África - Economia

  • Home
  • África Economia

África - Econômia

A economia da África tem sua base econômica assentada na agropecuária de subsistência e no extrativismo mineral de exportação. A economia de mercado, característica dos países capitalistas, é muito pouco desenvolvida, já que as estruturas sociais, o baixo índice de industrialização e a pequeno poder de consumo impedem um dinamismo econômico interno. Em inúmeras regiões, ainda eminentemente tribais, predominam a propriedade coletiva da terra, o que não implica igualdade social pois, em função da hierarquia tribal, os bens são distribuídos em porções muito diversas.

A AGROPECUÁRIA

O território africano, cuja diversidade de climas e solos permite uma produção de vários bens agrícolas, é, entretanto, marcado por problemas climáticos, tais como aridez, secas ou chuvas regulares, que prejudicam as plantações. Deve-se ressaltar também que raros são os solos verdadeiramente férteis, que só existem na África Oriental, onde predominam rochas vulcânicas (as famosas "terras roxas").

A agricultura na África Subsaariana é levada a efeito sob duas formas básicas: a de subsistência e a plantation. A primeira, realizada em solos pobres, cultiva mandioca, arroz, milho, banana, feijão, pimenta, sorgo, batata e inhame. Esse sistema agrícola, de caráter itinerante, apresenta baixa produtividade, consistindo em derrubada da vegetação, queimada e plantio; esgotado o solo de uma determinada área, o mesmo processo é repetido em outra. Calcula-se que a agricultura de subsistência concentra a grande parte da população ativa do continente.

Mapa da África - AGROPECUÁRIA

As plantations, localizadas em áreas de solos férteis e atreladas a interesses internacionais, produzem fundamentalmente para a exportação, destacando-se o cacau, a borracha, o amendoim, o café, o tabaco, o algodão, a cana e o sisal. Abundantes nos mercados mundiais, tais produtos são muito pouco valorizados, obtendo preços ínfimos e pouco rendendo para os países exportadores. Ocupando grandes áreas, as plantations reduzem o espaço dos cultivos de subsistência, aumentando as taxas de fome e subalimentação no continente. Além disso, a concentração fundiária causa o êxodo rural e um consequente inchaço urbano.

No Continente Negro, a pecuária é pouco desenvolvida em função do predomínio de climas secos e quentes, da existência de desertos e densas florestas, da falta de recursos tecnológicos para o aprimoramento dos rebanhos, da rara utilização de uma moderna zootecnia, para permitir a adaptação do gado as difíceis condições naturais e, por fim, a quase inexistência de mercado interno com efetiva capacidade de compra, já que as populações locais são de baixa renda.

O EXTRATIVISMO MINERAL

A antiguidade da formação geológica e sua origem cristalina determinam a presença de inúmeros recursos minerais na África Negra, que possui um dos mais ricos subsolos do mundo. Esse fato, entretanto, não traz grandes benefícios às populações do Continente, pois as companhias mineradoras africanas, em sua grande maioria, são apropriadas ou controladas pelo capital internacional, já que para as nações industrializadas é fundamental assegurar o controle desse tipo de material. As rendas auferidas pelo extrativismo mineral são, normalmente, ou desviadas para os bolsos dos corruptos tiranos locais ou, quando obtidas por contrabando, sustentam as numerosas milícias que ensanguentam a região. No afã de obter lucros, as lideranças africanas estão provocando o esgotamento das reservas minerais. Os principais minérios africanos são:

OURO- um dos maiores produtores mundiais é a África do Sul, onde também são abundantes o ferro, o cromo, o manganês e o carvão.

DIAMANTE - a República Democrática do Congo, seguida por Botsuana e a África do Sul.

COBRE - um dos maiores produtores é Zâmbia, rica também em cobalto.

PETRÓLEO - destacando-se em sua extração a Nigéria, Guiné Equatorial, Angola e Gabão. A costa da África Ocidental tem grande potencial de produção de petróleo.

CARVÃO - África do Sul.

MANGANÊS - a África do Sul e o Gabão.

Mapa - África Recursos Minerais

Em resumo:

Grandes reservas minerais africanas: cromo, diamante, manganês, cobalto, bauxita, urânio, vanádio e cobre.

Além da importância do Continente Africano para a obtenção de matérias-primas minerais e energéticas vitais para as economias dos países desenvolvidos, deve-se ressaltar o seu valor geopolítico: a rota marítima do Cabo, usada pelos grandes petroleiros; o acesso ao Oceano Índico e o controle do Mar Vermelho e sua ligação com o Mediterrâneo. Na África, ocorre uma convergência entre os interesses econômicos e as razões geopolíticas.

INDUSTRIALIZAÇÃO

Área extremamente subdesenvolvida, a África conhece uma indústria ainda bastante incipiente, responsável por uma parcela pequena do Produto Interno Bruto (PIB) do Continente. Ao longo do período imperialista, as nações ocidentais, interessadas em matérias primas, só permitiram o florescimento de atividades minerais e agrícolas para exportação, o que retardou o processo de industrialização. Desde o início da descolonização, algumas poucas indústrias de transformação vêm sendo implantadas, quase sempre em portos, pois seus produtos, bastante simples, são destinados aos mercados externos. O maior oásis industrial do Continente é a África do Sul.

Num mundo cada vez mais globalizado, a ausência de uma sociedade de consumo em larga escala coloca o mercado africano em segundo plano.

ÁFRICA SETENTRIONAL

Mapa - ÁFRICA SETENTRIONAL

ÁREA - 5.600.000 km²

MAIORES CONCENTRAÇÕES DEMOGRÁFICAS - no litoral do Maghreb (que significa "região ocidental", compreendendo Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia) e o Vale do Nilo

ECONOMIA - agropecuária: no Maghreb, cereais, figueiras, oliveiras e pastoreio nômade de camelos, bovinos e caprinos;  nas planícies, como consequência da ocupação francesa desenvolve-se uma agricultura comercial, destacando-se oliveiras, videiras, trigo, ameixeiras, tamareiras e palmeiras oleaginosas; no Vale do Nilo temos a produção de algodão  e cana-de-açúcar para o mercado externo. No Egito, a construção das hidrelétricas de Assuã e Assiut, se puseram fim às enchentes do Nilo, provocaram danos ao meio ambiente e o término da agricultura tradicional, levando milhares de pequenos camponeses, que praticavam uma agricultura de subsistência, a abandonar suas terras e migrar para as cidades

RECURSOS MINERAIS - petróleo e gás  natural (na Argélia e na Líbia, nações filiadas à Organização de Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP); fosfato (Líbia e Argélia); ferro (Tunísia e Marrocos) e potássio (Egito, Tunísia, Marrocos e Argélia)

África - Mapa Economia

ÁFRICA MERIDIONAL

A África Meridional ou Austral compreende os seguintes países: África do Sul, Botsuana, Lesoto,  Namíbia e Swazilândia.

Mapa - ÁFRICA MERIDIONAL

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde a elaboração, ainda na década de 50, do conceito de "revolução africana", cujo grande teórico foi o sociólogo Frantz Fanon, a evolução do Continente conheceu as seguintes etapas: uma breve euforia pós-independência, a instauração de partidos únicos ou a tomada do poder por militares, ampla estatização da economia, esperança de democratização que, infelizmente, não foi cumprida pois, hoje, o cenário político da África volta a conhecer restaurações autoritárias tendo como pano de fundo violências e crises de identidade. Para o futuro, a grande incógnita é saber se o Continente copiará o exemplo da África do Sul, que conseguiu uma reconciliação nacional após séculos de dominação colonial e discriminação racial institucionalizada, ou afundará de vez na miséria, no caos, no obscurantismo e no sangue. Mais que nunca, a África é um "Continente esquecido" pelas grandes potências mundiais. De fato, enquanto perdurou a "Guerra Fria", o solo africano foi palco de conflitos tribais travestidos de luta ideológica entre formações sociais populistas e outras que apregoavam o capitalismo e a democracia liberais. Hoje, num mundo marcado pela hegemonia norte-americana e pelo discurso neoliberal, a África quase nada representa.

Após a "revolução" liderada por Laurent-Désiré Cabila, no ex-Zaire (atualmente República Democrática do Congo), surgiu um terceiro modelo político-econômico que, transcendendo o nacionalismo socializante e os projetos de democracia liberal de base capitalista, fundiu o autoritarismo com o liberalismo econômico. Essa zona de fusão dos dois "elos" se revelou um vasto campo de batalha de uma guerra regional de esdrúxulas coligações. Para as etnias Hutu e Tutsi, a região dos Grandes Lagos nada mais é do que o cenário para um conflito presidido pela lógica do extermínio genocida.

Se antes, o slogan "a África para os africanos" inspirara a descolonização libertária e reformista, hoje ele serve aos interesses ocidentais, que, exclusivamente consistem na exploração dos recursos locais e na venda de serviços e produtos tecnologicamente sofisticados (notadamente na área das telecomunicações), apregoam que o desenvolvimento do Continente Negro é uma questão meramente africana. Podemos resumir a posição ocidental como a de "trade not aid" ("comércio, não ajuda"). Ignorando a triste realidade africana, os países desenvolvidos realçam o conceito de que o desenvolvimento africano, um problema local, só será resolvido pela integração do Continente na globalização.

Sumário

- A Agropecuária
- O Extrativismo Mineral
- Industrialização
- África Setentrional
- África Meridional
- Considerações Finais

Áreas exclusivas para assinantes