Fontes de energia no Brasil

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As Fontes Energéticas do Brasil

As principais fontes de energia no Brasil são a energia hidroelétrica, o petróleo, o carvão mineral e os biocombustíveis. Algumas outras fontes de energia menos utilizadas no Brasil são o gás natural e a energia nuclear. Mais de 40% da produção da matriz energética brasileira é proveniente de fontes de energia renováveis. Vale ressaltar que as fontes de energia no Brasil são fundamentais para o desenvolvimento do País.

No início dos anos 1940, a energia proveniente da biomassa, isto é, de lenha e carvão vegetal, era responsável por aproximadamente 80% do consumo nacional. Segundo o IBGE, em 2010, 45,5% da energia utilizada no Brasil advinha de fontes renováveis – de derivados da cana-de-açúcar (17,8%), da hidroeletricidade (14%) e de carvão vegetal (9,7%)

De fato, a partir da década de 1940, com o crescimento industrial e urbano, o setor energético do país passou por grandes mudanças. A principal  foi a substituição de fontes de energia tradicionais pelas fontes de energia moderna, como o carvão mineral, o petróleo, e a eletricidade, principalmente a de origem hidroelétrica.

Desde a década de 1930, o potencial energético do Brasil tem sido alvo de políticas governamentais. O setor elétrico cresceu com a aplicação de recursos financeiros e tecnológicos de grupos estrangeiros, que financiaram a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Em seguida surgiram os primeiros órgãos oficiais do setor energético. A Petrobrás foi criada em 1954, e em 1962, empresas de eletricidade estruturaram-se em torno da Eletrobrás, que ampliou a infraestrutura energética do país.

A crise de petróleo de 1973 incentivou o Brasil a introduzir mudanças profundas na estrutura do sistema energético nacional. O Brasil passou a adotar uma política de estímulo à produção de petróleo, gás natural, carvão natural e hidroeletricidade. Ao mesmo tempo, o país procurou substituir o petróleo ao lançar alternativas energéticas. Em 1974 foi criado o Programa Nacional do Álcool (Pro álcool) e em 1975 foi implementado o Programa Nuclear.

Há três tipos principais de usina geradora de eletricidade: as termoelétricas convencionais, que funcionam à base de carvão, óleo e gás natural; as hidroelétricas, que utilizam o potencial de quedas d’água; e as termonucleares (atômicas) que utilizam a energia contida nos minerais atômicos.

O Brasil possui esses três tipos de usinas.

O Brasil também utiliza, apesar de em menor escala, fontes alternativas de energia, como a solar e a eólica, e o biogás. No Brasil, as fontes renováveis representam mais de 45% da energia utilizada. No mundo como um total, esse percentual não passa de 13%; nos países ricos, não supera 8% (fonte: www.brasil.gov.br). Contudo, é importante saber que mesmo as fontes renováveis causam impactos socioambientais.

Matrix brasileira de oferta de energia elétrica

Fontes de energia primárias

As fontes de energia primárias são as fornecidas pela natureza, e podem ser renováveis ou não renováveis. As fontes de energia renováveis não se esgotam, são contínuas. Exemplos de fontes de energia renovável são: solar, hidráulica, eólica (dos ventos), vegetal (lenha, carvão vegetal) etc. Exemplos de fontes de energia não renováveis, ou seja, que se esgotam com o uso, são: carvão mineral, petróleo, xisto, urânio etc.

O consumo energético, assim como as diferentes fontes de energia em uso, reflete o potencial industrial instalado e, indiretamente, o nível social de um país ou de uma dada região. O crescimento de energia elétrica no Brasil revela uma grande expansão industrial e uma grande expansão do mercado consumidor.

A seguir, estudaremos as diferentes fontes de energia que são utilizadas no Brasil.

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Petróleo

O Conselho Nacional do Petróleo foi criado em 1938 para organizar e fiscalizar o setor petrolífero. O CNP está diretamente vinculado ao Ministério das Minas e Energia.

Em 1953, Getúlio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal da indústria petrolífera brasileira. A Petrobrás era responsável pela extração, transporte, refino e importação de petróleo e de seus derivados.

Esse monopólio durou até 1995, embora tenha havido períodos de abertura a empresas privadas (nacionais e estrangeiras) devido à necessidade de capital. Essa abertura foi administrada, em 1975, através de contratos de risco.

Os contratos de risco estabeleceram o seguinte para as companhias: se a prospecção na área concedida fosse positiva, a empresa seria ressarcida dos investimentos e a empresa se tornaria sócia da Petrobrás naquela área. Caso o resultado fosse negativo, a empresa privada arcaria sozinha com os prejuízos. Dentre os contratos, pode-se destacar os assinados com a Shell, Elf Agip, British Petroleum e Exxon.

Em 1988, com a promulgação da Constituição, esses contratos foram proibidos.

Em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobrás, permitindo que o Estado contratasse empresas privadas ou outras estatais para desempenharem atividades petrolíferas.

Principais Áreas Petrolíferas Brasileiras

As principais fontes de petróleo no Brasil advêm das bacias sedimentares de origem mesozoica (Cretáceo) da Bahia e do Rio de Janeiro.

As descobertas no Pré-Sal elevaram o Brasil a um novo patamar em termos de reservas de produção de petróleo. O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro que apresentam potencial para a geração e o acúmulo de petróleo. O motivo por que foi chamado de pré-sal é que forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal (em algumas áreas da costa, chega a atingir espessuras de até dois mil metros). Ao longo do tempo, essas rochas foram depositadas acima da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, isto é, a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo que se encontram abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de sete mil metros.

As maiores descobertas de petróleo no Brasil ocorreram recentemente na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde foram encontrados grandes volumes de óleo leve. Na Bacia dos Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal apresenta características de um petróleo de alta qualidade, tendo, portanto, maior valor de mercado.

O Sudeste possui o maior número de refinarias - o que demonstra a tendência da Petrobrás de instalar as refinarias junto aos mercados consumidores com o propósito de facilitar a distribuição dos derivados e de não onerar seus custos.

Xisto

O Brasil possui uma das maiores reservas mundiais de xisto, com destaque para as reservas do Vale do Paraíba, em São Paulo, e as reservas do Sul do Brasil, na chamada Formação Irati.

Seria possível produzir óleo diesel a partir do xisto, mas este processo exige grandes investimentos. Além disso, o xisto contém de 2 a 3% de sulfeto de ferro, que dá origem a produtos gasosos poluentes causadores da “chuva ácida”, altamente prejudicial aos solos agrícolas.

Carvão Mineral

Combustível fóssil, o carvão mineral foi formado no soterramento de antigas florestas, particularmente na Era Paleozoica durante os períodos carbonífero e permiano.

As maiores reservas de carvão mineral se localizam em São Paulo e na Região Sul do país.

Os estados que mais produzem carvão mineral são Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é responsável por 78% da produção nacional, pois possui as únicas reservas aproveitáveis em termos siderúrgicos.

As reservas brasileiras, medidas e estimadas, representam cerca de 15 bilhões de toneladas. É uma quantidade pequena, se comparada às reservas de alguns países do Hemisfério Norte (por exemplo, a ex-União Soviética, Estados Unidos e China). O Brasil importa carvão mineral de vários desses países.

A HIDROGRAFIA E SEU USO ENERGÉTICO

Bacias Fluviais

O Brasil apresenta uma das maiores redes hidrográficas do mundo. Seu regime pluvial é privilegiado por chuvas equatoriais e tropicais que alimentam os cursos de água regular e abundantemente.

Aproveitamento Energético

Os rios brasileiros favorecem a implantação de usinas hidroelétricas, ou seja, a produção de energia a partir de água corrente atuando em turbinas geradoras, por apresentarem grande volume de água e, predominantemente, de planalto (quedas de água).

As possibilidades naturais de implantação de hidroelétricas no Brasil são de grande benefício para o país, pois as hidrelétricas utilizam água corrente, fonte renovável de energia, eliminando a necessidade de uso de combustíveis fósseis, cada vez mais raros e de difícil obtenção. Além disso, as usinas hidroelétricas possuem alta capacidade de produção e vida útil, o que compensa os grandes investimentos exigidos na sua construção e os custos de transporte de energia, sendo que as áreas propícias à instalação de hidroelétricas nem sempre estão próximas dos centros consumidores.

Represa
Represa

Energia Elétrica

Hidroelétricas são responsáveis por aproximadamente 92% da energia elétrica brasileira. O restante é provido por usinas termoelétricas, cujo funcionamento depende, na maior parte dos casos, da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo ou o carvão mineral. A presença de termoelétricas se justifica pela disponibilidade de carvão-vapor no sul do país e pelo baixo consumo energético de algumas áreas, como a Amazônia, o que torna inviável, pelo menos por enquanto, a construção de hidroelétricas.

O maior potencial hidroelétrico instalado no país se encontra na bacia do Paraná e o mais disponível se localiza na Amazônia.

Amazônia
Amazônia

Principais Hidroelétricas

Itaipu

O reservatório de Itaipu contém 29 bilhões de m3 de água. O projeto teve início em 1973, a partir de um tratado assinado entre o Brasil e o Paraguai; este tratado estipulou o aproveitamento do Rio Paraná por ambos os países.

Itaipu
Itaipu

De acordo com o tratado assinado, a energia produzida (estimada em 70 bilhões de KW/h) seria dividida entre ambos os países, sendo reconhecido a cada um deles o direito de aquisição da energia não utilizada pelo outro para seu próprio consumo.

A usina de Itaipu supre aproximadamente 30% da demanda nacional de eletricidade.

Sobradinho

É o maior projeto já idealizado para acelerar o desenvolvimento do Nordeste, pois envolve múltiplos aspectos como energia, irrigação, navegação e pesca.

Tucuruí

Situada no rio Tocantins a 300 km de Belém, no Pará, tem um potencial de gerar energia, superado no Brasil apenas por Itaipu.

PROGRAMA NUCLEAR

A escassez de combustíveis fósseis e o eventual esgotamento dos recursos hídricos foram as justificativas do governo para a adoção, através da Nuclebrás, de um programa nuclear como fonte alternativa de energia e complementar para a geração de energia elétrica a partir das termonucleares.

O programa nuclear brasileiro teve início em 1969, quando o Brasil comprou a construção da usina de Angra I. A usina foi instalada em Angra dos Reis e teve problemas técnicos que fez com que ela fosse desligada.

Em 1974, as obras civis da usina nuclear de Angra - Unidade I - estavam em pleno andamento, quando se decidiu ampliar o projeto com a construção de Angra II e III. Em 1975, o Brasil assinou um acordo de cooperação nuclear com a Alemanha. O acordo estabelecia que o Brasil compraria da República Federal Alemã oito usinas com transferências tecnológicas e de materiais.

O Programa Nuclear consumiu bilhões de dólares e, por enquanto, sua participação na produção de energia elétrica foi nula.

Entre as argumentações favoráveis a um programa nuclear brasileiro estão os seguintes:

  • aumento de produção de energia elétrica no país.
  • nivelamento nuclear.
  • avanço tecnológico.

Entre as críticas ao programa nuclear adotado no Brasil, destacam-se:

  • o alto custo de implantação.
  • custo do Kw/h que seria, segundo técnicos, maior que o das hidrelétricas.
  • a falta de necessidade devido à disponibilidade de recursos hídricos.

O álcool como fonte de energia

O álcool é uma fonte renovável de energia e sua queima em motores é menos poluente que a de derivados do petróleo. O álcool pode ser produzido a partir de numerosos vegetais como a cana-de-açúcar, a batata e a cevada.

Em 1975, diante da conscientização da duração limitada das reservas de petróleo e de carvão, já que esses combustíveis não são renováveis pela natureza, surgiu a ideia de aproveitar o álcool como fonte de energia.

O Programa Nacional do Álcool (Pro álcool) foi criado em 1975 como uma tentativa brasileira de desenvolver fontes alternativas de energia que substituíssem, pelo menos parcialmente, o petróleo. O Programa foi muito oneroso para o governo e só sobreviveu graças a subsídios.

O estado brasileiro que mais se destacou no Pro álcool, por ter extensos canaviais e inúmeras usinas de açúcar e destilarias, foi São Paulo, que também foi o maior consumidor de álcool, pois era o estado onde havia o maior número de automóveis.

No final dos anos 1980, os principais motivos que determinaram a criação do Pro álcool deixaram de existir, já que os preços internacionais do petróleo diminuíram. Ao mesmo tempo, o aumento da produção interna de petróleo reduziu a quantidade que precisava ser importada pelo Brasil. Nessas condições, o custo de produção do álcool ficou mais caro que o da gasolina, criando uma situação injustificada para estimular o aumento da produção do combustível alternativo. Em 1989, quando o governo diminuiu os subsídios que sustentavam o Pro álcool, o setor passou a contrair-se.

Pro álcool

Aspectos positivos

  • Sensível redução da necessidade de se importar petróleo.
  • Desenvolvimento de uma tecnologia específica.
  • Geração de novos empregos, tanto no campo como nas usinas e nas indústrias automobilísticas.
  • Manutenção de elevado índice de produção da indústria automobilística, ao passar a produzir modelos a álcool.

Aspectos negativos

  • Não nos liberta da dependência total, pois substitui a gasolina, mas não o diesel.
  • Redução de espaços para cultivo de alimentos, em favor do cultivo da cana.
  • Aumento dos latifúndios e consequente redução do número de pequenas propriedades.
  • Ampliação de relações de trabalho instáveis no meio rural, com o aumento do número de boias-frias para trabalhar, sazonalmente, na colheita da cana.
  • Alto preço de produção do álcool, que necessita de altos subsídios governamentais para manter os preços do produto abaixo dos da gasolina.

Sumário

- Fontes de energia primárias
- Combustíveis Fósseis
- Petróleo
i. Principais Áreas Petrolíferas Brasileiras
- Xisto
- Carvão Mineral
- A Hidrografia e seu Uso Energético
i. Bacias Fluviais
ii. Aproveitamento Energético
- Energia Elétrica
i. Principais Hidroelétricas
ii. Itaipu
iii. Sobradinho
iv. Tucuruí
- Programa Nuclear
- O álcool como fonte de energia
i. Pro álcool