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EUROPA: ASPECTOS HUMANOS
A população total da Europa é de aproximadamente 733 milhões de habitantes (2013). Em termos demográficos, é o continente mais estável do planeta, apresentando reduzidos índices de natalidade e de mortalidade e um baixo crescimento vegetativo (0,2% ao ano). Na Europa, a densidade demográfica média é de 30 habitantes por habitantes por km². A distribuição de sua população é bastante regular, se comparada com as outras regiões do planeta. Mesmo assim, existem áreas pouco habitadas, principalmente nas regiões setentrionais e nas zonas de relevo elevado, onde o frio extremo não permite a fixação de contingentes populacionais, atuando como agente anecúmeno.
Do ponto de vista étnico, a Europa é bastante homogênea, já que aí predominam populações de cor branca. Entretanto, em função de sua turbulenta história - marcada por inúmeras guerras, sucessivas invasões, aparecimento e queda de vários impérios e constantes migrações, -, o continente europeu apresenta um variado mosaico étnico, em razão das diferentes raízes da sua população. De maneira simplificada, podemos identificar os seguintes grupos étnicos:
GRUPOS ÉTNICOS EUROPEUS
- NÓRDICOS - de origem germânica, povoam as regiões norte-ocidentais do continente.
- ESLAVOS - de origem indo-europeia, habitam o centro e o leste do continente.
- CELTAS - de origem caucasiana indo-germânica, são a raiz étnica de inúmeros povos presentes na porção centro-ocidental do continente (principalmente os bascos e os gaélicos).
- MEDITERRÂNEOS - uma mescla de etnias (principalmente, latinos, celtas e mouros, habitantes da Europa Meridional, particularmente a Península Ibérica (Portugal e Espanha).
O panorama linguístico da Europa confirma a sua variada origem étnica: centenas de idiomas são falados no Velho Mundo. Destacando-se os seguintes troncos linguísticos: o latino, o germânico, o céltico, o grego e o eslavo, além de línguas específicas de certas comunidades, tais como o basco, o finlandês e o húngaro (ramo linguístico fino-hungro e o turco).
AS MIGRAÇÕES
A partir dos séculos XVI e XVII, em razão das "Grandes Navegações", europeus começaram a emigrar para outros continentes, particularmente a América. Os recorrentes ciclos de crises experimentados pelo Velho Continente acentuar esse processo. Após a Segunda Guerra Mundial, a circulação populacional se inverteu: a prosperidade europeia passou a atrair imigrantes, principalmente os provenientes das ex-colônias europeias na África e na Ásia. Nos anos 60 e 70, essa imigração foi bem recebida, pois, na ocasião, era fundamental suprir a falta de mão de obra.
A Europa é a região do mundo que mais atrai imigrantes: 48.9 milhões de pessoas. Em 2011, quase 10% da população que residia em algum país da União Europeia havia nascido em outro: um-terço desses imigrantes (16.5 milhões) havia nascido em outro país que faz parte da União Europeia e o restante, 32.4 milhões, havia nascido em outras regiões do mundo.
Em 2012, os países europeus que continham o maior número de imigrantes eram: Alemanha (7.4 milhões), Espanha (5.5 milhões), Itália (4.8 milhões), Reino Unido (4.8 milhões) e França (3.8 milhões).A imigração é responsável por grande parte do crescimento populacional do continente europeu. Os países de onde originou o maior número de pessoas que adquiriram cidadania de um país pertencente à União Europeia são Marrocos, Turquia, Equador, Argélia e Iraque.
Atualmente, devido à recessão econômica e o aumento do desemprego, há na Europa um aumento da hostilidade contra imigrantes. Tais sentimentos são mais visíveis em países com a França, a Alemanha e a Inglaterra, onde o racismo e a xenofobia não são incomuns. Apesar de os governos europeus condenarem a hostilidade contra imigrantes, eles tomam medidas repressivas para conter o fluxo de imigrantes ilegais. De fato, isso é um tema corrente em campanhas eleitorais.
O colapso da União Soviética na década de 1990 provocou levas migratórias de populações eslavas para a Europa Ocidental, onde proliferam atitudes de repúdio à essas migrações. Logo após o fim da União Soviética, falava-se que havia “duas Europas”: a próspera Europa Ocidental, a dos “ricos”, e a “outra Europa”, a Oriental, desequilibrada e tentando se reerguer dos estragos produzidos pelo totalitarismo soviético. Hoje, ainda há uma diferença econômica entre essas “duas Europas”.
É importante ressaltar que desde o início da década de 1990 até a crise financeira mundial de 2008, os países da Europa Central e Oriental tiveram um forte crescimento econômico que superou o de outros países mais desenvolvidos. Ao abandonarem o sistema político-econômico socialista, países como a Bulgária, a Croácia, a República Tcheca, a Hungria, a Polônia, a Romênia, a Eslováquia e a Eslovênia tiveram um desempenho invejável. Contudo, desde a crise de 2008, tais países têm enfrentado dificuldades para crescer economicamente.
O PADRÃO DE VIDA EUROPEU
O Velho Continente, principalmente em sua região ocidental, apresenta, atualmente, um quadro extremamente positivo quanto ao padrão de vida de suas populações. A taxa de mortalidade infantil (número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre 1000 nascidas vivas em uma determinada época) é uma das mais baixas do planeta. Veja o quadro comparativo abaixo:
MORTALIDADE INFANTIL |
||||
1980-85 |
1985-90 |
1990-95 |
2005-10 |
|
MUNDO |
79 |
70 |
62 |
46 |
África |
116 |
103 |
95 |
69 |
América Latina |
61 |
54 |
47 |
34 |
América do Norte |
11 |
10 |
8 |
6 |
Ásia |
83 |
72 |
62 |
44 |
Europa (sem a Rússia) |
15 |
13 |
10 |
7 |
Oceania |
30 |
26 |
22 |
16 |
Rússia |
26 |
24 |
21 |
12 |
Fonte: "O Mundo hoje - anuário econômico e geopolítico mundial" (Ed. Ensaio)
Além disso, a expectativa de vida (cálculo do tempo de vida que a criança, ao nascer, terá), refletindo as boas condições sanitárias da região e de saúde da população, é bastante alta
EXPECTATIVA DE VIDA |
||||
1980-85 |
1985-90 |
1990-95 |
2005-10 |
|
MUNDO |
62,1 anos |
63,9 anos |
65 anos |
70 anos |
África |
49,6 anos |
52 anos |
53 anos |
60 anos |
América Latina |
65,2 anos |
66,7 anos |
68 anos |
71 anos |
América do Norte |
74,7 anos |
75,6 anos |
76 anos |
78 anos |
Ásia |
60,5 anos |
62,7 anos |
65 anos |
70 anos |
Europa (sem a Rússia) |
73,5 anos |
74,4 anos |
75 anos |
77 anos |
Oceania |
70,1 anos |
71,3 anos |
73 anos |
75 anos |
Rússia |
67,9 anos |
70 anos |
70 anos |
74 anos |
Fonte: "O Mundo hoje - anuário econômico e geopolítico mundial" (Ed. Ensaio)
Além dos dados expostos acima, outros índices expressam o alto padrão de vida das populações europeias, principalmente, como já dissemos, na área ocidental do continente: analfabetismo quase inexistente, elevado número de pessoas com escolaridade superior e renda per capita (quantidade de dinheiro que cada habitante receberia se toda renda do país fosse igualmente distribuída entre todos os seus habitantes) por volta de US$ 22.000 (vinte e dois mil dólares).
Sumário
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