Crise na Venezuela

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A crise na Venezuela é uma crise econômica e política que o país sofre desde o final do governo de Hugo Chávez. A crise na Venezuela é a pior crise econômica da história do país. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela entre 2015 e 2018 foi até mais grave do que a dos Estados Unidos durante a Grande Depressão.

Hugo Chávez

O ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, iniciou seu mandato em fevereiro de 1999, prometendo pôr um fim à corrupção e às políticas neoliberais. Ao chegar ao poder, Chávez nomeou 50 oficiais militares para influentes postos no governo, incluindo a presidência da estatal do petróleo. Amigo do ditador cubano Fidel Castro, Chávez, que diz ser inspirado pelo libertador Simon Bolívar, também prometeu aos venezuelanos uma nova Constituição. 

Em dezembro de 1999 foi realizado um referendo no país e uma nova Constituição aprovada. Esta ampliou os poderes do presidente, estendendo seu mandato de cinco para seis anos e garantindo o direito à reeleição. A Constituição também proíbe a venda da estatal de petróleo e prevê a mudança do nome do país para República Bolivariana da Venezuela.

Com a aprovação da nova Constituição, o Congresso foi dissolvido e novas eleições presidenciais convocadas para 28 de maio de 2000. A eleição foi adiada para 30 de julho por "problemas técnicos". Chávez venceu a eleição com uma grande margem e, logo após, viajou para o Oriente Médio onde se reuniu com os ditadores do Iraque, Saddam Hussein, e da Líbia, Muamar Khadafi, como preparativo para uma reunião da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) que aconteceria em Caracas, em setembro.

Em novembro de 2003, a Coordinadora Democrática, coligação de partidos de direita e de esquerda que se opunha à presidência de Chávez, obteve assinaturas suficientes para convocar um referendo no qual os venezuelanos decidiriam sobre a permanência de Hugo Chávez no poder. O referendo ocorreu em 15 de agosto de 2004 e o presidente saiu-se vitorioso, obtendo quase 60% dos votos. A oposição declarou que a vitória de Chávez tinha sido fraudulenta; todavia a vitória foi considerada legítima.

Em 2006, nas eleições presidenciais da Venezuela, Hugo Chávez foi reeleito com 62,9% dos votos. depois de sua reeleição, o presidente anunciou a união dos integrantes de sua coalizão num único partido, o "Partido Socialista Unido da Venezuela", sob seu controle direto e cujo propósito seria acelerar a revolução socialista no país.

No âmbito internacional, Chávez desafiou os Estados Unidos e investiu pesado nas forças armadas de seu país. Chávez encomendou 100 mil rifles Kalashnikov e 24 aviões de guerra da Rússia. Chávez provocou os Estados Unidos ao se aliar com tradicionais inimigos norte-americanos, como o Irã, a Síria e Cuba. Apesar da guerra de palavras contra o governo norte-americano, Chávez não rompeu relações com os Estados Unidos, que era o país que mais importava petróleo venezuelano.

Presidente Nicolás Maduro

O presidente Hugo Chávez liderou a Venezuela de 1999 a março de 2013, quando veio a falecer após sua luta contra o câncer. Nicolás Maduro, que ocupou vários cargos no governo de Chávez, inclusive o de Ministro das Relações Exteriores, foi eleito em abril de 2013. Sua vitória nas eleições foi bastante apertada – foi eleito com apenas 50,8% dos votos – e a oposição o acusou de ter cometido fraude para se eleger. O governo de Maduro continua trilhando a linha autoritária e populista de Chávez. Para financiar suas políticas, o governo de Maduro imprime dinheiro ou utiliza as receitas que advêm da venda de petróleo de sua estatal petrolífera, a PDVSA.

As assumir a presidência, Nicolás Maduro enfrentou uma alta taxa de inflação e grande escassez de bens – consequência das políticas de seu antecessor, o presidente Hugo Chávez.

O presidente Maduro culpou o capitalismo pelos problemas em seu país. Afirmou que estava lutando contra uma “guerra econômica” promovida pelos inimigos da Venezuela. Mas tais afirmações e acusações não mudaram os fatos: desde 2014, a Venezuela vive uma recessão econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) do país despencou e, em 2019, a inflação anual ficou acima de 9900%.

Durante o governo de Maduro, a escassez de habitação e de alimentos no país se agravou, causando uma crise humanitária. Isso se deve especialmente à política de controle de preços instituída por Hugo Chávez. Há escassez de produtos cujos preços foram regulamentados pelo governo: leite, vários tipos de carne, café, arroz, farinha, óleo e até mesmo produtos de higiene pessoal e remédios. A situação é trágica: muitos venezuelanos, à procura de comida, ocasionalmente recorrem a frutos silvestres ou buscam restos de alimentos nos lixos.

Em maio de 2018, Maduro foi reeleito presidente da Venezuela em uma eleição muito controversa. Muitos candidatos foram impedidos de concorrer. Alguns dos candidatos foram presos ou fugiram do país. O partido de oposição boicotou as eleições. As Nações Unidas acusaram o governo de Maduro de incutir medo na população Venezuela para se manter no poder.

A reeleição de Maduro não foi reconhecida para Assembleia Nacional Venezuelana, controlada pela oposição. A Assembleia Nacional declarou que a cadeira do presidente estava vaga. Citando artigos da Constituição Venezuela, declarou que o próximo na linha de sucessão seria o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó. Em janeiro de 2019, duas semanas após a posse de Maduro, Juan Guaidó se declarou presidente em exercício do país.

Mais de 50 países, incluído os Estados Unidos e diversos países da América Latina, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia continuaram a apoiar Maduro.

A Rússia é o maior aliado de Maduro. A Venezuela gastou bilhões de dólares em armas e máquinas russas. A Venezuela deve bilhões de dólares à Rússia. Além disso, a Rússia investe na produção de petróleo venezuelano.

A aliança entre Maduro e a Rússia não se limita a interesses econômicos e comerciais. Um dos motivos por que a Rússia apoia o governo de Maduro é que interessa ao país manter um aliado antiamericano na América Latina.

Maduro afirma que há um complô norte-americano para tirá-lo do poder. Apesar dos problemas enfrentados pela Venezuela, ele ainda conta com o apoio das Forças Armadas e da Suprema Corte do país.

Crise de Refugiados Venezuelanos

A crise na Venezuela resultou em um grande deslocamento populacional em direção ao norte do Brasil. Nos anos de 2015 e 2016, 77 mil venezuelanos adentraram o Brasil, em busca de alimentos, remédios e melhores condições de vida. Milhares cruzaram a fronteira, especialmente em Roraima. A população desse estado cresceu 10% graças aos refugiados venezuelanos.

Entre 2015 e maio de 2019, mais de 178 mil venezuelanos haviam feito solicitações de refúgio e de residência temporária no Brasil. 

O Brasil é conhecido como um país que acolhe imigrantes. Contudo, o governo brasileiro não está estruturado para receber muitos imigrantes e refugiados. Consequentemente, o aumento significativo em algumas cidades pequenas do país prejudica os serviços públicos – já sobrecarregados. Políticas públicas visam a ampliar a distribuição dos refugiados pelo território nacional.

Segundo o Departamento de Imigração da Colômbia, o país recebeu dez vezes mais refugiados venezuelanos que o Brasil. Nos últimos anos, cerca de 1,5 milhão venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia.

Sumário

- Hugo Chávez
- Presidente Nicolás Maduro
- Crise de Refugiados Venezuelanos

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