Formação das Cidades e a Hierarquia Urbana

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Formação das Cidades e a Hierarquia Urbana

A hierarquia urbana é a forma como as cidades se organizam dentro de uma escala de subordinação: cidades menores se subordinam a cidades médias e estas a cidades grandes. É por meio da hierarquia urbana que se identifica a importância de uma cidade.

 FORMAÇÃO DAS CIDADES

Duas são as origens das cidades:

CIDADES NATURAIS OU ESPONTÂNEAS são povoados rururbanos que, progressivamente, desenvolveram-se e se transformaram em cidades. São povoados próximos aos rios e mares ou situados à beira de rodovias, quase sempre em locais de parada obrigatória (presença de restaurantes, postos de gasolina, atrações turísticas, etc.).

Alguns exemplos são: Paris (França), Berlim (Alemanha), Londres (Inglaterra), Xangai (China), Tóquio (Japão) e São Paulo (Brasil).

CIDADES PLANEJADAS OU ARTIFICIAIS são cidades construídas sob encomenda dos governos, nascendo prontas como cidades e, normalmente, destinadas a cumprir a função de sedes de governo (capitais de países). Quando de sua fundação, as cidades planejadas não apresentam os contrastes típicos das cidades naturais. No entanto, com o passar do tempo, o crescimento demográfico, a criação de subúrbios e políticas administrativas descuidadas causam os mesmos problemas sociais e de urbanismo das cidades naturais, fugindo do planejamento inicial.

Alguns exemplos são: Washington (EUA), Brasília, Belo Horizonte, Aracaju, Goiânia, Teresina (Brasil), Islamabad (Paquistão) e Canberra (Austrália).

Osaka, Japão
Osaka, Japão

FUNÇÃO URBANA

Em todas as cidades, principalmente nos grandes centros urbanos, inúmeras são as atividades econômicas, políticas, sociais e culturais. Contudo, muitas cidades são cenários de uma atividade principal, que é a função da cidade. Essa pode ser:

- ADMINISTRATIVAS OU POLÍTICAS - sedes de governo (Brasília, Washington).

- CIDADES TURÍSTICAS - onde existem atrações turísticas gerando grande movimento comercial. Exemplos: Roma (Itália), Atenas (Grécia), Ouro Preto (Brasil) e estações de águas termais e de repouso a exemplo de Poços de Caldas (Minas Gerais).

- CIDADES PORTUÁRIAS - centros urbanos cujo grande comércio se deve à presença de portos importantes. Cidades como Hamburgo (Alemanha), Roterdã (Holanda) e Santos (Brasil).

- CIDADES INDUSTRIAIS - dotadas de grandes instalações fabris tais como São Bernardo e Franca (Brasil), Manchester (Inglaterra) e Detroit (EUA).

- CIDADES DE PESQUISA CIENTÍFICA E DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA - áreas dedicadas à estudos científicos e suas aplicações tecnológicas. Um bom exemplo são as cidades que fazem parte do Vale do Silício como Palo Alto e Santa Clara.

- CIDADES MILITARES - sede de escolas ou bases militares a exemplo de Norfolk (EUA), Resende (Brasil) e Port Said (Egito).

- CIDADES RELIGIOSAS - centros urbanos que atraem fiéis de alguma religião. Exemplos: Aparecida (São Paulo) e Meca (Arábia Saudita).

- CIDADES CULTURAIS OU UNIVERSITÁRIAS - sedes de importantes universidades como Oxford (Inglaterra).

- CIDADES COMERCIAIS - centros urbanos dotados de grandes lojas comerciais, a exemplo de São Paulo (Brasil) e Nova Iorque (EUA).

O ESPAÇO URBANO

O espaço urbano é a área onde a cidade está localizada e a extensão e tipo de terreno  por ela ocupada.

A principal relação entre a cidade e a paisagem é denominada de situação geográfica.  Em muitas regiões do Brasil, surgiram cidades gêmeas, que nasceram num mesmo período ou, progressivamente, agruparam-se, devido à proximidade física, atividades econômicas semelhantes ou funções administrativas comuns.  As cidades gêmeas dão a impressão para um visitante de que são uma única e mesma realidade urbana, mas, de fato, são duas cidades separadas por ferrovia, rio ou até mesmo por uma rua.  Exemplos de cidade gêmeas: Santos e São Vicente (São Paulo), Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) e Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai). 

Os geógrafos dão a denominação de rede urbana ao conjunto de cidades localizadas numa mesma área e que por esse motivo, estabelecem relações de vizinhança e interdependência.  De fato, em toda rede urbana existem cidades de maior ou menor importância ou que desempenham papéis econômicos diferenciados e específicos, gerando uma hierarquia urbana, pela qual as cidades dependem umas das outras.

Relações entre as cidades em uma rede urbana

A HIERARQUIA URBANA

CAPITAL REGIONAL - cidade principal de rede urbana, que é o centro comercial ou industrial de um aglomerado de cidades que vive em função dela.

METRÓPOLES - cidades que, por razões econômicas ou político-administrativos, controlam as relações entre várias regiões urbanas. As metrópoles podem ser nacionais ou regionais.

METRÓPOLE NACIONAL - sede política e administrativa de um país. Exemplos: Paris (França), Lisboa (Portugal), Praga (República Tcheca), Moscou (República da Federação Russa), Brasília (Brasil).

METRÓPOLE REGIONAL - capitais dos estados ou cidades que, pelo seu tamanho e pela sua importância econômica, são o centro urbano de grandes extensões onde estão presentes várias redes urbanas.  Exemplos: São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil), Nova Iorque e São Francisco (EUA), Hamburgo e Munique (Alemanha), São Petersburgo (República da Federação Russa).

O FENÔMENO DA CONURBAÇÃO

Quando duas ou mais cidades, em razão de um constante processo de crescimento, acabam se juntando e formando um único conglomerado urbano, ocorre o fenômeno da conurbação, isto é, a junção de duas ou mais realidades urbanas próximas entre si.  Um típico exemplo de conurbação em nosso país é o ajuntamento de cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e Diadema.  Em Pernambuco, Recife e Olinda são também um modelo de conurbação, sendo, hoje em dia, Olinda uma cidade dormitório, isto é, cidade cuja população reside num núcleo urbano e trabalha numa cidade próxima. 

Nos países desenvolvidos e, também, nos oásis economicamente prósperos das nações subdesenvolvidas, existem áreas repletas de cidades, situadas entre duas grandes metrópoles.  São as megalópoles, cujos nomespróprios lembram as iniciais das denominações das metrópoles que comandam a região.  Nos Estados Unidos, Boswash, região compreendida entre Boston e Washington, Sansan, entre São  Diego e São Francisco e o Chpitts, as cidades localizadas entre Chicago e Pittsburgh são modelos de megalópoles.

OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DAS GRANDES CIDADES

CRESCIMENTO DESORDENADO - quer sejam planejadas ou naturais, as grandes cidades, em razão de suas importantes funções comerciais, industriais, culturais ou administrativas, tendem a crescer rapidamente e de maneira incontrolável.  Outro fator de expansão caótica é a especulação imobiliária, ou seja, o interesse das empresas construtoras, em razão dos altos preços por metro quadrado, de edificar rapidamente e sem qualquer controle de um número cada vez maior de prédios. 

TRÂNSITO "ENGARRAFADO" - o excesso de automóveis e a deficiência dos transportes públicos causam grandes congestionamentos, que retardam a locomoção dos habitantes da cidade, provocando atrasos nos encontros, comerciais e privados, entre as pessoas, além de perdas financeiras, e  no aspecto  psicológico, tensão emocional nos habitantes.

trânsito

EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA - as grandes cidades, pela sua importância econômica e pela maior oferta de empregos tornam-se áreas de atração de habitantes de outras regiões.  Isto, além da natalidade, "incha" as metrópoles, acabando por gerar desemprego, pois passa a ocorrer maior oferta de mão de obra do que procura, mendicância e violência.

CONTRASTES ENTRE BAIRROS - as cidades grandes acabam por se dividir entre três partes: o "centro" sede de bancos, grandes lojas e empresas, "bairros ricos", habitados pelas pessoas de maiores posses e a "periferia", bairros distantes do "centro" e  dos "bairros ricos" e, quase sempre desprovidos de água encanada, rede de esgoto, energia elétrica e pavimentação.

Sumário

- Formação das Cidades
- Função Urbana
- O Espaço Urbano
i. A Hierarquia Urbana
- O Fenômeno da Conurbação
- Os Principais Problemas das Grandes Cidades