Guerras do Iraque

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IRAQUE

A Guerra do Iraque, também conhecida como Operação Liberdade do Iraque, foi um conflito que se iniciou no dia 20 de março de 2003 com a invasão do país por uma coalizão militar internacional liderada pelos Estados Unidos e Inglaterra. A Guerra do Iraque foi um conflito duradouro que se encerrou em 15 de dezembro de 2011, com a retirada das últimas tropas norte-americanas. A Guerra do Iraque resultou na queda e subsequente execução do ditador iraquiano Saddam Hussein, que foi capturado pelas forças da coalização, julgado por crimes contra a humanidade e condenado à pena de morte. As forças de ocupação norte-americanos visavam a introduzir a democracia no Iraque. Contudo, a Guerra do Iraque resultou na eclosão de uma guerra civil entre iraquianos sunitas e xiitas.

O Iraque

O Iraque (antiga Mesopotâmia), país no Oriente Médio situado no Golfo Pérsico, foi palco de três guerras desde 1980: a Guerra Irã-Iraque, a Guerra do Golfo (1991) e a mais recente (2003), que apesar de ter derrubado o governo de Saddam Hussein em 2003, a guerra só foi concluída em 2011. Em 2010, as tropas norte-americanas se retiraram do Iraque.

Mapa - O Iraque

Recursos Naturais

País rico em petróleo e gás natural, também contém uma grande reserva de água, abastecido pelo rio Tigres e Eufrates. Especula-se que o petróleo foi o grande motivo das guerras. O mundo não se mobilizaria contra o Iraque, após este ter invadido o Kuwait, se ambos países não fossem grandes produtores de petróleo.

População

A maioria da população (75-80%) é árabe. Os curdos, minoria na região (15-20% da população), vivem no norte do país. A quase totalidade da população é muçulmana: 97%. A maioria é xiita: 60-65%. O restante é sunita.

Os Sunitas e os Xiitas

Durante a ditadura de Saddam Hussein, que se iniciou em 1979, a elite do país passou a ser composta pelos sunitas, pois o ditador pertencia a essa seita. Os xiitas, que constituíam a maioria da população, viviam na pobreza. Os curdos não eram representados no governo, e viviam em um conflito quase contínuo com o governo. Desde a queda de Saddam Hussein, ocorrida em 2003, iniciou-se uma guerra civil entre sunitas e xiitas. Os sunitas foram tirados do poder e fazem parte da guerrilha contra a ocupação americana. Os xiitas se aliaram aos curdos para criar uma nova Constituição que exclui os sunitas.

A Guerra Irã-Iraque

Em 1979, a revolução islâmica no Irã derrubou o regime do xá Reza Pahlevi, um aliado do Ocidente. O novo líder iraniano, o aiatolá Khomeini, tendo retornado do exílio, proclamou a República Islâmica do Irã. O aiatolá instituiu um regime islâmico xiita que se opunha ao islamismo sunita. A diferença entre as duas facções islâmicas é que o islamismo xiita elege guias espirituais como intermediários para as pessoas chegarem a Deus enquanto o islamismo sunita acredita numa relação direta entre o homem e Deus.

O aiatolá Khomeini instigou a população iraquiana, de maioria xiita, a derrubar o líder do Iraque, Saddam Hussein, cujo governo era sunita. Os xiitas iraquianos iniciaram uma campanha de oposição ao governo de Saddam Hussein que culminou em uma tentativa de assassinato do vice-primeiro-ministro Tariq Aziz, em abril de 1980.

No dia 17 de setembro de 1980, com o objetivo de derrubar o governo xiita iraniano, o Iraque invadiu o Irã, dando início a uma guerra que durou oito anos. O pretexto usado para justificar a guerra foi uma antiga disputa de fronteiras pela posse do canal de Shatt-al-Arab, que dá acesso ao Golfo Pérsico.

As forças armadas iranianas tinham armamentos relativamente modernos, que haviam sido comprados durante o governo do xá. Já o Iraque contava com o apoio militar da União Soviética. A guerra entre Irã e Iraque prolongou-se e nenhum dos lados conseguiu a vitória desejada. Em agosto de 1988, ambos países finalmente aceitaram a resolução da ONU que exigia o cessar-fogo e o retorno às fronteiras originais antes da guerra.

Os resultados do conflito foram devastadores para a população e a economia dos dois países. Muitos alvos civis foram atingidos durante a guerra, resultando na morte de um grande número de não combatentes. O Irã saiu enfraquecido do conflito e Saddam Hussein declarou que o fracasso do governo iraniano de tirá-lo do poder representava uma grande vitória iraquiana. Sentindo-se fortalecido, Saddam Hussein focava seus objetivos bélicos em outros países da região.

A Guerra do Golfo

Em 1990, o Iraque devia 80 bilhões de dólares, devido aos custos de reconstrução incorridos pelo país após oito anos de guerra contra o Irã. O Iraque exigia que o Kuwait relevasse sua porção da dívida e que ajudasse com os pagamentos. O governo de Saddam Hussein também declarava que o Kuwait estava extraindo petróleo de uma reserva na fronteira iraquiana, sem dividir os lucros com o Iraque, e que estava extraindo mais petróleo do que o limite imposto pela cota da OPEP, fazendo com que o preço mundial do petróleo caísse.

Saddam Hussein - ditador do Iraque

Em agosto de 1990, o Iraque, liderado por Saddam Hussein, invade o Kuwait, seu vizinho, com o objetivo de anexar o país. O Conselho de Segurança da ONU exigiu que as tropas de Saddam Hussein se retirassem do Kuwait e instituiu um embargo econômico contra o Iraque. No dia 7 de agosto, tropas americanas chegaram à Arábia Saudita para proteger os poços de petróleo do país. Fazendo fronteira com o Iraque e o Kuwait, a Arábia Saudita temia ser o próximo alvo de Saddam Hussein.

Devido ao ato de agressão de Saddam Hussein, os Estados Unidos e o Ocidente haviam perdido, pelo menos temporariamente, dois grandes fornecedores de petróleo: o Iraque e o Kuwait. Em janeiro de 1991, forças militares de uma coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos da América, iniciaram uma ação militar para liberar o Kuwait. O presidente dos Estados Unidos, na época, era George Bush, pai do atual presidente norte-americano, George W. Bush.

A operação aliada para libertar o Kuwait foi chamada de Operação Tempestade no Deserto. Desde o início do conflito até a data de 24 de fevereiro, os ataques aliados foram somente aéreos. No dia 24 de fevereiro, tropas aliadas, que mantinham sua base militar na Arábia Saudita, iniciaram um ataque por terra. Cem horas depois, o Iraque se rendeu. Com o final do conflito e a libertação do Kuwait, os preços de petróleo no mercado internacional voltaram a cair.

Os Estados Unidos invadem o Iraque

Após os ataques terroristas de 11 de setembro às Torres Gêmeas e ao Pentágono, que causaram danos imensuráveis, Saddam Hussein declarou publicamente seu apoio a Osama Bin Laden e disse estar feliz com a morte de tantos americanos. O líder iraquiano apoiava e financiava o terrorismo. Após os atentados, o presidente americano George W. Bush prometeu a seu povo que enfrentaria o terrorismo em qualquer lugar do mundo, mencionando o ditador iraquiano diversas vezes. George W. Bush (filho) apontava Saddam Hussein como uma das maiores ameaças à segurança da América e do mundo.

Apesar da vitória dos Estados Unidos na Guerra do Golfo, Saddam Hussein continuava no poder. O ditador iraquiano havia utilizado armas químicas contra o Irã e contra a população curda. Acredita-se que ele também utilizou, em menor escala, armas químicas durante a Guerra do Golfo. Para assegurar que Saddam Hussein nunca mais utilizasse armas não convencionais, como armas químicas e biológicas, as Nações Unidas exigiram, como parte do armistício, que o Iraque autorizasse a organização a inspecionar sua produção de armamentos. Apesar de o Iraque ter aceito essa exigência, a disposição de Saddam Hussein de cumprir com sua palavra oscilou. O ditador iraquiano frequentemente restringia o acesso de inspetores das Nações Unidas (ONU), levantando suspeitas que os iraquianos estavam secretamente desenvolvendo armas não convencionais. Em 1998, o Iraque finalmente expulsou os inspetores da ONU, impedindo seu retorno ao país.

Saddam Hussein

Em 2000, é eleito presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Ele é filho de George Bush, o presidente norte-americano que liderou seu país e uma coalizão de nações aliadas contra o Iraque durante a Guerra do Golfo. Diferentemente de seu antecessor, o presidente democrata Bill Clinton, George W. Bush não ignoraria as constantes violações pelo Iraque do acordo de armistício que assinou após a Guerra do Golfo. Após os ataques terroristas de 11 de setembro, George W. Bush declarou guerra contra os países que abrigavam o terrorismo internacional. O Iraque era um deles, pois Saddam Hussein financiava fundamentalistas islâmicos que perpetravam ataques terroristas.

Em setembro de 2002, o presidente Bush declarou às Nações Unidas que Saddam Hussein representava uma grande ameaça ao mundo e que, se a comunidade internacional não agisse contra o Iraque, os Estados Unidos o fariam, ainda que sozinhos. O serviço secreto dos EUA e da Inglaterra afirmaram ter provas suficientes de que o Iraque de Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa. Outros países insistiram que não havia evidência suficiente para justificar uma ação militar contra o Iraque.

As Nações Unidas se posicionaram contra uma ação militar, mas George Bush e Tony Blair, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, continuaram a alertar sobre o perigo que Saddam Hussein representava para o mundo. O presidente Bush estabeleceu um prazo - 17 de março - para que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovassem uma ação militar contra o Iraque. O presidente norte-americano deixou claro que a guerra contra o regime de Saddam Hussein começaria em breve, com ou sem a aprovação do Conselho.

No dia 17 de março, George Bush ofereceu a Saddam Hussein e sua família um prazo de 48 horas para deixarem o Iraque e evitar uma guerra. Como esperado, Saddam Hussein se recusou e, com isto, iniciou-se a contagem regressiva para o início de um outro conflito entre os Estados Unidos e o Iraque. Em 19 de março, George Bush assinou uma declaração de guerra e, no final do mesmo dia, forças norte-americanas iniciaram um ataque contra o Iraque. Os iraquianos revidaram imediatamente, lançando mísseis contra o Kuwait, onde tropas norte-americanas estavam abrigadas. Porém, nesta guerra, muito diferente da Guerra do Golfo, havia apenas um tímido apoio internacional. Dos cinco membros permanentes das Nações Unidas - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia - apenas a Grã-Bretanha apoiava a posição norte-americana. Os demais países afirmavam que o conflito com o Iraque poderia ser resolvido não através de força, mas com o retorno de inspetores da ONU ao país. Críticos dos Estados Unidos alegavam que Washington estava praticando o imperialismo moderno ao utilizar seu poderio bélico para atacar países e regimes que não aceitavam as imposições norte-americanas.

Porém, muitos norte-americanos e países aliados dos Estados Unidos acreditavam que Saddam Hussein não desistira de seu plano de desenvolver armas de destruição em massa. E se o Iraque estivesse tentando produzir bombas nucleares, o ditador poderia ameaçar todo o mundo.

Mas para surpresa de muitos, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque após a invasão dos Estados Unidos. Mesmo dentro dos Estados Unidos começou-se a questionar a legitimidade da campanha militar contra o Iraque. A Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos, que investigou os ataques terroristas do dia 11 de setembro também declarou que não havia nenhuma prova de que Saddam Hussein havia colaborado com o grupo Al-Qaeda nos atentados às Torres Gêmeas e ao Pentágono.

Desde 1979, quando chegou à presidência do Iraque, executou todas as pessoas que se opunham a ele. Saddam Hussein deixou claro que ninguém poderia questioná-lo e permanecer vivo.

Em dezembro de 2003, tropas norte-americanas capturaram Saddam Hussein. Ele foi levado a julgamento em seu próprio país e executado, no dia 30 de dezembro de 2006, por crimes contra a humanidade.

Em 2005, 140.000 soldados norte-americanos estavam no Iraque. Em fevereiro de 2006, 2.245 já haviam sido mortos no conflito. O número de vítimas iraquianas - mortas em atos terroristas e num conflito que em muito se assemelha a uma guerra civil - está nos milhares. Carros-bomba se tornaram a arma mais usada por iraquianos que se opõem à presença norte-americana no país e que, quase diariamente, promovem atos de terrorismo. Vários grupos de insurgentes promovem esses ataques com o objetivo de desestabilizar o país ainda mais. Os ataques advêm de sunitas que apoiavam o regime de Saddam Hussein e de xiitas radicais. Além disso, há uma constante luta pelo poder entre sunitas e xiitas no Iraque. Em janeiro de 2005, ocorreram eleições gerais para eleger uma Assembleia Nacional transitória. Nas eleições, a coalizão xiita obteve 51% dos votos; os representantes curdos receberam 26% dos votos. A maioria dos sunitas, que são uma maioria no Iraque, boicotaram a eleição.

A opinião iraquiana, em sua maioria, era contra a presença dos Estados Unidos no Iraque. Ao mesmo tempo, o apoio da população norte-americana à guerra no Iraque caía à medida que mais e mais soldados norte-americanos eram mortos. O presidente Bush afirmava que os Estados Unidos precisam vencer a guerra no Iraque, pois, ao seu ver, uma retirada das tropas norte-americanas seria uma admissão de derrota frente aos terroristas. Na visão de Bush e dos norte-americanos que apoiam a guerra, os Estados Unidos não podem se retirar do Iraque antes de estabelecer a democracia, a paz e a ordem no país.

Em 2007, o presidente Bush anunciou que enviaria mais 20 mil soldados norte-americanos ao Iraque. O aumento no número de tropas norte-americanas no Iraque reduziu a violência no país: houve uma queda no número de pessoas, tanto soldados como civis, sendo mortos.

Em 2009, o presidente dos Estados Unidos recém-eleito, Barack Obama, que sempre se opôs ao conflito no Iraque, anunciou que retiraria suas tropas do Iraque. Em 2010, a última brigada de combate norte-americana deixou o país. Em 2011, os Estados Unidos haviam retirado todas as suas tropas no Iraque: não mantiveram nenhuma força residual. A missão americana no Iraque foi oficialmente encerrada.

Desde 2003, morreram no Iraque 4.500 soldados norte-americanos. Além disso, 32.000 foram feridos. Centenas de milhares de iraquianos, tanto combatentes como civis, morreram no conflito, que custou para o governo dos Estados Unidos 800 bilhões de dólares.

O conflito interno continua

A violência sectária continua no Iraque

O conflito atual do Iraque, iniciado após a derrubada do ditador Saddam Hussein, é, em grande parte, fruto do antagonismo entre sunitas e xiitas. Os sunitas representam o grupo majoritário da religião islâmica: cerca de 85% de todos os muçulmanos são sunitas. Os xiitas, apesar de serem uma minoria entre os muçulmanos, nunca abriram mão do desejo de se tornarem os líderes do mundo islamismo. Os xiitas, que representam a maioria no Iraque, foram governados pelo ditador Saddam Hussein, que era sunita, mas desde que os Estados Unidos invadiram o país, em 2003, se tornaram os líderes políticos, apoiados pelo governo do presidente George W. Bush.

No ano de 2004, os Estados Unidos, apesar de ampliar continuamente sua presença no Iraque, transferiu um poder de soberania limitada para um Governo Provisório Iraquiano. Em 2005, foi ratificada a Constituição do Iraque. Porém, o conflito entre sunitas e xiitas no país, que começou com episódios esporádicos de violência, se tornou, em 2006, uma guerra civil.

Em 2013, estimou-se que mais de 500.000 iraquianos foram mortos desde a invasão norte-americana. A grande maioria dos mortos foi vítima da guerra civil que ocorre entre as diferentes facções muçulmanas no Iraque.

Apesar de haver inúmeras facções rivais islâmicas no Iraque, a atual guerra civil é um conflito que envolve sunitas e xiitas. Os sunitas do Iraque alegam que os xiitas querem que o país se torne uma teocracia absolutista como o Irã. Acredita-se que o Irã, um país quase inteiramente xiita, vem ajudando os xiitas do Iraque. Já os países árabes, que são predominantemente sunitas, apoiam e sustentam as facções sunitas no país.

Os Estados Unidos quiseram instituir a democracia no Iraque, mas apoiaram os xiitas, que eram os opositores do regime de Saddam Hussein. A aliança entre os Estados Unidos e os xiitas do Iraque é polêmica, pois estes mantêm forte ligação com o Irã, inimigo declarado dos Estados Unidos e do Ocidente. Por outro lado, suspeita-se que alguns grupos radicais sunitas do Iraque são apoiados e financiados pela organização al-Queda, responsável pelos ataques de 11 de setembro.

Um outro importante grupo no Iraque, os curdos não são sunitas ou xiitas, mas apoiam estes, pois foram perseguidos pelo governo sunita de Saddam Hussein.

Após as tropas aliadas se retirarem do Iraque, o país se afundou em uma guerra civil que custou a vida de dezenas de milhares de iraquianos, produziu milhões de refugiados e resultou na criação de novos grupos terroristas, como o Estado Islâmico.

Estado Islâmico

O Estado Islâmico (EI) surgiu no Iraque em 2004. Esse grupo islâmico extremista surgiu como uma facção do grupo terrorista Al-Queda. Contudo, devido aos métodos violentos empregados e às atrocidades cometidas pelo EI, essa organização passou a ser considerada demasiadamente radical mesmo pelo Al Queda – a organização pelos ataques de 11 de setembro de 2001. O Estado Islâmico rompeu com o Al Queda, tornando-se uma organização independente.

Apesar de ter surgido no Iraque, o Estado Islâmico se fortaleceu durante a guerra civil na Síria. Enquanto os Estados Unidos permaneciam no Iraque, o crescimento do EI era limitado. Contudo, a retirada das tropas norte-americanas do Iraque eliminou a resistência à entrada do Estado Islâmico nos territórios majoritariamente sunitas do oeste do país, próximos da fronteira com o território sírio.

O EI considera que os xiitas, que constituem a maioria da população iraquiana, são infiéis e que merecem ser mortos. Ao mesmo tempo, afirmam que os cristãos têm de se converter ao Islã ou serem executados.

O Estado Islâmico persegue todos aqueles que julgam serem “infiéis”. Por exemplo, no Iraque, o EI fez um cerco, massacrou e capturou milhares de cristãs yazidis. O destino das mulheres capturadas é terrível: aquelas que cedem às pressões pela conversão ao islamismo podem ser vendidas como esposas. Já as que recusam a se converter ao islamismo são executadas ou mantidas como escravas sexuais.

Em 2014, o Estado Islâmico (EI) passou a tomar importantes cidades do Iraque e anunciou que pretendia tomar a capital do país, Bagdá. Em junho de 2014, o Estado Islâmico chocou o mundo com a captura de Mosul, a terceira maior cidade no Iraque. Essa cidade foi libertada apenas em julho de 2017, após cerca de nove meses de batalha. Mosul era considerada a “capital do califado do Estado Islâmico”.

O avanço do Estado Islâmico causou reação internacional: os Estados Unidos e seus aliados decidiram retornar ao Iraque e bombardear os militantes do EI para conter o crescimento e a expansão da organização.

Atualmente, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos e formada por mais de 40 países está se mobilizando para destruir o Estado Islâmico (EI). A estratégia para derrotar o EI inclui bombardeios aéreos, o apoio aos peshmerga (os guerrilheiros curdos) e a formação de um governo iraquiano que inclua a presença de sunitas, curdos e cristãos, diferenciando-se do governo anterior, que era controlado por xiitas.

Soldado curdo (peshmerga) permanece em guarda em Arbil, Iraque, Curdistão.
Soldado curdo (peshmerga) permanece em guarda em Arbil, Iraque, Curdistão

O Estado Islâmico chegou a controlar 40% do território iraquiano. O exército do Iraque, com o apoio de seus aliados, libertou o território que estava sob o controle do Estado Islâmico. Em dezembro em 2017, o governo iraquiano declarou que a guerra contra o Estado Islâmico havia terminado.

Mesmo após a derrota militar do Estado Islâmico, o Iraque continua a enfrentar sérios desafios, incluindo conflitos políticos, sectários e tribais que alimentaram a disseminação do extremismo e sua influência em rivalidades regionais.

Os iraquianos fizeram avanços: constituíram um governo, aprovaram uma nova constituição para o país e realizaram eleições sucessivas para o parlamento e governos provinciais.

Não obstante, o fortalecimento do governo, o combate à corrupção e as reformas econômicas continuam sendo essenciais para a estabilidade a longo prazo do país e da região.

Sumário

- Recursos Naturais
- População
- Os Sunitas e os Xiitas
- A Guerra Irã-Iraque
- A Guerra do Golfo
- Os Estados Unidos invadem o Iraque
- O conflito interno continua
- Estado Islâmico

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