Continente Africano

África

O continente africano é o terceiro maior em extensão territorial, estendendo-se por mais de 30 milhões de km2. No continente africano vivem mais de um bilhão de pessoas, fazendo dele o segundo mais populoso da Terra. Apesar de rico em biodiversidade, o continente africano é extremamente pobre.

O continente africano

A maioria dos países mais pobres do mundo se localizam na África. Alguns países do continente, como a África do Sul e o Egito, são menos pobres que outros países africanos, como a Nigéria e a Etiópia.

A África é palco de inúmeros conflitos, que aterrorizam e empobrecem ainda mais a população do continente. O motivo pela maioria dos conflitos é que as fronteiras das atuais nações africanas foram estabelecidas por colonizadores europeus. Estes o fizeram visando aos seus próprios interesses.

Os países africanos cujas fronteiras são artificiais enfrentam diversos problemas. O estabelecimento de fronteiras pelos colonizadores europeus gerou a presença, no interior de um mesmo país africano, de formações tribais culturalmente diferenciadas e, quase sempre, inimigas. Lamentavelmente, quando do processo de descolonização, a Organização da Unidade Africana (OUA) manteve essas fronteiras, temendo, em caso de alterações, que o caos reinasse sobre o continente. Além disso, os atuais limites são responsáveis por uma enorme fragmentação do espaço territorial, que, na maioria das vezes, impede a emergência de estrutura econômicas modernas e eficientes.

O colonialismo europeu criou estados frágeis e artificiais. Os conflitos e guerras que assolam o continente africano são consequência disso.

O agravamento da miséria, a persistência dos conflitos armados e o avanço de epidemias marcam a história recente da África. Em 2010, 22 países africanos enfrentavam emergências alimentares. Os conflitos e guerras civis provocam colapso econômico, deslocamentos forçados da população e agravamento da fome. Há hoje na África cerca de 5,4 milhões (2015) de refugiados vivendo em países vizinhos, além de 12,4 milhões que se deslocam dentro do próprio país.

A desintegração do Estado, as guerras civis e a instabilidade política geram graves crises na economia e provocam depauperamento das condições de vida da população. Tal instabilidade impacta a produção, a distribuição e o consumo de alimentos. Os conflitos destroem maciçamente lavouras e pecuária.  Na África subsaariana, existe uma exclusão de uma parcela significativa da população.

PAÍSES: África do Sul, Angola, Argélia, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Seicheles, Somália, Suazilândia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue.

GEOGRAFIA FÍSICA

A África tem 30.272.922 quilômetros quadrados e a maior porcentagem de terras desérticas do globo. Um terço de seu território é ocupado pelo deserto do Saara (8.600.000 de quilômetros quadrados). Nessa porção árida, entretanto, se localiza uma das regiões mais férteis do globo: a faixa de terra banhada pelo rio Nilo, fundamental para o florescimento da antiga civilização egípcia. Se levarmos em conta a sua extensão, o continente africano apresenta uma hidrografia modesta, em razão principalmente da predominância de climas secos.

Mapa da África

Na porção úmida equatorial, encontram-se as florestas tropicais, que perdem densidade e se transformam em savanas à medida que se distanciam para as porções mais secas, ao norte e ao sul. A cobertura vegetal é reduzida pelo desmatamento. Atualmente, a África conserva apenas 33,9% de seus 6.800.000 quilômetros quadrados de florestas originais, segundo o World Resources Institute. O aumento das áreas desérticas desponta como um dos principais problemas ambientais do continente.

Mapa - África - Vegetação  Mapa - África - Clima

 

O litoral é regular, com poucas ilhas (destacam-se Madagáscar, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, Comores, Maurício e Seicheles). O continente é cortado ao meio pela linha do Equador e quatro quintos de seu território se situam entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio, o que influi no clima, em geral quente (equatorial ou tropical) – exceto as extremidades meridional e setentrional, onde ele é temperado.

A região no noroeste da África é chamada de Magrebe. Tal nome significa “região ocidental”. Essa região compreende a Argélia, a Líbia, o Marrocos, a Mauritânia e a Tunísia – países em que predomina o islamismo.

ECONOMIA

É uma das economias menos desenvolvidas do mundo, com exceção de algumas regiões, que cresceram à custa da exploração mineral (África do Sul, Líbia, Nigéria e Argélia) e, em escala menor, da industrialização (África do Sul).

A África, como prova de seu subdesenvolvimento, tem sua base econômica assentada na agropecuária de subsistência e no extrativismo mineral de exportação. O continente é essencialmente agrícola, mas a maioria das terras cultivadas têm baixa produtividade. Monoculturas de exportação, como cacau, algodão e amendoim, constituem importante fonte de renda.

Mapa - Economia da África

O território africano, cuja diversidade de climas e solos permite uma produção de vários bens agrícolas, é, entretanto, marcado por problemas climáticos, tais como aridez, secas ou chuvas regulares, que prejudicam as plantações. Deve-se ressaltar também que raros são os solos verdadeiramente férteis, que só existem na África Oriental, onde predominam rochas vulcânicas (as famosas "terras roxas").

Em inúmeras regiões, ainda eminentemente tribais, predominam a propriedade coletiva da terra, o que não implica igualdade social pois, em função da hierarquia tribal, os bens são distribuídos em porções muito diversas.

Na maioria dos países, a indústria é incipiente. A economia de mercado, característica dos países capitalistas, é muito pouco desenvolvida, já que as estruturas sociais, o baixo índice de industrialização e a quase inexistência de poder de consumo impedem um dinamismo econômico interno. A ausência de uma sociedade de consumo em larga escala coloca o mercado africano em um segundo plano no mundo globalizado.

Falta à economia do continente uma maior integração econômica. A África apresenta o menor índice de comércio inter-regional, representando somente 18% de seu comércio exterior. Isso se deve a diversos fatores: conflitos internos, barreiras comerciais, falta de diversificação de produtos, precariedade no sistema de transportes, entre outros.

A pobreza e a falta de desenvolvimento são evidenciadas pela infraestrutura do continente. Por exemplo, menos de 30% dos africanos têm acesso à eletricidade. Em termos de acesso à Internet, em 2015, somente 29% estavam conectados à web (a média global é 50%).

Recursos Naturais

A antiguidade da formação geológica e sua origem cristalina determinam a presença de inúmeros recursos minerais na África Negra, que possui um dos mais ricos subsolos do mundo. Esse fato, entretanto, não traz grandes benefícios às populações do Continente, pois as companhias mineradoras africanas, em sua grande maioria, são apropriadas ou controladas pelo capital internacional, já que para as nações industrializadas é fundamental assegurar o controle desse tipo de material. As rendas auferidas pelo extrativismo mineral são, normalmente, desviadas para os bolsos dos corruptos tiranos locais ou, quando obtidas por contrabando, sustentam as numerosas milícias que ensanguentam a região. No afã de obter lucros, as lideranças africanas estão provocando o esgotamento das reservas minerais.

Em torno de 90% da receita da exportação do continente provém da mineração em países como Angola (diamante), Zâmbia (cobre e cobalto), Botsuana (diamante), Gabão (manganês e urânio), Guiné (bauxita) e Níger (urânio). Na extração de petróleo e gás natural destacam-se Líbia, Nigéria e Argélia, donos das maiores reservas e recentemente prejudicados com as oscilações de preço no mercado internacional.

África - Recursos Naturais

Os principais minérios africanos são:

- OURO - cujo maior produtor mundial é a África do Sul, onde também são abundantes o ferro, o cromo, o manganês e o carvão.

- DIAMANTE - destacando-se em sua extração a República Democrática do Congo, Botsuana e a África do Sul.

- COBRE - destacando-se em sua extração a Zâmbia, rica também em cobalto.

- PETRÓLEO - destacando-se em sua extração a Nigéria, Guiné Equatorial, Angola e Gabão. A costa da África Ocidental tem grande potencial de produção de petróleo.

- CARVÃO - destacando-se em sua extração a África do Sul.

- MANGANÊS - destacando-se em sua extração a África do Sul e o Gabão

A China, que busca matéria-prima para o seu desenvolvimento industrial, é o país que mais investe na África para promover a exploração mineral. Ao tentar ampliar sua influência política e econômica no continente africano, os chineses financiaram obras de infraestrutura e se tornaram responsáveis por fornecer serviços básicos para a população local. Os países africanos reciprocam ao contratar empresas chinesas ou ao fornecer recursos naturais para a China. Dados da organização AidData revelam que durante os anos 2003-2013, a China investiu 75 bilhões de dólares norte-americanos em projetos de “ajuda” e “desenvolvimento” na África. Por meio de tais projetos, a China visa a assegurar seu poder de influência na África.

POPULAÇÃO

O continente africano possui 1 bilhão e 33 milhões de habitantes e a maior taxa de crescimento demográfico do mundo: média anual de 89% entre 1995 e 2000, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Em 2015, a média de filhos por mulher da África subsaariana era 6.5. Na Nigéria, a média é de 7.6 filhos por mulher. Além da uma alta taxa de natalidade, a população de tal região é bastante jovem: 43% tem 15 anos ou menos.

A distribuição da população é desigual. Enquanto os desertos são praticamente despovoados, regiões como o vale do rio Nilo apresentam densidade média superior a 1000 habitantes por quilômetro quadrado. Há centros urbanos intensamente povoados, como Cairo (Egito) e Lagos (Nigéria).

O deserto do Saara forma uma barreira natural entre os povos que habitam a África. Ao norte do Mediterrâneo até o deserto está a chamada África Branca, ocupada desde o século VII por povos árabes. No centro e no sul, território conhecido por África Negra, a população é predominantemente negra. No extremo sul, vivem minorias de brancos de origem europeia (África do Sul, Zimbábue, Namíbia), chineses e indianos (África do Sul).

A composição religiosa é diversificada. Ao lado de cultos animistas, praticam-se o islamismo, o cristianismo e o hinduísmo. Existe imensa diversidade linguística, com falantes de línguas e dialetos do tronco africano e do tronco camito-semítico. É grande a influência das línguas portuguesa, francesa e inglesa.

Fome

A África enfrenta uma combinação letal de escassez de alimentos e AIDS, além de conflitos e guerras civis que estão assolando grandes partes do continente.

A Fome na África
Fonte: Peace Corps

A maioria dos países africanos não é autossuficiente na produção de alimentos, que precisam ser importados por vários países africanos. 

Contribui para o agravamento do problema da fome as guerras civis, calamidades naturais e crises econômicas. Secas, enchentes, disseminação do vírus da AIDS, corrupção, má administração de estoques de alimentos, degradação ambiental, más políticas de comércio e falta de recursos para importar alimentos levam a escassez de comida.

A FAO estima que a cada ano, 1/4 da população do sub Saara Africano passa fome e que a região está pior hoje do que há 30 anos atrás.

Epidemias

A população africana é uma das mais pobres do mundo. A África Subsaariana detém, com o sul da Ásia, o mais alto índice de pobreza humana (IDH), medido com base na expectativa de vida, no analfabetismo e no acesso aos serviços públicos: 0,48 conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano (2016) da ONU (Organização das Nações Unidas). É na área da saúde que são detectados os maiores problemas, como a ocorrência de epidemias, especialmente da malária e da Aids.

A incidência de malária é alta na África Subsaariana: 90% dos casos em todo o mundo ocorrem lá, matando cerca 395 mil pessoas por ano – segundo a Organização Mundial da Saúde (2015).

Contudo, é a Aids que mais preocupa as autoridades africanas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) são 26 milhões de infectados no continente.

Mais de 12 milhões de crianças perderam pelo menos um dos pais, vítimas da AIDS. Dez por cento da população mundial vive na África subsaariana, representando 60% da população mundial infectada pelo vírus HIV.

África do Sul

A África do Sul, localizada no extremo sul do continente africano, é uma das economias mais desenvolvidas do continente e a mais industrializada. Contudo, grande parte da população é pobre, a taxa de desemprego e o índice de violência são altos e há falta de serviços básicos. A maioria da população, 65%, vive nas cidades.

Em 1948, um regime racista denominado apartheid foi introduzido na África do Sul. O apartheid relegou os negros a uma casta muito inferior à dos brancos: a maioria negra do país era subjugada pela minoria branca. Regras de segregação foram impostas: os negros eram proibidos de frequentar os mesmos locais públicos que os brancos, de estudar nas mesmas escolas, de morar nos mesmos bairros e de se casarem com brancos. Além disso, os negros eram proibidos de votar. Com a exceção daqueles que eram empregados por brancos, os negros do país não podiam nem sequer adentrar as áreas onde vivia a população branca. Os negros não podiam percorrer o país livremente.

A luta de Nelson Mandela e de outros líderes em prol da igualdade dos negros na África do Sul fez com o regime de apartheid se tornasse ilegal no início da década de 1990.

Ainda existe na África do Sul a herança do apartheid: preconceito e discriminação contra a população negra.

A África do Sul é um país de grandes desigualdades socioeconômicas. A concentração de renda é uma forte herança do apartheid, quando menos de 10% da população – ou seja, os brancos – detinham a riqueza do país.

Milhões de pessoas na África do Sul ainda se encontram abaixo da linha de pobreza. O percentual de sul-africanos abaixo da linha da pobreza caiu de 33,8% em 1996 para 16,6% em 2011. Atualmente, a linha da pobreza é medida por uma renda inferior a $1,90 por dia. Apesar de a pobreza ter diminuído no país, o cenário ainda é alarmante.

CURIOSIDADES - RECORDES DA ÁFRICA

Ponto mais elevado: monte Kilimanjaro, 5.895 m (Tanzânia); maior depressão: lago Assal, -155 m, (Djibuti); maior ilha: Madagáscar, 587.041 km2; maior mar: Mediterrâneo, 2.505.000 km2; maior golfo: da Guiné, 1.530.000 km2; maior lago: Vitória, 68.100 km2 (Uganda/Tanzânia/Quênia); maior rio: Nilo, 6.671 km; maior bacia hidrográfica: do Congo, 3.690.000 km2; temperatura máxima registrada: 57,7°C (El Azizia, Líbia); temperatura mínima registrada: -23,9°C (Ifrane, Marrocos); capital mais elevada: Adis-Abeba, 2.408 m (Etiópia); altitude média: 750 m; quantidade média de chuva: 825 mm anuais; extensão do litoral: 40.142 km; porcentagem de áreas protegidas: 5,2%.

Sumário

- Geografia Física
- Economia
- População
i. Fome
ii. Epidemias
- Curiosidades - Recordes da África

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