Império Otomano

Durante os séculos XVI e XVII, enquanto o Império Mogul dominava a Índia, dois outros grandes impérios muçulmanos - o otomano e o safávida - floresceram. O Império Otomano, que durou aproximadamente 600 anos, foi o mais poderoso império do mundo. O fundador da dinastia otomana, Osman I, estabeleceu, ao final do século XIII, um pequeno, mas forte estado, na região onde hoje se localiza a Turquia. Ele e seus governantes estavam determinados a expandir o território sob seu domínio.

Osman I
Osman I

Os turcos otomanos iniciaram as suas conquistas ao capturar territórios bizantinos na parte ocidental da Ásia Menor e no sudeste da Europa. Em 1453, o império otomano conquistou Constantinopla, proclamando a cidade como sua capital e nomeando-a de Istambul. Pelos próximos 250 anos, os turcos otomanos estenderam seu domínio pela Ásia Menor, norte da África, grande parte do Oriente Médio e regiões da Europa.

Mapa do Império Otomano

A Organização do Governo Otomano

O Império Otomano durou vários séculos, tendo sobrevivido por tanto tempo graças à excelente organização de seu governo. O poder era dividido de uma forma equilibrada entre o governo central e suas províncias. No império havia quatro grupos que compartilhavam o poder.

  • À cabeça do governo estava o sultão. Ele e seu Conselho tomavam as decisões mais importantes do império.
  • A burocracia coletava e apropriava o dinheiro dos impostos e administrava os assuntos cotidianos do governo.
  • Os líderes religiosos convertiam pessoas ao islamismo e interpretavam e aplicavam as leis do islã. Eles também controlavam grande parte do sistema educacional do império.
  • O exército lutava para expandir o império, defendia os territórios otomanos de inimigos externos e mantinha a paz interna.

Um elemento importante do exército otomano era a Casa Janissary - uma unidade de combate de elite. Muitos de seus soldados não eram originalmente muçulmanos, mas haviam sido capturados quando jovens e forçados a se converterem ao islamismo. A Casa Janissary era uma das melhores e mais leais forças do exército otomano.

Um aspecto notável do governo otomano é que os sultões frequentemente recrutavam não muçulmanos para assumirem cargos na burocracia do império. Os líderes otomanos escolhiam pessoas talentosas e competentes, independente de religião, para ajudar na administração do império. Isto fortaleceu muito seu governo.

Os sultões não interferiam na vida diária de seu povo. Problemas locais eram resolvidos por líderes religiosos. Judeus e cristãos viviam em comunidades separadas, conhecidas como millets. Em cada millet, um líder religioso, tendo sido apontando pelo sultão, agia como representante de sua comunidade. Ele tinha a responsabilidade de averiguar que todos os impostos do millet eram devidamente pagos ao sultão.

O Império Otomano alcançou o seu ápice de riqueza e poder no século XVI, sob o domínio de Solimão I, que governou entre 1520 e 1566. Por causa do esplendor de sua corte, ele era chamado pelos europeus de "Solimão, o Magnífico". Ele se tornou ainda mais renomado perante seus súditos por ter reformado o sistema legal do império.

Suleiman
Suleiman

Solimão dedicou grande parte de seu governo a uma série de campanhas militares contra os Habsburgos, que habitavam ao norte do Império Otomano. Tropas otomanas invadiram o reino da Hungria, que na época separava os habsburgos dos otomanos. Após destruírem o exército húngaro na Batalha de Mohacs, os otomanos continuaram conquistando mais territórios. Em 1529, sitiaram Viena, que representava o último obstáculo à conquista muçulmana da Europa. Porém, o povo de Viena resistiu ao avanço otomano.

Durante seu reino, Solimão promoveu a cultura otomana, incentivando o florescimento da literatura e do aprendizado turco. Mas foi no campo da arquitetura que Solimão exerceu maior impacto: a decadente cidade de Istambul foi restaurada à grandeza.

A Queda do Império Otomano

Imediatamente após a morte de Solimão, o Império Otomano entrou em declínio. Foram muitas as razões que causaram a sua queda. Em primeiro lugar, na capital de Istambul, os burocratas do governo passaram a servir seus próprios interesses, e não aqueles do sultão e do império. À medida que o poder dos burocratas crescia, eles conspiravam e agiam para remover sultões poderosos e competentes do poder. Em segundo lugar, a cobiça e a corrupção de líderes governamentais danificaram a economia otomana. Finalmente, o exército otomano começou a enfraquecer. A cavalaria havia sido o grande trunfo das forças bélicas otomanas. Mas, com a invenção das armas de fogo, a cavalaria otomana não mais conseguia prevalecer sobre outros exércitos armados.

Todas estas razões, somadas a outros problemas internos que surgiram no império, dificultou a luta dos otomanos contra seus inimigos externos. Durante os séculos XVI e XVII, os turcos otomanos passaram a enfrentar forças inimigas na Europa e também no leste do império.

O Império Safávida

À medida que o Império Otomano prosperava, outro império muçulmano estava sendo formado na Pérsia. No ano 1500, um jovem guerreiro muçulmano de apenas 14 anos, chamado Ismael, expulsou os governantes turcos de Tabriz, cidade localizada no noroeste da Pérsia (atual Irã). Durante os próximos 10 anos, Ismael e seu exército conquistaram grande parte da Pérsia e do atual país do Iraque. Ismael pertencia à facção xiita do islamismo. Mesmo que a grande maioria de seus súditos era sunita, Ismael estabeleceu o islamismo xiita como religião oficial do estado da Pérsia. A dinastia que ele fundou chamava-se safávida e foi nomeada em homenagem a um de seus antecessores.

Os xás safávidas, seguidores de Ismael, perderam grande parte de territórios da Pérsia para inimigos sunitas: os otomanos e os turcos do Uzbequistão. Porém, um governante chamado Abbas I, reverteu esta situação. Abbas tinha apenas 16 anos quando assumiu o trono safávida em 1588. Apesar de sua juventude e aparente inexperiência, ele conseguiu reunificar o seu país e expulsar os invasores sunitas da Pérsia.

Ao ascender ao poder, Abbas firmou um pacto de paz com os otomanos. Ele então reorganizou as forças militares da Pérsia. Com a ajuda de um conselheiro inglês, Abbas fundou o primeiro exército profissional da dinastia safávida. Similar ao exército otomano, as tropas da Pérsia eram também compostas por não muçulmanos que haviam sido forçadamente convertidos ao islamismo. Estes soldados foram treinados de acordo com padrões europeus; os melhores deles se tornaram altos oficiais do governo persa. Com seu novo exército, Abbas foi capaz de conquistar o território persa que havia sido perdido.

Durante o reino de Abbas, a Pérsia se tornou o centro cultural do mundo islâmico. Abbas construiu a cidade de Isfahan, e a proclamou capital da Pérsia. O estilo e arquitetura da capital persa foram imitados em outros países muçulmanos. Abbas também incentivou as artes, incluindo pintura e poesia.

Cidade de Isfahan
Cidade de Isfahan

A dinastia safávida durou aproximadamente até um século após a morte de Abbas, que faleceu em 1629. Porém, o declínio do império persa começou logo após a morte de Abbas I. Seus sucessores, assim como os de Suleiman do Império Otomano, eram líderes fracos. Mesmo assim, os safávidas deixaram um importante legado: um estado persa unido e a religião islâmica xiita que distinguia o país do restante do mundo muçulmano. Hoje, o povo do Irã - a antiga Pérsia - é composto por muçulmanos, mas não árabes, que têm um forte senso de individualidade.

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