gênero do substantivo.

Exemplo:

O caixa; A caixa.

b) Determinar o número do substantivo:  O ônibus; Os ônibus.

c) Expressar ideia de intimidade.

Exemplos:

O João está dormindo. A Camila está na casa da avó.

d) Determinar nomes de alguns países, estados e cidades.

Exemplos:

O Brasil;  A Alemanha; O Rio de Janeiro.

Notas:

1. Há nomes locativos que não admitem artigo.

Exemplos:

Roma; Paris; Brasília.

2. Os locativos Minas Gerais, Alagoas e Recife podem ter artigo ou não, indiferentemente.

3. Nos nomes ilustres das Artes, das Ciências e da Religião não se emprega o artigo. Exemplos: Machado de Assis; Rousseau; Einstein; São Mateus.

4. Não se emprega o artigo antes do nome de Deus e de Jesus, exceto se modificados. Exemplos: O Deus dos cristãos, O Jesus dos gentios.

5. A palavra ambos é classificada como numeral substantivo.

NUMERAL

Classe de palavras que expressa noções quantitativas ou de sequência. Podem ser cardinais: 1,2,3,...; ordinais: 1º, 2º, 3º ...; multiplicativos: o dobro, o triplo, o quádruplo... e fracionários: terço, quarto (1/3; 1/4). É conveniente consultar boas gramáticas, relativamente aos usos dos numerais. Um caso, porém merece destaque:

Na numeração de reis, papas, capítulos, séculos, artigos emprega-se o numeral ordinal até décimo; daí em diante, passa-se a usar o numeral cardinal.

Exemplos:

Papa João Paulo II (Segundo); Papa João XXIII (vinte e três).

PRONOME

Classe de palavras que podem substituir o nome ou a ele referir-se. O pronome faz referência às pessoas do discurso, assim, flexiona-se em pessoa e número. Quando um pronome substitui o nome, chama-se pronome substantivo.

Exemplo:

Ele não está na sala.

Caso o pronome faça referência a um nome expresso, chama-se pronome adjetivo.

Exemplo:

Este José é um problema sério.

Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

A seguir, observe a lista dos pronomes chamados pessoais.

Pessoa
Retos
Oblíquos átonos
(usados sem preposição)
Oblíquos tônicos (usados com preposição)

S
I
N
G
U
L
A
R

Eu
Devolveram-me à vida
Ela quer falar contra mim
 
 
Ela fala com todos exceto comigo
Tu
Tu te feres ?
Junto a Ti ela é feliz
 
 
Contigo há Alegria e emoção
Ele/Ela
Eu o vi semana passada
Eles falam sempre de si
 
Ele a ajudou muito
Vá até ele e faça-o saber a verdade
 
Eu disse-lhe um segredo
A ela deram tudo: amor, saúde e proteção
 
Carla e Cristina Enganaram-se
Consigo há paz e plenitude

P
L
U
R
A
L

Nós
Põe-nos ali
Perante nós a vida desenrolou -se calmamente
 
 
Até conosco eles foram rudes
Vós podeis confiar em mim
Vós vos queríeis muito
Estava com vós outros
Eles/Elas
Soube inspirar-lhes
Em respeito a eles mantive-me quieto
 
Eu avisei-os
Elas
 
Antônio dominava-as a todas vencia-as
Ele critica todo mundo exceto si mesmo
 
Se
Consigo

VERBO

O verbo é palavra que expressa fatos, ações, fenômenos e estados, relativamente às pessoas gramaticais, no tempo e de algum modo (indicativo, subjuntivo, imperativo). Normalmente os verbos têm um sujeito (agente de um processo), mas há verbos que não têm sujeito.

Classificação dos verbos:

a) Conjugação: Depende da terminação do infinitivo: os que terminam em -AR, -ER/-OR e IR são, respectivamente, da 1ª, 2ª e 3ª conjugações. Exemplos: amar; vender e pôr, partir.

b) Regulares: Nunca alteram o radical e usam as mesmas "terminações" dos paradigmas (= modelos) de sua conjugação. Normalmente são paradigmas de conjugações: amar, vender, partir.

c) Irregulares: Podem alterar a forma do radical. Veja o presente do indicativo de fazer: faço, fazes etc. Notou a alteração no radical? Podem, também alterar a "terminação", não coincidindo com o verbo paradigma. Exemplo:  Estou. Verifique que o verbo estar, mesmo sendo da primeira conjugação, termina diferente do verbo amar, que é modelo da primeira conjugação.

d) Defectivos: São verbos aos quais faltam formas em alguns modos e/ou pessoas. Exemplos: chover, precaver-se, reaver etc.

e) Anômalos: Apenas os verbos ser e ir. São assim chamados devido às profundas alterações de formas. Eles são mais  "deformados" que os verbos irregulares.

f) Abundantes: Esses verbos possuem mais de uma forma para a mesma flexão. Em Português, a abundância é muito importante nas formas de particípio.

g) Auxiliares: Ajudam os verbos principais, quanto à conjugação. Exemplo: Estávamos falando muito!

Flexões dos verbos.

Verbos flexionam-se em:

1. tempo:

presente; pretérito perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeito e futuro do presente e do pretérito.

Presente:

Expressa o momento em que se enuncia o fato.

Exemplo:

Eu continuo aqui na sala.

Nota: O uso da língua inúmeras vezes utiliza um tempo verbal para enunciar fatos que não se inserem naquilo que a flexão ordinariamente impõe. São variações que trazem novo colorido à expressão ou servem para denotar um falar coloquial, informal. Entenda-se que nisto não há erro!

Exemplo:

Amanhã eu vou...

A forma vou, embora expressa no tempo presente, alude a um processo no futuro; equivale a irei.

Pretérito perfeito:

Normalmente expressa um processo já realizado, concluído.

Exemplo:

Eu já estudei toda a lição.

Pretérito imperfeito:

Denota  a interrupção de um processo, como se vê no seguinte exemplo: Ela chegava ao escritório, quando foi assaltada. Também pode o imperfeito denotar um fato habitual em tempo já passado.

Exemplo:

Ela fazia bordados quando era mocinha.

Pretérito mais-que-perfeito:

Denota que um fato é passado e mais antigo do que outro também passado. Atualmente a linguagem coloquial aposentou essa forma verbal.

Exemplo:

Eu estivera em sua casa, antes da reforma que patrocinei.

Futuro do presente:

Denota os episódios vindouros, o referencial é o momento presente: tudo quanto ainda vai ocorrer.

Exemplo:

Em breve terminarei este trabalho.

Futuro do pretérito:

Marca um processo futuro com referencial no passado.

Exemplo:

Eu terminaria este trabalho hoje, se o tivesse começado antes.

2.Modo:

indicativo, subjuntivo e imperativo.

Indicativo:

Serve para expressar um fato certo, crível, decidido, seja no presente ou no passado.

Exemplos:

Em leio bons livros.

Subjuntivo:

Modo em que o processo é hipotético, fica no campo da possibilidade; não da certeza.

Exemplos:

Talvez eu leia bons livros; É possível que ela ao cinema; Se eu refizer os exercícios...; quando nós remontarmos os móveis...

Imperativo:

Denota solicitação, ordem, pedido, súplica.

Exemplos:

Deixe-me em paz!; Não chegue aqui!

3. Voz:

ativa, passiva, reflexiva e recíproca.

4. Pessoa e número:

Forma assumida pelo verbo, para concordar com o sujeito. (Ver estudo do sujeito).

Formas nominais

Relativamente às formas nominais, isto é, não conjugadas em tempo, modo, pessoa e número, o verbo pode apresentar-se no infinitivo impessoal  (quando pessoal o infinitivo se diz flexionado), gerúndio e particípio.

Nota:

Nas conjugações há tempos simples: o verbo se expressa em uma só palavra: “ Eu falo.” ,  ou num conjunto de dois ou mais verbos (com verbo auxiliar): “ Eu tinha falado.”

ADVÉRBIO

Classe de palavra, dada como invariável, que modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Com modificar quer-se dizer que o advérbio sempre acrescenta um “dado novo”, no dizer de Celso Cunha. O advérbio expressa uma circunstância em que se dá o processo verbal, intensifica um adjetivo ou outro advérbio. São várias as circunstâncias expressas pelo advérbio: tempo, modo, lugar, causa, condição, concessão, finalidade etc., compreendidas no contexto em que estiver o advérbio.

Exemplo:

A estátua foi feita em bronze. O termo em bronze, nesse contexto expressa idéia de matéria. Trata-se, assim, de adjunto adverbial de matéria.

INSTRUMENTOS RELACIONAIS: PREPOSIÇÕES E CONJUNÇÕES

Chamamos preposição à palavra que estabelece uma relação de subordinação entre dois termos e uma oração. Enfim, a preposição serve para “fechar” o sentido entre dois termos. Se observarmos dois  vocábulos: casa e pães, notaremos que não há qualquer relação de significado entre eles. Vejamos, agora, a seqüência: casa de pães. É preciso dizer mais? As preposições dividem-se em essenciais (sempre são preposições) e acidentais (palavras e expressões que podem funcionar, eventualmente, como preposições. Há, também expressões que se chamam locuções prepositivas: duas ou mais palavras com valor de preposição. Observe os quadros seguintes:

Preposições Simples

Formada por uma só palavra.

A

Com

Em

Por (Per)

Ante

Contra

Entre

Sem

Após

De

Para

Sob

Até

Desde

Perante

Sobre

     

Trás

Locuções Prepositivas

A cerca de

Abaixo de

Ao lado de

Perto de

A Respeito de

Embaixo de

Ao lado de

Por trás de

De acordo com

Acima de

Em frente a

Junto a

Graças a

Em cima de

Em redor de

Junto de

Para com

Por cima de

   

Por causa de

     

Conjunções

Conjunções, também chamadas conectivos, servem para relacionar dois termos, numa relação de adição: José e Antônio saíram cedo. Relacionam também as orações coordenadas (sindéticas) e as orações subordinadas (substantivas e adverbiais).

Exemplos:

Ela estuda muito mas não progride. (conjunção coordenativa sindética adversativa).
Disse-nos que não tinha interesse na compra do carro. (conjunção subordinativa integrante).
Fico feliz com o resultado, embora esperasse coisa melhor. (conjunção subordinativa adverbial concessiva).

A identificação e a classificação das conjunções é assunto que se esclarece melhor no estudo do período composto.

Sumário

- Substantivo
- Adjetivo
- Artigo
- Numeral
- Pronome
- Verbo
- Advérbio
- Instrumentos relacionais: preposições e conjunções

Áreas exclusivas para assinantes