Tecidos secretores - Tecidos de sustentação - Sistema vascular

  • Home
  • Tecidos Secretores Tecidos De Sustentação Sistema Vascular

Os tecidos secretores

Os tecidos secretores dos animais originam-se dos epitélios. Nos vegetais há também estruturas secretoras, embora apenas algumas sejam de origem epidermal, como por exemplo, os pelos secretores.

É comum nas plantas a ocorrência de várias estruturas secretoras localizadas em regiões internas das folhas ou em tecidos periféricos de caules e raízes.

O termo secreção é usado para produtos que possuem uma determinada importância fisiológica no organismo. Já a palavra excreção é usada para designar a eliminação de resíduos do metabolismo.

Nos animais, podemos dizer, então, que o produto de uma glândula sudorípara, o suor, é uma "excreção" e que as lágrimas, os sucos digestivos e os hormônios são secreções. Nos vegetais, no entanto, nem sempre é fácil a distinção entre secreções e excreções.

É verdade que uma forma de as plantas neutralizarem o efeito de determinadas substâncias de excreção, tóxicas, é transformá-las em produtos insolúveis, como cristais e granulações, que permanecem inertes nos vacúolos.

Certos produtos finais do metabolismo, solúveis ou não, podem ter importante papel de proteção de determinadas espécies de plantas. É o caso de resinas, taninos, alcaloides e cristais de oxalato de cálcio que tornam desagradável o sabor do vegetal, dificultando o seu consumo pelos herbívoros.

Além dos pelos, as estruturas secretoras mais comuns são:

Nectários

Formações glandulares, abertas, geralmente associadas às flores, que elaboram uma solução açucarada, o néctar. As aves que buscam o néctar podem efetuar a polinização de tais flores (ornitofilia). No maracujá, os nectários são extraflorais, localizando-se nos pecíolos das folhas.

Tubos laticíferos

Conjuntos de canais ramificados por onde circula uma secreção branco-leitosa, o látex. Em contato com o ar, o látex coagula rapidamente, facilitando o fechamento e a cicatrização de ferimentos no corpo da planta.

Os tubos laticíferos ocorrem em várias famílias de plantas, como Euforbiáceas (Hevea brasiliensis = seringueira), Moráceas (figueiras) e Apocináceas (Nerium oleander = espirradeira).

Canais resiníferos

Tubos longos, cujas células parietais eliminam resinas para o seu interior. Estas substâncias resinosas têm função semelhante ao látex e são típicas dos pinheiros, sendo responsáveis pelo odor característico destas plantas.

As resinas também protegem os tecidos contra o ataque de bactérias e fungos nos locais de ferimentos em cicatrização.

Bolsas secretoras

Formações globosas que acumulam secreções, geralmente oleosas ou perfumadas, num espaço central.

Se este espaço se origina por afastamento das células secretoras, fala-se em bolsa esquizógena (esquizo = fender). Elas ocorrem nas folhas de Mirtáceas, como os eucaliptos.

Se o espaço resulta de dissolução das membranas celulares e, portanto, da fusão das células secretoras centrais, fala-se em bolsa lisígena (lise = destruição). São encontradas no fruto (pericarpo) de plantas cítricas, como laranjas e limões.

Cristais

Os cristais podem se apresentar sob diferentes formas e composições químicas. Os mais comuns são os de carbonato de cálcio (CaCO3 ) e oxalato de cálcio (CaC2O4).

Nas folhas de certas figueiras (Ficus), sob a epiderme, há grandes cristais de carbonato de cálcio (CaCO3), os cistólitos. Muito difundidos são os cristais de oxalato de cálcio (CaC2O4), dos tipos drusas e ráfides. Estas últimas são conjuntos de cristais aciculares (em forma de agulha), dispostos em feixes.

Tecidos de sustentação (mecânicos)

Colênquima

Células vivas e alongadas, geralmente com cloroplastos. As paredes são espessas, sem lignina. Ocorre espessamento característico: angular ou lamelar. Aparece logo abaixo da epiderme.

Esclerênquima

Composto por células mortas. As paredes são espessas, apresentando lignina. Destacam-se dois tipos de células: esclereídeos e fibras. Ocorre logo abaixo do colênquima e/ou ao redor de feixes vasculares.

Sistema vascular

O sistema vascular das plantas é formado pelo xilema e pelo floema, tecidos cuja função é o transporte de seiva. O xilema ou lenho é um tecido responsável pelo transporte de seiva bruta (água e sais minerais), enquanto o floema ou líber é um tecido condutor da seiva elaborada (rica em substâncias orgânicas derivadas da fotossíntese).

O xilema tem, além da função de transporte, a função de sustentação nas plantas com crescimento secundário.

Tanto no xilema como no floema existem vários tipos de células, que podem ter origem de meristemas primários ou secundários.

Considerando o xilema e floema secundários já formados, as células que ocorrem nesses tecidos são dos seguintes tipos:

 

tipos de células

principais funções

xilema

elementos traqueais (células mortas)

  • traqueideos
  • elementos de vasos

condução de seiva bruta

fibras (células mortas)

células de parênquima (vivas)

floema

elementos crivados (células vivas)

  • células crivadas
  • elementos de tubos crivados (com células companheiras)

condução de seiva elaborada

fibras (células mortas)

sustentação

células de parênquimas (vivas)

reserva e translocação de substâncias de reserva

 

As células do parênquima que ocorrem no xilema, além de atuar como células de reserva de nutrientes, podem emitir expansões protoplasmáticas que penetram nos vasos xilemáticos velhos ou que sofreram ferimentos, provocando obstrução desses vasos. Essas expansões são denominadas tilas ou tilos e inativam os vasos quanto à função de transporte, que passam a atuar apenas como elementos de sustentação mecânica.

No floema, as únicas células condutoras são os vasos liberianos ou vasos crivados. Eles se formam pela superposição de células vivas, alongadas, de paredes finas, sem lignificação. Os septos ou membranas transversais, entre essas células, não são completamente dissolvidos, ficando com um aspecto característico de crivos (placas crivadas). Uma placa crivada permite a total continuidade de matéria viva entre duas células superpostas, uma vez que, pelos seus poros, o protoplasma emite filamentos de ligação entre elas.

As pontuações que existem nas paredes celulares dos elementos traqueais podem ser simples ou areoladas, sendo que esta última é característica desse tecido condutor e muito desenvolvida nos traqueideos das gimnospermas.

As pontuações simples correspondem a locais onde não ocorre deposição de celulose. As pontuações areoladas distinguem-se das simples por apresentar uma saliência da parede celular secundária que se curva sobre a cavidade da pontuação, formando uma aréola. A abertura deixada por essa aréola é denominada poro. Na membrana de pontuação forma-se um espessamento na altura do poro, denominado toro.

Nos vasos já velhos ou temporariamente não funcionais (durante o inverno rigoroso), a seiva elaborada não pode circular, uma vez que os poros das placas crivadas são obturados pelo acúmulo de um carboidrato especial, a calose.

Cada vaso liberiano tem, em toda a sua extensão, uma ou mais células companheiras, vivas, que de alguma forma estão relacionadas à função condutora.

Convém ainda lembrar que a seiva elaborada é o próprio conteúdo dos vacúolos dos vasos liberianos. Trata-se de uma solução orgânica, onde predominam açúcares solúveis.

A parte central de um caule de árvores velhas pode apresentar morte das células, que antes de morrer, formam as tilas e também secretam substâncias corantes. Essa parte central, morta, é mais escura, sendo denominada cerne. A parte mais externa desse caule apresenta lenho e xilema ativos e células vivas de parênquimas, apresentando coloração mais clara. Essa região é denominada alburno.

Sumário

- Os tecidos secretores
i. Nectários
ii. Tubos laticíferos
iii. Canais resiníferos
iv. Bolsas secretoras
v. Cristais
- Tecidos de sustentação
i. Colênquima
ii. Esclerênquima
- Sistema vascular

Áreas exclusivas para assinantes