Oriente Médio

ORIENTE MÉDIO

O Oriente Médio é uma região localizada na porção oeste da Ásia. É composta por 15 países, com uma população estimada de 260 milhões de pessoas. Foi no Oriente Médio, há cerca de 5 mil anos, que emergiram as civilizações precursoras da humanidade, mais precisamente na Mesopotâmia – território onde hoje se encontra o Iraque.

Mapa do Oriente Médio

ESTRUTURA POLÍTICA, HISTÓRICA E ECONÔMICA DA REGIÃO

Desde a Antiguidade, a localização geográfica do Oriente Médio, como ponto de confluência de três continentes (Europa, Ásia e África), reveste a região de fundamental importância geopolítica e estratégica.

A rede hidrográfica é pobre. Parcela da água consumida no Oriente Médio é obtida da destilação de águas marítimas; os lençóis subterrâneos também são utilizados.

Localizado em Israel, o Mar Morto, principal acidente geográfico regional, se encontra a 394m abaixo do nível do Mar. O Mar Morto é a maior depressão absoluta do planeta e é a região aquática que possui o maior índice de salinidade, tornando impossível qualquer forma de vida submarina.

ASPECTOS POPULACIONAIS

A população do Oriente Médio caracteriza-se pela heterogeneidade étnica, fruto da ocupação da região por diferentes povos desde a Antiguidade. A mistura de influências resultou numa ampla diversidade étnica, cultural e religiosa. Isto dificulta a coesão nacional em países como o Líbano, Irã e Turquia.

A região é composta por 16 países, sendo os mais populosos o Irã e a Turquia que, juntos, abrigam mais da metade da população regional total.

Naturalmente, grande parte da população do Oriente Médio apresenta características típicas dos países subdesenvolvidos. Alguns indicadores estão entre os mais destacados do globo, como, por exemplo, o crescimento vegetativo: em 2013 a Líbia apresentou a maior taxa mundial (4,85%), o Catar quarta maior taxa mundial (4,19%) e a faixa de Gaza a nona (3,01%). Quanto à mortalidade infantil, o pior caso é o do Afeganistão, que ocupa a  maior taxa mundial.

Os países do Oriente Médio que exportam petróleo possuem, muitas vezes, rendas per capita superiores às dos países desenvolvidos; entretanto, a condição de vida da maioria de suas populações é de extrema pobreza, o que indica a precariedade desse índice.

PETRÓLEO

Calcada no petróleo, essa industrialização é dependente de tecnologia externa, ainda controlada por grandes empresas transnacionais.

O petróleo, no entanto é propulsor da indústria. Explorado desde 1909, no Irã, teve sua extração intensificada, em ritmo industrial, somente após a Primeira Guerra Mundial, quando a tutela britânica e francesa na região abriu as ricas reservas às grandes companhias internacionais, através de concessões a longo prazo. A partir da Segunda Guerra Mundial, frente ao crescente nacionalismo árabe, os países foram tomando consciência da importância da riqueza que possuíam e que era explorada a baixo preço por companhias internacionais.

Em 1960, alguns países produtores de petróleo criaram um cartel, com a finalidade de fazer frente a essas poderosas companhias estrangeiras. Através do Convênio de Bagdá, foi fundada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), formada inicialmente pela Venezuela, Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait.

Em 1968, após a Guerra dos Seis Dias, foi criada a Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP), formada exclusivamente por nações árabes: Arábia Saudita, Kuwait e Líbia; posteriormente, Argélia e Iraque entraram para a organização, que ficou conhecida por sua influência na Guerra do Yom Kipur e na posterior crise do petróleo.

A partir de 1972, os países da OPEP e da OPAEP começam a exigir das empresas estrangeiras maior participação nos lucros, tornando tensa a situação na área. Em outubro de 1973, após a Guerra do Yom Kipur, a OPEP decide adotar o embargo do fornecimento de petróleo como forma de pressionar os grandes consumidores norte-americanos e europeus que apoiavam o Estado de Israel. Tem início a primeira crise mundial do petróleo, quando o preço do barril é quadruplicado. Frente à dependência mundial dessa fonte de energia, os países exportadores de petróleo - especialmente os árabes - passam a auferir grandes lucros. Essa riqueza, no entanto, permaneceu restrita à minoria, constituída pelos chefes locais, não representando melhoria nos níveis de vida da maior parte dos povos do Oriente Médio.

A maior parte do petróleo é exportada, em estado bruto, através de oleodutos, para o mar Mediterrâneo, ou por meio de gigantescos petroleiros, pelo golfo Pérsico e oceano Índico, atingindo a América, a Europa e o Japão. As grandes refinarias encontram-se concentradas nas margens do Chatt-el-Arab, do golfo Pérsico e da costa mediterrânea.

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Até o final da Primeira Guerra Mundial, os países árabes pertenciam ao Império Otomano. Após a Primeira Guerra Mundial, o nacionalismo cresceu no Oriente Médio Derrotado durante a Grande Guerra, o Império Otomano perdeu suas posses territoriais. Com o seu desmembramento, formaram-se Estados sob a tutela da Inglaterra e da França como a Palestina, Síria, Líbano, Transjordânia e Iraque (o Egito e a Pérsia já eram protetorados britânicos).

Depois da Primeira Guerra Mundial, embora os britânicos transformassem a Síria num reino independente, a França conseguiu assegurar seu mandato sobre a região, dividindo-a em duas partes: Síria propriamente dita, com capital em Damasco, e Líbano, com capital em Beirute. Durante a Segunda Guerra Mundial, o general Charles de Gaulle concedeu independência ao país, que só se concretizou em 1946, com a retirada das tropas aliadas. O Líbano obedeceu à mesma evolução rumo à independência.

A Transjordânia (atual Jordânia) e a Síria formaram uma unidade político-territorial, até que a França reclamou seus direitos sobre a Síria, em 1921. O Reino Unido, então, apressou-se em reivindicar seu mandato sobre a Transjordânia, única via de escoamento para o Mediterrâneo, do petróleo que explorava no Iraque, além de conservar ininterrupta a rota terrestre para a Índia.

De acordo com o Tratado de Versalhes, a França recebeu a Síria e o Líbano como mandatos. Tropas francesas ocuparam esses países, permanecendo lá apesar da oposição local. A Grã-Bretanha recebeu mandatos sobre o Iraque, Transjordânia (atual Jordânia) e Palestina. A Jordânia tornou-se independente em 1928 e o Iraque em 1932, mas a Palestina representava um grande desafio geopolítico para os britânicos. Os ingleses, durante a Primeira Guerra Mundial, expulsaram os turcos otomanos de Jerusalém e da Palestina.

Em 22 de março de 1946, a Inglaterra reconheceu a independência da Transjordânia, reservando-se o direito de manter forças militares no país, ou seja, conservando, na prática, sua condição de protetorado.

Assim, exceto pequenos Estados da península Arábica, que se tornaram independentes após 1971, a maior parte das nações do Oriente Médio obteve sua independência do Reino Unido e da França após a década de 40. A maior parte foi obtida na esteira do nacionalismo árabe e da retração das antigas potências imperialistas, economicamente arrasadas pela guerra. No entanto, essa inspiração nacionalista, longe de conseguir assegurar autonomia aos seus países, não evitou que sua dependência externa apenas se deslocasse das antigas metrópoles europeias para a nova potência hegemônica mundial: os Estados Unidos.

Sumário

- Estrutura Política, Histórica e Econômica da Região
- Aspectos Populacionais
- Petróleo
- Evolução Política

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